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Centenário da AD no RJ - homenagem à Frida Vingren

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No final da década de 1990, o sociólogo Gedeon Alencar em sua pesquisa de mestrado começou a ler e tabular os artigos do jornal Boa Semente e Mensageiro da Paz . Notou que o nome da esposa de Gunnar Vingren, o fundador das ADs no Brasil aparecia com destaque.  Frida Vingren escrevia, dirigia o jornal, pregava, ensinava, realizava cultos nas praças públicas e nos presídios e, na ausência do esposo, liderava a AD em São Cristóvão na cidade do Rio de Janeiro, antiga Capital da República no Brasil. Com tantas informações, Alencar se perguntou? Quem era essa mulher que veio sozinha da Suécia para casar com Gunnar Vingren e exercia tantas funções dentro da igreja, num tempo em que era vedado às mulheres o direito ao voto, mesmo nos países de legislação mais avançada. A mulher no Brasil, além de não votar, também não podia trabalhar fora sem autorização do marido e nem dirigir veículos automotores, pois o machismo contra a presença feminina na direção era muito grande. Segundo o Código C...

O caso Luís Fontes

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"A função do historiador é lembrar a sociedade daquilo que ela quer esquecer".   Peter Burke Durante a 50ª AGE da Convenção Nacional das Assembleias de Deus Ministério de Madureira (CONAMAD) realizada entre os dias 01 a 04 de maio de 2024, foi lançado o livro comemorativo dos 70 anos da Catedral Histórica da Assembleia de Deus em Madureira, no Rio de Janeiro. Como toda obra de história institucional, o nome dos pioneiros recebem destaque, juntamente com a liderança da igreja fundada pelo saudoso pastor Paulo Leivas Macalão. Personagens do passado e do presente são enaltecidos, mas há esquecimentos e omissões (deliberadas ou não). É o caso do pastor Luís Francisco Fontes (1930-2003). Convertido ao evangelho ainda na infância, Luis Fontes construiu, além de uma brilhante carreira profissional, um ministério frutífero na área do ensino. Em 1966, foi enviado para ser missionário em Arequipa, cidade próxima a Cordilheira dos Andes no Peru, onde permaneceu até 1972. Tempos depois r...

O Centenário da AD em Santos - posse do pastor João Alves Corrêa

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O pastor João Alves Corrêa assumiu, segundo dados oficiais, a AD em Santos no dia 11 de fevereiro de 1962. Porém, no relato escrito ao Mensageiro da Paz, Roberto Rinaldi cravou o dia 13, pois entre os dias 09 a 11, a igreja sob a liderança do missionário Eurico Bergstén realizava estudos bíblicos. Durante os estudos, numa vigília entre os dias 10 e 11, Bergstén “recebeu indicação da parte de Deus em apontar” o pastor Corrêa para ser o novo líder da AD santista. Na manhã do dia 11, o nome de Corrêa foi apresentado e após a aprovação do ministério local, uma comissão de obreiros foi visitá-lo em São Paulo e oficializar o convite. Todavia, mesmo antes da indicação divina, o nome do pastor João Corrêa já era especulado para a sucessão. Em suas memórias, Corrêa contou que revelações anteriores indicavam sua ida para Santos, e que o pastor Bruno Skolimowski antes de falecer, havia-o convidado por diversas vezes para assumir a igreja. Narrou ainda, que durante o período de crise, ele e o past...

O Centenário da AD em Santos - crise sucessória

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Para melhor compreensão da crise eclesiástica na AD em Santos na década de 1960, no período anterior à posse do pastor João Alves Corrêa, é necessário fazer uma breve retrospectiva da história da igreja-mãe das ADs no estado paulista. Em 1945, o então pastor da igreja, Francisco Gonzaga da Silva morreu vítima de um atropelamento. Após a morte do pastor Gonzaga, assumiu provisoriamente a igreja santista, o pastor Francisco Paiva Figueiredo, que entregou a direção dos trabalhos ao pastor Bruno Skolimowski. Entre 1945 e 1953, Skolimowski pastoreou o campo eclesiástico no litoral paulista. Ainda durante a sua gestão em 1953, a igreja recebeu uma das mais tensas e controversas CGADB. Logo após a Convenção Geral, o pastor Geraldo Machado foi designado para liderar a AD em Santos. Antigo templo sede da AD em Santos Geraldo Machado permaneceu no cargo até 1961, ano em que foi afastado do pastorado por questões éticas. Em seu lugar, reassumiu a liderança da igreja, o pastor Bruno Skolimowski. A...

O Centenário da AD em Santos - início, expansão e crises

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A histórica cidade de Santos, no litoral de São Paulo, contava com 135 mil habitantes, quando em 1924, pentecostais vindos do Recife (PE) iniciaram o trabalho de evangelização no bairro da Ponta da Praia. No mesmo ano, o missionário sueco Daniel Berg desembarcou na região para fundar oficialmente a Assembleia de Deus (AD). Nestes cem anos de existência da igreja, a lém de Daniel Berg, lideraram a AD santista os pastores Jahn Sörheim, Clímaco Bueno Aza, Simon Lundgren, Olímpio Rodrigues, Clímaco Bueno Aza, Francisco Gonzaga da Silva, Francisco Paiva Figueiredo, Bruno Skolimowski, Geraldo Machado, Henrique Lelis Conceição, Eurico Bergstén, João Alves Corrêa e; por último, seu atual presidente, Paulo Alves Corrêa. Durante esse período, a congregação pentecostal passou do galpão da avenida Rei Alberto, Ponta da Praia, para a rua João Guerra, 266, local que ficava entre a área portuária e a zona da orla, no Macuco, um dos bairros mais tradicionais e, na época, mais populoso de Santos. Com a...

A apoteose de Madureira em São Cristóvão

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Hoje foi um dia de celebração para as Assembleias de Deus (ADs) na cidade do Rio de Janeiro. Depois de dias de expectativas, os líderes da Convenção Nacional das Assembleias de Deus Ministério de Madureira (CONAMAD), que estavam na 50ª AGE, e mais uma multidão de fiéis, marcharam em direção ao templo da AD Missão Apostólica da Fé (ADMAF), antiga São Cristóvão, que passou a ser oficialmente parte do Ministério de Madureira. Todas as movimentações desta manhã foram carregadas de simbolismos. Conduzindo o povo no grande desfile histórico estava a Banda “Paulo Leivas Macalão”. Durante os dias de AGE, e hoje na oficialização da ADMAF como parte da “Nação Madureira” estava o neto de Gunnar Vingren, o fundador da igreja carioca. Não só isso, familiares do pastor Túlio Barros, antigo líder da ADMAF, presenciaram, na pessoa do pastor Jessé Maurício, a entrega da instituição ao Bispo Abner Ferreira, novo pastor-presidente da igreja, ou pelo menos, o que sobrou dela. Antes, quando um visitante ou...

Pastor Gilberto Marques - de empresário a “peão de Jesus”

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A morte do pastor Gilberto Marques de Souza, presidente da Convenção Interestadual de Ministros e Igrejas Evangélicas das Assembleias de Deus do Pará (COMIEADEPA), aos 81 anos de idade, causou profunda comoção entre os líderes e membros das ADs em todo o Brasil.  Por mais de 30 anos o veterano obreiro presidia a COMIEADEPA e era aliado estratégico do pastor José Wellington Costa Júnior, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), ocupando o cargo de 1º vice-presidente da instituição. Apesar de ter feito carreira ministerial no Norte do país, o saudoso pastor era mineiro da cidade de Frutal. Nascido numa família de 10 irmãos, Marques se converteu aos 12 anos de idade, em 1954, na cidade de Olímpia (SP). Logo sua casa tornou-se uma congregação da AD, sendo ele e seus familiares os primeiros membros da igreja local. Dois anos depois, recebeu o batismo no Espírito Santo.  Em janeiro de 1969, casou-se com Maria Alice Morais de Souza, com quem teve três ...