Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Cicero Canuto de Lima

O Centenário da AD em Santos - posse do pastor João Alves Corrêa

Imagem
O pastor João Alves Corrêa assumiu, segundo dados oficiais, a AD em Santos no dia 11 de fevereiro de 1962. Porém, no relato escrito ao Mensageiro da Paz, Roberto Rinaldi cravou o dia 13, pois entre os dias 09 a 11, a igreja sob a liderança do missionário Eurico Bergstén realizava estudos bíblicos. Durante os estudos, numa vigília entre os dias 10 e 11, Bergstén “recebeu indicação da parte de Deus em apontar” o pastor Corrêa para ser o novo líder da AD santista. Na manhã do dia 11, o nome de Corrêa foi apresentado e após a aprovação do ministério local, uma comissão de obreiros foi visitá-lo em São Paulo e oficializar o convite. Todavia, mesmo antes da indicação divina, o nome do pastor João Corrêa já era especulado para a sucessão. Em suas memórias, Corrêa contou que revelações anteriores indicavam sua ida para Santos, e que o pastor Bruno Skolimowski antes de falecer, havia-o convidado por diversas vezes para assumir a igreja. Narrou ainda, que durante o período de crise, ele e o past...

O "Timoneiro" e o "Trovão" - epílogo

Imagem
Nas postagens anteriores, o leitor pode acompanhar as circunstâncias da cisão ocorrida em 1972, quando o pastor Eliseu Feitosa de Alencar, na época líder da AD em Campo Grande/MS, rompeu com o Belenzinho/SP e causou grande alvoroço dentro do Ministério. O principal veículo de comunicação das ADs, o Mensageiro da Paz informou a exclusão do pastor Eliseu feita por uma comissão de 21 pastores, a qual foi referendada por mais de 100 ministros no dia 02 de maio do mesmo ano, na antiga sede do Belenzinho na Rua Antônia Alcântara Machado, nº 616.  Tempos depois, com o remanescente dos fiéis que não seguiram o pastor Eliseu, o Belenzinho iniciou outra congregação em Campo Grande. Para a árdua tarefa do recomeço, Cícero de Lima chamou o pastor Vicente Guedes Duarte, que já havia trabalhado na cidade anos antes. Para marcar a reabertura dos trabalhos da congregação filiada ao Belém, estudos bíblicos foram realizados e muitos líderes compareceram para dar seu apoio. Mas é importante destacar,...

O "Timoneiro", o "Trovão" e a tempestade (2ª parte)

Imagem
Como se observou na postagem passada, o pastor Eliseu Feitosa de Alencar voltou a Campo Grande/MS, em março de 1970, depois de cinco anos trabalhando em São Paulo, capital. Foi um tempo de acentuado progresso ministerial, mas também de desconfianças por parte dos principais pastores de Ministério do Belenzinho ao "Trovão Brasileiro". Em jogo, a sucessão do velho "timoneiro". Cícero já estava quase octogenário e ainda não havia definido um sucessor. Vale lembrar, que nas páginas da biografia do pastor José Wellington Bezerra da Costa essa inquietação era constante: Joaquim Marcelino da Silva, da AD em Santo André/SP, manifestou preocupações em relação à sucessão do veterano. Mas ele desconversava e negava-se a apontar diretamente alguém. Sendo um forte concorrente ao posto de líder máximo do Belenzinho, Eliseu Feitosa viveu dias tensos em São Paulo. A volta para Campo Grande, pode estar relacionada ao tal dossiê rejeitado por Cícero e motivador da crise no Ministério...

O "Timoneiro", o "Trovão" e a tempestade (1ª parte)

Imagem
Quase todos os grandes Ministérios ou igrejas dentro das ADs no Brasil têm um caso de divisão em sua história. Madureira, na década de 1960, perdeu a AD em Anápolis/GO para o pastor Antônio Carneiro. Ainda na mesma época, a AD em Fortaleza/CE viu sua congregação em Bela Vista conseguir sua emancipação por mãos e obra do pastor Luiz Bezerra da Costa. Porém, uma das rupturas mais traumáticas foi realizada pelo pastor Eliseu Feitosa de Alencar da AD em Campo Grande, no estado de Mato Grosso do Sul, no ano de 1972. Alencar, que na época dirigia a AD campo-grandense pela segunda vez, causou uma enorme decepção ao seu protetor, o octogenário pastor Cícero Canuto de Lima líder do Ministério do Belenzinho em São Paulo, que caminhava para seus últimos anos de carreira. Além de conturbada, a perda da filial, ao que tudo indica, teve um contexto de ciúmes ministeriais e disputa pela sucessão de Cícero. A AD no Belenzinho era (e ainda é) o maior Ministério da Missão no Brasil e, na medida que...

Igrejas e Ministérios - a busca pela legitimidade

Imagem
As Assembleias de Deus no Brasil vivem nos últimos anos, uma intensa fragmentação ministerial. CGADB, CONAMAD, CADB e outras convenções menores disputam espaço e representatividade no mundo eclesiástico e, principalmente, no político. Na última postagem do blog, refletiu-se sobre a importância e utilização da história e memória na busca pela legitimação institucional, pois diante da cada vez mais acirrada concorrência ninguém quer ficar à margem da história ou parecer um simples genérico dentro do sistema. Por esse motivo, entre as igrejas cresceu a valorização e a utilização de substantivos que reforçam suas origens. Exemplo disso é a valorização que a AD em Belém/PA dá cada vez mais ao título Igreja-Mãe. As ADs em Santos/SP e em Macapá/AP também enfatizam sua primazia em seus estados com a nomenclatura "a pioneira". Mas há casos inusitados. Em Manaus/AM, nos anos 2000, uma cisão gerou a AD Tradicional. Nascida em oposição aos métodos controversos da AD liderada ...

José Wellington – "não contavam com a minha astúcia"

Imagem
"Como é que nós perdemos o Belém para aquele menino? Onde é que nós estávamos?". Esse teria sido o comentário dos principais líderes das Assembleias de Deus no Brasil, ao perceber, que o comando do Ministério do Belém em 1980, foi para o "menino" José Wellington Bezerra da Costa, na época com 45 anos idade. Talvez, o vice-presidente do Belenzinho tenha sido subestimado, ou quem sabe, simplesmente encarado como um concorrente secundário na disputa. Mas a história mostra, que José Wellington não possui perfil para ser coadjuvante. Radicado na cidade de São Paulo desde 1954, Costa iniciou uma bem sucedida carreira de comerciante. Quase ao mesmo tempo ingressou no ministério. Dirigiu congregações, setores, secretariou a AD no Belém por uma década, até que em 1973, foi escolhido para ser vice-presidente do campo. JW: não contavam com a minha astúcia   Uma leitura atenta da biografia de José Wellington, escrita pelo jornalista Isael de Araújo, é suficie...

Ministério do Belém – candidatos a sucessão

Imagem
A década de 1970, seria decisiva para a Assembleia de Deus - Ministério do Belém (SP). Em 1973, o "timoneiro" Cícero Canuto de Lima faria 80 anos de idade e um clima de expectativa se formava em torno da sucessão. José Wellington comenta em sua biografia, que o pastor Joaquim Marcelino da Silva, na época influente líder das ADs em São Paulo, manifestou preocupações com à sucessão ao próprio Cícero. Mas o veterano desconversava, não alimentava polêmicas e negava-se a apontar diretamente um herdeiro ministerial. Comenta-se, que um dos grandes favoritos para suceder o pioneiro seria o pastor Eliseu Feitosa de Alencar. Amazonense de Lábrea, Alencar destacou-se na década de 1960 na evangelização dos povos indígenas em Roraima. Em 1964, divulgou esse trabalho na CGADB em Curitiba (PR) e "ganhou a simpatia, confiança e apoio do pastor Cícero de Lima" – segundo o próprio José Wellington. Cícero e alguns candidatos à sucessão (JW sentado à direita) ...

Ministério do Belém – Cícero, o ocaso do timoneiro

Imagem
José Wellington Bezerra da Costa, o cearense de São Luis do Curu, assumiu em janeiro de 1980, na cidade de São Paulo, o Ministério do Belém, um dos mais importantes das Assembleias de Deus no Brasil. Seu antecessor, foi nada mais nada menos que o veterano e o respeitado pastor Cícero Canuto de Lima. A história oficial passa longe dos detalhes da conturbada sucessão. Mas há indícios nas publicações da CPAD, através do Mensageiro da Paz e das biografias autorizadas, que o pastor Cícero em sua derradeira década à frente do ministério, sofreu um grande processo de desgaste em sua liderança. Soma-se a isso, o intenso clima de disputas internas pelo cargo do pioneiro. Signatário da convocação para a primeira Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) em 1930, o nordestino Cícero pastoreou por 15 anos da AD em João Pessoa (PB). O desejo de trabalhar no sul do país surgiu em 1937. Em entrevista ao Mensageiro da Paz em 1974, declarou: "puseram muitos obstáculos...

CGADB - todos contra todos

Imagem
Superado os problemas da primeira CGADB, a liderança assembleiana foi tentando acomodar suas divergências. Os pastores brasileiros, gradativamente, foram conquistando seu espaço nas principais igrejas. Os suecos ainda mantiveram sua influência teológica, mas a tão almejada harmonia seria um sonho dentro das ADs. Primeiro, porque transposto os problemas iniciais, outras questões surgiram ou se avolumaram. A cooperação dos missionários norte-americanos e seus projetos de utilização de novas mídias e a criação de institutos bíblicos, tornaram-se mais um ingrediente nas polêmicas convencionais. Mas é muito evidente, até na história oficial, que a expansão dos ministérios, principalmente o de Madureira, foi um dos principais fatores de constantes intrigas entre os obreiros. Silas Daniel no livro História da CGADB , nomeia esse tempo crítico de "período de intensos debates". CGADB em Santo André (SP) - 1975 Porém, justiça se faça: não foi só por causa de Madureira...