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Mostrando postagens com o rótulo José Wellington

A Convenção Geral de 1999 - Mudança de Rumo

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A Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), realizada no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo/SP, entre os dias 11 e 15 de janeiro de 1999, foi marcada pela polêmica. Cyro Mello, antigo colunista do Mensageiro da Paz, chamou-a de "Convenção da liminar", onde os "discursos e assuntos discutidos ficaram 95% só para quem entendessem de leis". As liminares (ordem judicial provisória que analisa um pedido urgente) foram somente, a parte visível e pública das intensas disputas de bastidores pelo controle da Convenção Geral.  No Palácio do Anhembi em 1999, o Pastor José Wellington da Costa disputou à presidência da CGADB com o Pastor Túlio Barros Ferreira, da AD em São Cristóvão/RJ. O Pastor José Wellington confessou em sua biografia, que o Pastor Túlio foi seu "concorrente mais temido".  Meses antes da convenção se realizar, o Pastor Túlio distribuiu entre os ministros presentes em São Paulo um panfleto crítico à Mesa Diretora da Conve...

A recontagem dos votos na CGADB de 1983

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O mundo acompanha com ansiedade a eleição presidencial nos Estados Unidos da América. De um lado, o atual Presidente dos EUA do Partido Republicano, Donald John Trump tentando a reeleição. Na oposição e, com grande chances de vitória está Joseph Robinette "Joe" Biden Jr. O pleito está sendo marcado por polêmicas, acusações e ações judiciais. Trump, antes mesmo das eleições já falava em fraudes e em entrar na justiça contra supostas irregularidades. É o sistema democrático norte-americano sendo colocado à prova. Uma eleição disputada voto a voto e cheia de emoções. Em 1983, na Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) realizada na AD em Aribiri, Vila Velha, no Espírito Santo, algo similar aconteceu envolvendo os dois principais líderes das ADs no Brasil na atualidade: o Bispo Manoel Ferreira e o Pastor José Wellington Bezerra da Costa. Deve-se lembrar, que a CGADB em Vila Velha, em 1983, foi o primeiro concílio realizado sem a presença dos pastores Cícero de Li...

Revisitando as Convenções Gerais: 1999 - A CGADB da liminar

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"São teus inimigos todos aqueles que se sentem ofendidos pelo fato de ocupares o principado; e também não podes conservar como amigos aqueles que te puseram ali, pois estes não podem ser satisfeitos como pensam."   Nicolau Maquiavel, O príncipe, capítulo III Certamente, a CGADB realizada no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo/SP, entre os dias 11 e 15 de janeiro de 1999, foi a mais polêmica da década que se encerrava. Cyro Mello, colunista do Mensageiro da Paz , chamou-a de "Convenção da liminar", onde os "discursos e assuntos discutidos ficaram 95% só para quem entendessem de leis". As liminares (ordem judicial provisória que analisa um pedido urgente) foram a parte visível das intensas disputas de bastidores pelo controle da Convenção Geral.  No Anhembi, o Pastor José Wellington da Costa disputou novamente a presidência da CGADB com o Pastor Túlio Barros Ferreira, da AD em São Cristóvão/RJ. Na Convenção Geral em Belo Horizonte, MG, em 1997, We...

Revisitando as Convenções Gerais - de 1987 a 1997

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Está confirmado: na 45ª Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) prevista para abril de 2021, em Cuiabá, Mato Grosso, o pastor José Wellington da Costa Júnior será reconduzido à presidência da instituição, por aclamação. A chapa do atual presidente da CGADB foi a única inscrita no prazo legal. Como não surgiram concorrentes, a aclamação será inevitável. Desde que o pai do pastor Wellington Júnior chegou ao poder na CGADB, em maio de 1988, já se realizaram 14 Convenções Gerais, sempre com vitória do grupo comandado pelo líder da AD do Ministério de Belém em São Paulo. Portanto, se confirmada a aclamação e posse do pastor Duéliton, serão mais de três décadas de continuidade na CGADB e controle da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), empresa que reforça a linha doutrinária e política do status quo dominante.  Para melhor compreender a permanência do  establishment , é importante, ainda que de forma sucinta, revisitar as convenções anteriores e perceb...

Irmã Wanda - o adeus da matriarca do Belenzinho

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Partiu para a eternidade, a irmã Wanda Freire da Costa, esposa do pastor José Wellington Bezerra da Costa. Nascida em Fortaleza/CE, no dia 22 de setembro de 1934, ela era filha de comerciantes e a mais velha das mulheres num total de nove irmãos. Começou a frequentar a Assembleia de Deus ainda criança e participava ativamente dos departamentos da igreja. Nesse contexto, Wanda conheceu José Wellington. Os dois começaram a se aproximar na adolescência e para ser notado pela moça, ele ficava na porta saudá-la com a "Paz do Senhor". Numa viagem de evangelização promovida pela juventude da igreja os dois iniciaram a aproximação. Estavam com 15 anos de idade e Wellington brincava de desamarrar as tranças do cabelo dela cuidadosamente presas com fitinhas.  No dia 14 de janeiro de 1950, o convite para o namoro foi feito na Praça da Lagoinha depois da saída dela do colégio. Sentado no banco da praça ao lado do jardim, o jovem Costa arriscou o pedido. Wanda queria ainda pensar u...

José Wellington Bezerra da Costa - entrevista histórica

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No mês de julho de 1988, o Mensageiro da Paz trouxe aos seus leitores uma entrevista exclusiva com o pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da AD Ministério de Belenzinho/SP e, após o falecimento do pastor Alcebíades Pereira Vasconcelos, presidente da CGADB, no dia 12 de maio do mesmo ano. José Wellington foi entrevistado em seu escritório no Belenzinho pelo jornalista e pastor Geremias Couto. No texto de abertura da matéria destacou-se as "considerações [do pastor Wellington] da maior atualidade, que devem ser, também, motivo de reflexão para as demais lideranças de nossa igreja". Nessa postagem selecionou-se alguns pontos interessantes para se refletir sobre a história e os rumos que as ADs tomaram nessas últimas décadas. Na época da entrevista, o líder do Belenzinho contava com 53 anos de idade e estava apenas há oito anos na presidência do ministério paulista. Pastor Alcebíades Pereira Vasconcelos - "Tínhamos no pastor Alcebíades aquela coluna d...

Cícero - o esquecido desbravador das ADs em Mato Grosso

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Da sua terra natal, Mossoró, no Rio Grande do Norte, ele sempre carregou o sotaque e a "marca de caráter de um homem que foi formado na luta diária contra a terra árida". Talvez isso explique a firmeza, a segurança e a obstinação do "timoneiro" Cícero Canuto de Lima (1893-1982), saudoso pastor da Assembleia de Deus do Ministério do Belém, São Paulo. Certos fatos são conhecidos da escassa biografia de Cícero: sua rejeição aos Institutos Bíblicos e a sua controversa sucessão no Belenzinho. Como aconteceu com a maioria dos pastores que não fizeram seu sucessor, o pioneiro pentecostal (juntamente com sua família), praticamente caiu no esquecimento. Porém, informações da vida e ministério do saudoso pastor aparecem com certo atraso, após três décadas da sua morte. Seu sucessor, o pastor José Wellington Bezerra da Costa (em sua biografia escrita pelo jornalista Isael de Araújo) e o pastor Jesiel Padilha no livro biográfico sobre seu pai, o veterano pastor Carlos ...

Retrospectiva 2017 - tudo como dantes no quartel da CGADB

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O ano entrou na expectativa de mais uma eleição para à Mesa Diretora da CGADB. Depois de quase três décadas no comando da instituição, o pastor José Wellington Bezerra da Costa não concorreria à presidência da Convenção Geral. Porém, seu filho e vice-presidente no Ministério do Belenzinho (SP), e presidente do Conselho de Administração da CPAD, o pastor José Wellington Bezerra da Costa Júnior concorreu ao cargo. Na disputa, em oposição ao status quo dominante, o pastor Samuel Câmara. Para constrangimento geral dos assembleianos, foi a eleição mais judicializada da história da CGADB. Em tempos de internet e redes sociais, cada capítulo do pleito foi acompanhado e comentado por milhares de internautas. Depois de muito suspense, de idas e vindas na justiça, Wellington Júnior assumiu o cargo. Wellington pai foi eleito para a presidência do Conselho da CPAD. No fim das contas, ficou "tudo como dantes no quartel d’Abrantes”.

CADB - a nova geopolítica do poder

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A Convenção da Asssembleia de Deus no Brasil (CADB), nasce para ser mais uma forte representação das ADs no país. Assim como o Ministério de Madureira, os líderes da mais nova convenção por anos enfrentaram acirradas disputas dentro da CGADB, gerando assim, uma grande e intensa polarização. Quando o Ministério de Madureira foi suspenso da CGADB em 1989, abriu-se espaço para que um grupo de pastores pudesse controlar a instituição. À princípio, o próprio Samuel Câmara foi favorável e defensor da suspensão de Madureira. Câmara também exerceu diversos cargos na CGADB durante anos.  Mas, contrariando expectativas de alternância no cargo de presidente da CGADB, o pastor José Wellington Bezerra da Costa, sempre apoiado pelos líderes mais influentes das ADs, conseguiu permanecer (e ainda permanece) no comando da instituição por três décadas. Evidentemente, que em seu projeto de poder, Wellington desagradou antigos e novos líderes. Com o passar do tempo, convenções e minis...

Ruptura na CGADB - detalhes da história

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Alguns detalhes sobre a primeira grande ruptura institucional da CGADB, em 1989, sob à presidência do pastor José Wellington Bezerra da Costa devem ser conhecidos. Como já se postou nesse blog, as versões são conflitantes e os interesses para que a primeira grande cisão na Convenção Geral ocorresse foram diversos. Entre as questões levantadas para a suspensão de Madureira da CGADB, na 29ª Assembleia Geral Extraordinária, realizada em Salvador (BA), estava a velha polêmica sobre a "jurisdição eclesiástica". Na década de 1980, a abertura de novas congregações de Madureira no Norte de Nordeste do Brasil, acirrou os ânimos dos convencionais. Porém, David Cabral em seu livro A outra face da História , destaca que a nova Mesa Diretora da CGADB resolveu nesse tempo, "reacender as antigas questiúnculas sobre 'jurisdição eclesiástica'". Cabral observa, que tal debate já era obsoleto, pois o Ministério "não possuía um só campo onde não houvessem um ou ma...

José Wellington – "não contavam com a minha astúcia"

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"Como é que nós perdemos o Belém para aquele menino? Onde é que nós estávamos?". Esse teria sido o comentário dos principais líderes das Assembleias de Deus no Brasil, ao perceber, que o comando do Ministério do Belém em 1980, foi para o "menino" José Wellington Bezerra da Costa, na época com 45 anos idade. Talvez, o vice-presidente do Belenzinho tenha sido subestimado, ou quem sabe, simplesmente encarado como um concorrente secundário na disputa. Mas a história mostra, que José Wellington não possui perfil para ser coadjuvante. Radicado na cidade de São Paulo desde 1954, Costa iniciou uma bem sucedida carreira de comerciante. Quase ao mesmo tempo ingressou no ministério. Dirigiu congregações, setores, secretariou a AD no Belém por uma década, até que em 1973, foi escolhido para ser vice-presidente do campo. JW: não contavam com a minha astúcia   Uma leitura atenta da biografia de José Wellington, escrita pelo jornalista Isael de Araújo, é suficie...

Ministério do Belém – candidatos a sucessão

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A década de 1970, seria decisiva para a Assembleia de Deus - Ministério do Belém (SP). Em 1973, o "timoneiro" Cícero Canuto de Lima faria 80 anos de idade e um clima de expectativa se formava em torno da sucessão. José Wellington comenta em sua biografia, que o pastor Joaquim Marcelino da Silva, na época influente líder das ADs em São Paulo, manifestou preocupações com à sucessão ao próprio Cícero. Mas o veterano desconversava, não alimentava polêmicas e negava-se a apontar diretamente um herdeiro ministerial. Comenta-se, que um dos grandes favoritos para suceder o pioneiro seria o pastor Eliseu Feitosa de Alencar. Amazonense de Lábrea, Alencar destacou-se na década de 1960 na evangelização dos povos indígenas em Roraima. Em 1964, divulgou esse trabalho na CGADB em Curitiba (PR) e "ganhou a simpatia, confiança e apoio do pastor Cícero de Lima" – segundo o próprio José Wellington. Cícero e alguns candidatos à sucessão (JW sentado à direita) ...

Ministério do Belém – Cícero, o ocaso do timoneiro

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José Wellington Bezerra da Costa, o cearense de São Luis do Curu, assumiu em janeiro de 1980, na cidade de São Paulo, o Ministério do Belém, um dos mais importantes das Assembleias de Deus no Brasil. Seu antecessor, foi nada mais nada menos que o veterano e o respeitado pastor Cícero Canuto de Lima. A história oficial passa longe dos detalhes da conturbada sucessão. Mas há indícios nas publicações da CPAD, através do Mensageiro da Paz e das biografias autorizadas, que o pastor Cícero em sua derradeira década à frente do ministério, sofreu um grande processo de desgaste em sua liderança. Soma-se a isso, o intenso clima de disputas internas pelo cargo do pioneiro. Signatário da convocação para a primeira Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) em 1930, o nordestino Cícero pastoreou por 15 anos da AD em João Pessoa (PB). O desejo de trabalhar no sul do país surgiu em 1937. Em entrevista ao Mensageiro da Paz em 1974, declarou: "puseram muitos obstáculos...