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Mostrando postagens com o rótulo Assembleia de Deus Joinville

Paulina Veloso - diaconisa na IEADJO

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O ministério feminino sempre foi um tema controverso nas ADs brasileiras. A primeira Convenção Geral das ADs, em Natal (RN), no ano de 1930, determinou que as  mulheres poderiam testemunhar. Somente em casos de exceção, seria conveniente as irmãs atuarem como ensinadoras e pregadoras da palavra.  A decisão foi contrária a atuação de Frida Vingren, esposa do pioneiro Gunnar Vingren, na liderança da AD carioca.  Porém as mulheres continuaram destacando-se na história pentecostal, mesmo que, na maioria das vezes, seu trabalho fosse omitido da história oficial.  Uma das pioneiras cuja atuação ficou esquecida por muitos, foi a da jovem Élida Andrioli, uma das pioneiras da AD no estado de Santa Catarina. Pelo seu trabalho e desenvoltura, Élida foi separada a diaconisa por Gunnar Vingren, na AD em Itajaí, em 1931  (ler aqui) . Na Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Joinville - IEADJO, no ano de 1937, durante a terceira convenção regional na cidade, a irmã Paulina V...

IEADJO - perseguição e preconceito em seus primórdios

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Não é novidade para os estudiosos da história do pentecostalismo, que as primeiras congregações pentecostais implantadas no Brasil sofreram fortes perseguições. A intolerância partia tanto da Igreja Católica Romana como de outros grupos protestantes, que viam nas "seitas pentecostais" uma nova ramificação do espiritismo, onde os fiéis eram acusados de práticas imorais e fanatismo religioso. Com a Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Joinville (IEADJO) não foi diferente. Com seus trabalhos iniciados em 1933, na casa da irmã Ana Salvador, na Avenida Cubas, a congregação, tempos depois, foi transferida para a residência do irmão Sérgio Segal, na rua Monsenhor Gercino, no bairro Itaum.  Nesse local, próximo à linha férrea, o núcleo pentecostal sofreu forte perseguição com o apedrejamento da casa, onde os cultos eram realizados. Além disso, os primeiros crentes foram denunciados por estarem fazendo " macumba" todas as noites  com "uma gritaria ensurdecedora"...

Fatos e fotos da IEADJO (2ª parte)

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Congregação da IEADJO na "Katharinenstrasse"   As primeiras reuniões da IEADJO foram realizados na casa da irmã Ana Salvador, na Avenida Cubas. Anos depois, a Avenida Cubas deu espaço a música e o futebol: craques e sambistas joinvilenses saíram da região. Porém, muito antes que isso acontecesse, o irmão Sérgio Segal ofereceu sua casa na rua Monsenhor Gercino, no bairro Itaum. Nesse período, uma violenta perseguição se deu contra a nascente igreja. Manoel Germano de Miranda já estava à frente dos trabalhos, quando foi aconselhado pelo delegado Alexandre Nogueira Mimoso Ruiz, que cuidava da segurança do munícipio, a transferir a congregação para um local mais próximo ao centro da cidade. Foi então que Mirandinha alugou uma casa na "Katharinenstrasse" — nome original da Getúlio Vargas usado até os anos 1940. O conselho do jornalista, poeta, político e, na época, delegado Mimoso Ruiz foi estratégico para o desenvolvimento da IEADJO. Com a inauguração da estação  ferrov...

Fatos e fotos da IEADJO

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Em 2023, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Joinville (IEADJO), em Santa Catarina, celebra seus 90 anos de fundação. A postagem de hoje (e outras que possivelmente virão) terá como objetivo destacar algumas curiosidades da história da maior igreja pentecostal catarinense e servir de subsídios históricos para outras celebrações que virão. Vamos aos fatos e fotos! Vista panorâmica de Joinville na década de 1920 A AD em Santa Catarina teve seu início na cidade de Itajaí, em 1931 com o pioneiro André Bernardino. Muitas pessoas se converteram na pequena congregação do beco do Quilombo (posteriormente renomeado de "Rua Pentecostal"). No ano seguinte, seis membros da igreja itajaiense mudaram-se para Joinville, que na época contava com 40 mil habitantes, incluindo a população rural, e mais de 300 estabelecimentos industriais dos mais variados ramos de atividades (metalúrgicos, têxteis e químicos).   A data do início oficial da IEADJO é 1933, ano que começou com a greve dos op...

Paulo Kolenda Lemos - antigo pastor em Santa Catarina

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Na postagem anterior foi destacado o ministério do Pastor Paulo Kolenda Lemos na cidade de Itajaí, SC, e do seu esquecimento institucional. O antigo líder da AD pioneira no estado deveria constar na galeria dos pastores-presidentes da igreja. Mas ainda há tempo para essa reparação histórica. Todavia, o Pastor Paulo também liderou outras igrejas catarinenses. No início do ano de 1950, ele deixou Itajaí e mudou-se para Joinville, onde foi recebido como pastor-auxiliar do missionário norte-americano Virgil Smith, que na época pastoreava a AD joinvilense. Na "Cidade dos Príncipes" a família aumentou com o nascimento de mais duas filhas: Lurdes e Marta.  Tempos depois da chegada de Lemos, o missionário Smith viajou em férias para os Estados Unidos. Coube a Paulo e ao seu tio J. P. Kolenda, a tarefa de cuidar da igreja em Joinville durante os meses em que Virgil e sua esposa Ramona ficaram na América do Norte.  Com a volta do casal missionário ao Brasil, em outubro de 1951, Virgil,...

IEADJO - primórdios da igreja na década de 1930

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"Joinville, a mais importante cidade onde as indústrias em atividade (dia e noite) e o povo ordeiro procura a paz e o trabalho, não poderia ficar sem a visitação da fé pentecostal."  (Albert Widmer) Foi com essas palavras escritas ao Mensageiro da Paz (1ª quinzena de março de 1938) que o missionário suíço Albert Widmer abriu o seu relatório na seção "Na Seara do Senhor" sobre os trabalhos da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Joinville (IEADJO). Na época, a "Cidade dos Príncipes" contava em média com 30 mil habitantes e um promissor parque industrial e comercial. Quando os leitores de todo o Brasil leram as informações divulgadas por Widmer, a IEADJO já possuía cinco anos de atividades na "Manchester Catarinense". Fundada em 1933, por Manoel Germano de Miranda, a congregação reunia-se primeiramente na região do atual bairro Itaum e, posteriormente, devido às perseguições, alugou uma casa na antiga Katharinenstrasse, nome original d...

Os pastores da IEADJO no Jubileu de Ouro

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A foto em destaque nessa postagem é emblemática. Trata-se do registro de quatro ex-pastores da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Joinville (IEADJO). Eles estavam reunidos nas comemorações do Jubileu de Ouro da denominação na cidade em 1983. O primeiro pastor Manoel Germano de Miranda (1933-1941), nesse tempo já era falecido. Também foi sentida a ausência do pastor Liosés Domiciano, que chegou à cidade em 1972 e, depois de lutar contra um câncer durante muito tempo, partiu para a eternidade em 1978. Na foto histórica, identificam-se da esquerda para à direita, os pastores: Antonieto Grangeiro Sobrinho (1957-1967), Virgil Smith (1941-1953), Satyro Loureiro (1953-1957/1979-1990) e Artur Montanha (1967-1972). Faltou ainda na fotografia, Henrique Altherutemeyer, que respondeu pela igreja durante sete meses em 1957, até a efetivação do pastor Grangeiro no cargo. Grangeiro, Smith, Satyro e Montanha Virgil Smith era norte-americano com passagem missionária por Pernambu...

A Assembleia de Deus na Cidade das Bicicletas

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Houve um tempo em Joinville, Santa Catarina, que o progresso do município era observado não pela quantidade de automóveis em circulação, mas pelo número de bicicletas conduzidas pela grande maioria dos operários das principais empresas cidade. Essa era pelo menos a observação dos jornalistas que visitavam a cidade e ficavam admirados com a grande circulação de ciclistas por suas vias. Em junho de 1941, a revista semanal Carioca  destacou em uma matéria especial sobre Joinville a quase onipresença dos "automóveis de pedal" na Cidade das Flores. Segundo a publicação, o município possuía uma frota de 5 mil bicicletas. Em carta à extinta revista O Cruzeiro , Gilberto J. Campos morador de Joinville, em 1950, destacou dados da Prefeitura Municipal e da Delegacia de Polícia para afirmar a circulação de 8 mil "magrelas" na cidade. Os números oficiais de 1950, porém, apontam para uma quantidade maior: 9.795 bicicletas para 46.550 habitantes, fazendo da cidade uma referê...

Círculo de Oração Masculino na IEADJO - primórdios

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O Círculo de Oração feminino é uma das instituições mais respeitadas dentro das Assembleias de Deus no Brasil. Fundado em 1942, pela irmã Albertina Bezerra Barreto, na Assembleia de Deus em Recife, Pernambuco, logo o departamento se espalhou por todo o Brasil. O Círculo de Oração, sempre foi um importante espaço para as lideranças femininas da denominação. Não por acaso, em muitas igrejas, quem assume o departamento é a esposa do pastor do campo. É necessário, ter sob controle, a estratégica reunião de senhoras, em geral, baluartes da "doutrina" assembleiana. Em 1986, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Joinville (IEADJO), criou o Círculo de Oração Masculino na gestão do pastor Satyro Loureiro. Na época, Satyro tinha como seu principal auxiliar na congregação do templo sede, o então presbítero e genro, José Paulino Müller, o qual, teria sido um dos principais incentivadores do projeto. Criado o departamento de oração masculino, foi escolhido o presbítero Pa...

O novo templo da IEADJO - as controvérsias

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Passados 30 anos da inauguração do atual templo sede da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Joinville (IEADJO), a obra já se tornou parte da paisagem de uma das mais movimentadas vias da cidade: a Avenida Getúlio Vargas, 463. Nesse período, o tempo amenizou ou fez esquecer algumas controvérsias e críticas do período da construção da obra.  Iniciada a edificação do futuro templo em 1985, a IEADJO ficou em suspense em alguns momentos com as limitações físicas do seu pastor-presidente. Satyro Loureiro, durante esse tempo, teve sérios problemas de saúde. No período da construção, o veterano obreiro foi internado e nas conversas reservadas dos obreiros, havia dúvidas se ele conseguiria terminar a construção que iniciou. O Assembleiano: editado por Judson Canto O ambiente de incertezas, de campanhas de oração pela restauração da saúde do pastor Loureiro e de sucessão indefinida, deu margens às "profecias" fatalistas, as quais afirmavam que ele não viveria para ver ...

Inauguração do templo sede da IEADJO

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Na manhã do dia 15 maio de 1988, com a presença de autoridades civis e eclesiásticas, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Joinville (IEADJO), comemorou com grande entusiasmo, a inauguração do seu atual templo sede, localizado na Avenida Getúlio Vargas, 463; uma das principais vias da cidade. Presente no município de Joinville desde 1933, o primeiro templo sede da IEADJO foi erguido sob à liderança do missionário estadunidense Virgil Frank Smith e inaugurado no dia 20 de junho de 1943. Mas com o crescimento constante da cidade, e paralelamente da igreja, o templo construído por Smith logo ficou limitado. No pastorado de Antonieto Grangeiro (1957-1967), houve a ampliação e remodelação da obra e no tempo do pastor Artur Montanha (1967-1972), projetos para um novo edifício eram analisados. O sucessor de Montanha, o pastor Liosés Domiciano (1972-1978), também tinha planos nesse sentido, mas queria construir o novo templo em outro local. Templo da IEADJO inaugurado em 198...

Minissaia - a grande vilã

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Na postagem  Moda, minissaia e o combate ao mundanismo nas ADs , observou-se os intensos debates sobre os modismos. Principalmente o uso da minissaia, que segundo um pastor da época, estava "tentando invadir as igrejas". O assunto foi levado a Convenção Geral de 1968 realizada em Fortaleza (CE). Silas Daniel, no livro História da CGADB , informou que os debates eram "reflexos da Revolução Sexual" sobre a denominação naqueles anos de grande efervescência cultural. Registros da época revelam que a minissaia era uma fonte grande de preocupação dos pastores. Na verdade, a sociedade assistia escandalizada aos novos padrões de vestimentas e consumo da juventude. Sedimentados pela popularização da TV e do movimento musical Jovem Guarda  capitaneado por um jovem cabeludo (Roberto Carlos), que mandou "tudo pro inferno", os jovens nunca mais voltariam aos marcos antigos. Vale lembrar, que na canção É papo firme  (1966),  Roberto fala de uma garota ...

Minhas memórias - 1988, eleições e ressentimentos

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O ano de 1988, foi um ano marcante politicamente para o Brasil. Promulgada no dia 5 de outubro, a nova constituição consolidou a transição política no país após 20 anos de ditadura militar. Chamada de "Constituição Cidadã", a nova carta magna ampliava direitos dos cidadãos brasileiros. Naquele ano, ainda havia certa euforia pelo sucesso das eleições de 1986, quando as ADs conseguiram eleger vários representantes para a Assembleia Nacional Constituinte (ANC). Eleger em 1988, um representante para o legislativo municipal, seria apenas um passo natural e consequente do processo de despertar político da igreja. Kennedy: candidato polêmico Satyro Loureiro, na época pastor da igreja, lançou como candidato um dos seus principais auxiliares: o presbítero Adelor Francisco Vieira. Na verdade, o evangelista Francisco de Assis Meirinho também foi lembrado para a empreitada. Meirinho era um excelente pregador e ensinador, porém por questões familiares abriu mão da indicação ...

A ameaça dos comics nas Assembleias de Deus

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Quando se fala das antigas proibições impostas pelas Assembleias de Deus (ADs) aos seus membros, logo vem à mente de muitos, às questões de estética feminina, trajes, uso do rádio e televisão.  Mas na década  de 1950, uma das preocupações crescentes da liderança assembleiana, era com à leitura por parte dos adolescentes e jovens dos comics* , as famosas Histórias em Quadrinhos (HQ) ou gibis. Criada em fins do século XIX nos EUA, as HQs popularizaram-se na década de 1930, considerada a Era de Ouro do gênero na América do Norte. Segundo o historiador inglês Eric Hobsbawm, os comics com sua linguagem colorida, apelativa, direta, e de fácil compreensão popular, influenciou muito à escrita da época.  Seus heróis fizeram sucesso durante a 2ª Guerra Mundial. Nos anos 50, surgiram os gibis de terror e crime, gerando polêmicas sobre os valores propagados nessas publicações. Comics: perigo mundano para os crentes Em 1954, o psiquiatra Frederic Wertham lançou o livro ...

Minhas memórias

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O ano de 1986, foi um ano inesquecível e agitado: Plano Cruzado, Copa do Mundo no México e eleições para a Assembleia Nacional Constituinte. Hegemonia do PMDB na política nacional. Também era, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Ano Internacional da Paz. Neste ano, no dia 31 de agosto, tomei minha decisão de servir a Cristo na Assembleia de Deus (AD). Minha conversão se deu na pequena congregação do bairro Espinheiros em Itajaí. Visitava meus tios e avós, que há anos congregavam na AD e sempre evangelizavam à família. Contava com apenas 14 anos. Era um adolescente despertando para a vida. Voltando a minha cidade natal, Joinville, comecei a frequentar a AD no bairro Costa e Silva. A congregação se reunia em um diminuto templo de madeira situado em cima de um pequeno morro, muito próxima à Igreja Católica. Congregação do Costa e Silva na década de 1980 A igreja, na época, era liderada pelo pastor Satyro Loureiro. Satyro, aos 64 anos presidia a AD joinvilense...