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Firmino, o sétimo contra os "reinos" da AD em Belém

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Conforme visto nas últimas postagens, a gestão do pastor Firmino de Anunciação Gouveia, foi marcada por enormes desafios. Em seus primeiros dias à frente da AD em Belém ele enfrentou oposição à sua posse, mas o problema foi solucionado com o tempo. Depois vieram os projetos de criação do Instituto Bíblico, o investimento em missões e a construção das congregações em todos os bairros da cidade. A construção do grandioso templo-sede em Belém na conturbada década de 1980, foi também um empreendimento desgastante. Tão exaustivo, que em 1985, Gouveia decidiu entregar a liderança da convenção regional (era costume o pastor da Igreja-Mãe acumular as duas funções) para o seu vice-presidente, o pastor Josias Carmelo da Silva. Ao que tudo indica, mesmo depois de ter inaugurado o novo templo, Firmino tentou, mas conseguiu reaver a liderança da COMIEADEPA. Depois do pastor Josias, foi eleito para o cargo Gilberto Marques à convite do próprio Josias Carmelo. Essa quebra de tradição gerou, posterior

AD em Curitiba - gestão Delfino Brunelli (1957-1959)

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Entre os dias 11 e 16 de março de 1958, a AD em Curitiba, Paraná, recebeu pastores e evangelistas paranaenses para uma convenção histórica. Além dos obreiros das igrejas do estado, compareceram às reuniões líderes de expressão nacional, como Cícero Canuto de Lima, Daniel Berg (fundador das ADs no Brasil), Nels Nelson, Bruno Skolimowski, Simon Lundgren, José Gomes Moreno. Do estado vizinho, Santa Catarina, compareceram os pastores João Ungur, Satyro Loureiro, Antonieto Grangeiro Sobrinho, Telfrid Herbst, José Pio da Paz entre outros. O escritor e jornalista Emílio Conde também se fez presente para contar através das páginas do Mensageiro da Paz , o que aconteceu naqueles dias memoráveis. Histórica reunião de obreiros em Curitiba - 1958 Segundo Conde, os estudos bíblicos “aclararam muitos problemas e desfizeram dúvidas de alguns obreiros”. Na quinta-feira, após o culto, toda a igreja reunida transportou-se para o auditório de uma rádio local “a fim de assistir e prestigiar a transmissão

Centenário da AD em Santos - "Era João Alves Corrêa"

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O nome que mais se destaca na história centenária da AD em Santos, SP, é o do saudoso pastor João Alves Corrêa (1914-2007). Entre 1962 a 1993, o antigo vice-presidente do memorável pastor Cícero Canuto de Lima do Belenzinho, liderou a igreja em sua fase de maior crescimento e expansão. Isso num período em que a cidade vivia as glórias do seu time de futebol e sentia a face mais dura da repressão do Regime Militar (1964-1985). Sua personalidade forte e a convicção de estar realizando a vontade de Deus, ajudaram-no a debelar a crise sucessória em Santos e enfrentar os preconceitos. Corrêa era um homem negro, numa igreja com um grupo elitizado e de vários sindicalistas entre os seus membros. Não era fácil ser pastor na AD pioneira no estado paulista. Pastor João Alves Corrêa: líder da AD em Santos (1962-1993) Esse contexto se confirmou quando ele enfrentou resistências do ministério local na decisão de comprar o terreno vizinho. Talvez pela oposição à compra do lote contíguo ao templo-sed

Firmino, o sétimo - temperamental eu sou

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Na simbologia bíblica, sete é o número da perfeição e da plenitude. O pastor Firmino da Anunciação Gouveia foi o sétimo pastor (1968-1997) da AD em Belém e, até o momento, o mais longevo no pastorado. Mas pelo andar da carruagem, seu sucessor, o pastor Samuel Câmara, deverá ultrapassá-lo em breve. Quando assumiu a AD em Belém, em 1968, a cidade contava com aproximadamente 600 mil habitantes e a igreja possuía 12 filiais. Nesse momento, a metrópole da Amazônia já vivia o impacto da construção da Rodovia Belém-Brasília, que resultou na explosão demográfica vista nas décadas seguintes. Em 1997, quando Firmino deixou a liderança da igreja, o número de congregações refletia o crescimento expressivo da cidade, que estava na casa dos 1.200 mil habitantes. Em sua biografia constam mais de 154 congregações construídas sob sua gestão. Uma média de cinco templos edificados por ano. Em praticamente três décadas de pastoreio, Gouveia implantou um instituto bíblico chamado de “Escola de Profetas” en

Macalão e os missionários suecos - cooperação ou cisão?

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Com as celebrações do Centenário das Assembleias de Deus (ADs) no Rio de Janeiro, uma antiga polêmica foi suscitada: o pastor Paulo Leivas Macalão (1903-1982) rompeu ou não com os missionários suecos para fundar seu próprio ministério? O surgimento do Ministério de Madureira foi um ato de rebeldia do jovem obreiro? Nas redes sociais, espaço amplo de debates, o tema gerou profundas divergências. Mas a celeuma não é nova, e sempre é levantada no contexto dos interesses eclesiásticos da maior denominação pentecostal no Brasil, que por sua vez é subdividida em vários ministérios concorrentes. Paulo Macalão, filho de um militar gaúcho, começou a frequentar a “Igreja do Orfanato” lá pelos idos de 1923. Em 1924, participou com outros pioneiros da implantação da AD em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Batizado nas águas por Gunnar Vingren, Macalão foi o segundo na lista do rol de membros da nova igreja. Também implantou a banda de música na congregação. EB da AD no RJ em 1929 - casal Vingren s

Firmino Gouveia - sucessão e crise em Belém

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Em dezembro de 1968, o pastor Firmino da Anunciação Gouveia assumiu a liderança da AD em Belém do Pará e iniciou o novo ano (1969) enfrentando ameaças de divisão com agitações, panfletos de protesto e obreiros de congregações em oposição ao novo líder. Foram dias de muita tensão na Igreja-Mãe. Para entender: Gouveia havia sido designado pelo pastor Alcebiades Vasconcelos para ser o seu sucessor e obteve da convenção estadual e do ministério local a aprovação do seu nome como a “vontade divina” para a igreja. Considerou-se que ele já estava familiarizado com a administração eclesiástica em Belém, pois desde 1965, atuava na cidade. A Assembleia Geral Extraordinária da igreja também ponderou “que qualquer obreiro vindo de fora procuraria imprimir no trabalho da Igreja um ritmo diferente” do habitual. O receio de um pastor exógeno seria o de “mudanças bruscas e métodos de trabalhar e cooperar diferentes que traria dificuldades à Igreja, ao Ministério Local e ao Ministério Geral do Estado”.

Firmino Gouveia - "o ano que não terminou"

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Revisitar a história do pastor Firmino da Anunciação Gouveia, antigo líder da AD em Belém do Pará, é a melhor forma de compreender a existência de dois ramos da AD concorrentes no Pará: a Convenção Interestadual de Ministros e Igrejas Evangélicas das Assembleias de Deus do Pará (COMIEADEPA) e a Convenção da igreja-Mãe das Assembleias de Deus no Brasil (CIMADB). Firmino nasceu em Portugal, em 1925. Três anos depois, os Gouveia resolveram fugir das instabilidades políticas e econômicas do país natal e seguiram o destino de muitos dos seus compatriotas, o Brasil. S eguiam o catolicismo tradicional, e como muitos dos seus patrícios em Belém, investiram em seu próprio negócio.  Por imposição do pai, Firmino na adolescência iniciou o aprendizado de atendente no comércio local visando uma futura mercearia familiar.  O temperamento impulsivo do futuro pastor revelou-se já no começo da juventude, quando “resolveu não mais ficar sob a tutela do rígido pai”. Saiu de casa e no período de nove mese