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Mostrando postagens de janeiro, 2024

Adriano Nobre - o cancelamento histórico

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Quando A Seara foi recém lançada na década de 1950, adiantava-se na contracapa da revista que chegava aos leitores, os principais assuntos da próxima edição. Criava-se assim, uma boa dose de expectativas sobre os temas pautados pelos seus jovens editores da CPAD. Só para lembrar: a revista A Seara foi lançada em setembro de 1956, e tinha propostas que, se colocadas em prática, trariam maior abertura à denominação. No periódico eram debatidos assuntos polêmicos como institutos bíblicos e congressos de jovens; assuntos controversos para a época. Idealizada por Augusto Rocha, João Pereira de Andrade e Silva e Joanyr de Oliveira, A Seara teve uma excelente recepção no mercado evangélico. Nos registros oficiais, o novo produto da CPAD foi recebido com alegria. O pastor João Pereira, anos depois do lançamento do produto, relatou que a “felicidade de (quase) todos era imensa”. A falta de unanimidade sobre uma revista com boa tiragem e abrangência nacional, devia-se ao fato de alguns líder

A invisibilidade das mulheres na história

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As questões de ministério e liderança feminina nunca foram ponto pacífico dentro das ADs no Brasil. Na Convenção Geral de 1930 em Natal, no Rio Grande do Norte, tentaram enquadrar as mulheres e dar uma solução satisfatória ao caso, todavia, sem sucesso aparente. Na contramão da sociedade, onde as mulheres conquistavam seu espaço e influência (sempre as duras penas), os líderes das ADs sinalizaram o oposto, ou seja, delimitaram a área de atuação do chamado “sexo frágil”. Segundo os convencionais de 1930, as irmãs teriam “todo o direito de participar da obra evangélica, testificando de Jesus e a sua salvação, e também ensinando quando for necessário”. Porém, quando se tratava de liderança, a democracia eclesiástica era limitada: “Mas não se considera que uma irmã tenha função de pastor de uma igreja ou de ensinadora, salvo em casos excepcionais mencionados em Mateus 12. 3-8 (uma referência ao princípio de necessidade). Isso deve acontecer somente quando não existam na igreja irmãos capac

Ministérios Hereditários - o caso da AD em Bento Ribeiro, RJ

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Quando o assunto sucessões familiares vêm à baila, muito se comenta sobre os Ministérios e Convenções mais conhecidas no Brasil (Belenzinho, Santos, Madureira, Belém do Pará). Como já se observou em outras postagens, alguns Ministérios são controlados por determinadas famílias há décadas. Porém, há um Ministério que desde a sua fundação no ano de 1945, é liderado por um só clã familiar: a AD em Bento Ribeiro, bairro da Zona Norte no Rio de Janeiro. Tudo começou quando um membro da Igreja Congregacional, Horácio da Silva, vivenciou a experiência pentecostal. A casa dos Silva era utilizada para os cultos da Congregacional desde 1930, mas depois de receber o batismo no Espírito Santo, Horácio resolveu começar em sua residência, na Rua Conde de Resende 306, uma congregação da AD. Utilizando a máquina de costura da esposa como púlpito, Horácio viu no primeiro culto em sua moradia uma pessoa aceitar a Jesus. Na segunda reunião, duas pessoas se renderam a Cristo, e na terceira mais sete; no q