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Mostrando postagens com o rótulo Frida Vingren

Centenário da AD no RJ - homenagem à Frida Vingren

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No final da década de 1990, o sociólogo Gedeon Alencar em sua pesquisa de mestrado começou a ler e tabular os artigos do jornal Boa Semente e Mensageiro da Paz . Notou que o nome da esposa de Gunnar Vingren, o fundador das ADs no Brasil aparecia com destaque.  Frida Vingren escrevia, dirigia o jornal, pregava, ensinava, realizava cultos nas praças públicas e nos presídios e, na ausência do esposo, liderava a AD em São Cristóvão na cidade do Rio de Janeiro, antiga Capital da República no Brasil. Com tantas informações, Alencar se perguntou? Quem era essa mulher que veio sozinha da Suécia para casar com Gunnar Vingren e exercia tantas funções dentro da igreja, num tempo em que era vedado às mulheres o direito ao voto, mesmo nos países de legislação mais avançada. A mulher no Brasil, além de não votar, também não podia trabalhar fora sem autorização do marido e nem dirigir veículos automotores, pois o machismo contra a presença feminina na direção era muito grande. Segundo o Código C...

Frida Vingren - e o suposto affair

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Um dos pontos mais discutidos da matéria da BBC Brasil sobre Frida foi o suposto affair da missionária com um obreiro brasileiro. Isael de Araújo, biógrafo da senhora Vingren, afirma no Mensageiro da Paz (edição de outubro de 2018), que o affair tratar-se "apenas de um boato" sem comprovação. O tal "boato" apareceu em cartas da época e não há confirmação alguma do fato em si. Para reforçar seu argumento, Isael diz que na reportagem da BBC, a jornalista Kajsa Norrel "não consegue confirmar com segurança" a história, pois há "inconsistência" em seu conteúdo, ou seja, falta base documental para corroborar o rumor do romance. Mas, na mesma matéria, Norrel afirmou crer na veracidade do affair , pois "entrevistou um dos filhos de Frida e algumas de suas netas enquanto escrevia o livro e que identificou o assunto em cartas enviadas à Suécia por pessoas que não eram hostis a ela'". Gedeon Alencar em seu livro Matriz Pent...

O caso Frida Vingren - CPAD desmente versão da BBC Brasil

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A reportagem produzida pela BBC Brasil e replicada por vários sites de informação no país, inclusive o G1 do Grupo Globo, fez o livro Halleljua Brasilien!, da jornalista sueca Kajsa Norrel, publicado em 2011, sobre a vida e morte da missionária Frida Vingren ficar conhecido do grande público evangélico e secular. As controversas informações da matéria, geraram uma nova onda de debates sobre o ministério feminino e o triste destino de Frida Vingren, esposa do mítico fundador das Assembleias de Deus no Brasil, Gunnar Vingren; esquecida e morta na Suécia em setembro de 1940. Por se tratar de uma figura emblemática da história assembleiana e em parte pelo "vazamento" de notas polêmicas, o Mensageiro da Paz (edição de outubro de 2018) trouxe em suas páginas, um texto-resposta escrito pelo jornalista e historiador Isael de Araújo, autor de uma biografia sobre a pioneira publicada pela CPAD em 2014. Chamada do MP: tentativa de controle da História O posicionamento ofic...

Gunnar, Frida e Nyström - tempos conturbados

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O missionário Gunnar Vingren, juntamente com seu companheiro Daniel Berg chegaram ao Brasil, especificamente em Belém do Pará, no dia 19 de novembro de 1910. Sete meses depois, no dia 18 de junho de 1911, os suecos iniciaram o trabalho da Missão da Fé Apostólica, depois modificado para Assembleia de Deus (AD). A história é conhecida: a igreja formada apenas por alguns membros excluídos da Igreja Batista em Belém, sob a liderança de Vingren e Berg cresce e se expande por todo o país. Paralelamente, o apoio da Igreja Filadélfia, em Estocolmo foi fundamental. Lewi Pethrus, amigo de infância de Daniel Berg e grande líder do movimento pentecostal na Suécia, enviou missionários ao Brasil para consolidar a grande obra de evangelização. Entre eles, o casal Samuel e Lina Nyström. Família Vingren: o amargo regresso em 1932 Os Nyström chegaram ao Brasil em agosto de 1916. Samuel era um obreiro de extrema competência e foi pioneiro na abertura de vários trabalhos na região norte. No ano...

Versões da história das ADs - contradições

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O objetivo dessa postagem é comparar algumas narrativas assembleianas com documentos, pesquisas e informações disponíveis, os quais, servem de contraponto à dita "História Oficial" das Assembleias de Deus. Existe, na história e em sua narrativa, na grande maioria das vezes, uma enorme distância entre o fato e a versão dele. As versões da história eclesiástica, em geral, têm o objetivo de edificar os crentes e apontar exemplos a serem seguidos. Como escreveu o pastor e poeta Joanyr de Oliveira, a "historiografia oficial, seja religiosa, seja política, é sempre míope em avançado grau - quando não ostensivamente estrábica, em boa parte não é senão uma grande farsa. Quantos pseudos santos e heróis nos forja, sem o mínimo pudor... Sim, a história dos vencedores - a que prevalece - é sempre tendenciosa, desonesta". Então vamos a algumas versões e contradições da história. CGADB de 1930: clima de tensão nas ADs "Não havia nenhuma intenção dos obreiros na...

Qual o papel da mulher na igreja? - a pergunta que não quer calar

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O ministério feminino sempre foi um ponto polêmico dentro das Assembleias de Deus. Desde a primeira Convenção Geral realizada em 1930 em Natal (RN), com a presença de Frida Vingen, questiona-se sobre o papel da mulher na igreja.  A famosa resolução de 1930, não pacificou os conflitos entre os convencionais e a esposa do pioneiro Gunnar Vingren. O casal dois anos depois regressou à Suécia, mas o tema vez por outra emergia na instituição. Sinal de que a imposição às mulheres na primeira conferência sempre foi alvo de contestações internas.  Em 1966, o antigo pastor da AD em Pindamonhangaba (SP), João de Oliveira escreveu no Mensageiro da Paz , um artigo intitulado Qual o papel da mulher na igreja?  Nele, Oliveira desenvolveu argumentações que devem ter repercutido muito entre os assembleianos da sua época. O texto com certeza ainda hoje seria alvo de ardorosos elogios e contestações. Pastor João argumentou: Deus não faz acepção de pessoas, ou concede dons e min...

Frida - um olhar de gênero

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No distante janeiro de 1941, os leitores do Mensageiro da Paz , foram informados através do pastor Samuel Nyström sobre o precoce falecimento, aos 49 anos, da missionária sueca Frida Strandberg, viúva de Gunnar Vingren, um dos fundadores das Assembleias de Deus no Brasil. Nyström, em seu texto, enaltece as virtudes da missionária. Segundo ele, Frida era talentosa, criativa, dedicada e carismática. Como ninguém "sabia cativar os que a ouviam" - destacou. Mas, em meio a tantos elogios, Samuel fez uma ressalva: "A sua impetuosidade, algumas vezes, levou-a além do que era prudente e útil...". Eufemismos, que estudos recentes sobre a história das ADs revelam ter sido na verdade, uma grande batalha e disputa pelo poder dentro da denominação. Frida, não se contentou em ser simplesmente uma esposa "bela, recatada e do lar" ou assumir destacado papel de assistente social. Valéria Vilhena: tese polêmica sobre Frida Ela foi e queria ser muito mais do que isso...

Frida Vingren: seu esquecimento e morte

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O lançamento da biografia da missionária Frida Vingren editado pela CPAD foi aguardado com muita expectativa pelos estudiosos da história das Assembleias de Deus no Brasil, pois muitas informações sobre a pioneira, seu ministério e as polêmicas envolvendo seu nome já eram conhecidas através dos escritos do sociólogo Gedeon Alencar, o qual desde fins dos anos 90 tem resgatado a memória da senhora Vingren. Alencar fez uma extensa pesquisa sobre Frida como parte da sua tese de mestrado e doutorado. Em 2009 já havia publicado um artigo na revista Religiões em Diálogo intitulado Frida Vingren (1891-1940): quando uma missão vale mais que a vida -  e nesse texto detalhado a atuação da mulher de Gunnar Vingren nas ADs e a oposição ao seu ministério. Em sua tese de doutorado, o sociólogo teve a ajuda da jornalista Kajsa Norell, que lhe deu vários livros, jornais e cartas dos suecos digitalizados lhe auxiliando grandemente na pesquisa. Dessa forma, novos detalhes foram incorporados e, o...

Frida Vingren: do esquecimento a mitificação

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O sociólogo Paul Freston ao refletir sobre a história do pentecostalismo brasileiro, comenta que, quanto mais "erudita" uma igreja se torna, maior é a preocupação com o controle de sua própria história.  Com o aumento das pesquisas acadêmicas sobre as Assembleias de Deus (e também sobre outras denominações pentecostais) essa preocupação se tornou ainda mais forte, pois alguns mitos e biografias, inevitavelmente acabam sendo revistos e questionados.  Então como lidar com essas novas versões? Ignorá-las e fazer de conta que a história denominacional é intocável? Ou seria melhor retocá-la, ou seja, responder com uma nova versão dentro dos padrões já pré-estabelecidos pela instituição? O livro Frida Vingren , do jornalista Isael de Araújo é uma tentativa de controle da história. Os estudiosos já discutiam antecipadamente que, a obra seria uma resposta da CPAD aos escritos do sociólogo Gedeon Alencar, que desde o fim da década de 1990, têm resgatado a memória da pioneira do...

Biografia de Frida Vingren: versão CPAD

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Previsto para o início de 2014, o lançamento da biografia da pioneira Frida Vingren, esposa do missionário Gunnar Vingren, um dos fundadores das Assembleias de Deus no Brasil está gerando uma grande expectativa entre estudiosos, pesquisadores e interessados na história da AD. Escrita pelo jornalista Isael de Araújo, o livro promete mais informações sobre a missionária, uma personagem que se tornou emblemática dentro das ADs nesses últimos anos. Casal Vingren: pioneiros da AD Frida, sua vida e ministério tem sido alvo de muitas discussões, principalmente através dos estudos do sociólogo Gedeon Alencar, o qual destaca não só a atuação da esposa de Gunnar, mas o quanto ela foi vítima do machismo sueco-nordestino, o qual calou a pioneira, e fez que Gunnar Vingren, o mítico pioneiro das ADs, fosse voto vencido na disposição de apoiar o ministério feminino dentro da denominação. Para o sociólogo, a derrota do casal Vingren na CGADB de 1930, foi também a derrota de um modelo de igreja...

Frida Vingren: desabafos no Mensageiro da Paz

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A memória da pioneira Frida Vingren, ultimamente tem sido alvo nos últimos anos de várias discussões e polêmicas. Esquecida pela historiografia oficial das Assembleias de Deus, sua atuação, direção e ministério à frente da nascente igreja pentecostal, tem sido de certa forma "resgatado", tanto pelos historiadores assembleianos, como pelos estudiosos não ligados à denominação. Gedeon Alencar levanta algumas hipóteses sobre a atuação dessa senhora no início do trabalho pentecostal no Brasil. Para ele, com Gunnar Vingren quase sempre doente e enfermo, era ela quem dirigia a igreja na cidade do Rio de Janeiro; tanto na ausência como na presença do esposo. Ela pregava, dirigia, cantava, tocava, escrevia, ou seja, exercia inúmeras funções na igreja. Porém, Frida e seu estilo de liderança, não foram aceitos pelos líderes da AD no Brasil, os quais na primeira Convenção Geral decidiram que: As irmãs têm todo o direito de participar da obra evangélica, testificando de Jesus e a...

Frida Vingren: um ministério contestado e polêmico

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Frida Maria Strandberg Vingren (1891-1940) é uma das biografias mais polêmicas (e porque não perturbadora) da história das Assembleias de Deus no Brasil. Missionária sueca, enfermeira, poetisa, compositora, musicista, redatora, pesquisadora, pregadora e ensinadora pentecostal, era também esposa do pioneiro assembleiano Gunnar Vingren. Frida: nas palavras do filho Ivar ela foi incompreendida A todos esses predicados, poderia também estar incluído o de pastora. Frida, poderia ter sido reconhecida há muitos anos, como a primeira pastora das Assembleias de Deus no Brasil. Na biografia do esposo encontram-se a aceitação por parte do pioneiro do ministério feminino, inclusive com a separação de uma diaconisa na igreja de São Cristóvão no Rio de Janeiro. A própria história assembleiana é clara quanto ao desempenho da senhora Vingren. Na ausência (ou na presença) de Gunnar Vingren, Frida dirigia, pregava e ensinava na igreja. Porém os líderes assembleianos dos primeiros anos não aceitaram ...