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Paulo Kolenda Lemos - antigo pastor em Santa Catarina

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Na postagem anterior foi destacado o ministério do Pastor Paulo Kolenda Lemos na cidade de Itajaí, SC, e do seu esquecimento institucional. O antigo líder da AD pioneira no estado deveria constar na galeria dos pastores-presidentes da igreja. Mas ainda há tempo para essa reparação histórica. Todavia, o Pastor Paulo também liderou outras igrejas catarinenses. No início do ano de 1950, ele deixou Itajaí e mudou-se para Joinville, onde foi recebido como pastor-auxiliar do missionário norte-americano Virgil Smith, que na época pastoreava a AD joinvilense. Na "Cidade dos Príncipes" a família aumentou com o nascimento de mais duas filhas: Lurdes e Marta.  Tempos depois da chegada de Lemos, o missionário Smith viajou em férias para os Estados Unidos. Coube a Paulo e ao seu tio J. P. Kolenda, a tarefa de cuidar da igreja em Joinville durante os meses em que Virgil e sua esposa Ramona ficaram na América do Norte.  Com a volta do casal missionário ao Brasil, em outubro de 1951, Virgil,...

Paulo Kolenda Lemos - o pastor esquecido de Itajaí

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Com a proximidade das celebrações do centenário da AD em Santa Catarina, é necessário revisitar a história dos pioneiros e das primeiras igrejas implantadas em solo catarinense. É importante também destacar que com o passar dos anos e a seletividade da memória institucional, alguns personagens, fatos e circunstâncias também foram "esquecidos" pela falta do cuidado em registrar os eventos ou pelo zelo em preservar a pureza da história eclesiástica. Entre os líderes pioneiros da AD em Santa Catarina, o pastor Paulo Kolenda Lemos merece uma reparação histórica. Pois mesmo sendo um dos principais membros do ministério catarinense entre as décadas de 1940 e 50, pouco destaque recebeu pela historiografia oficial até aqui. Paulo Lemos era filho de Rodrigo Ribeiro Lemos e Martha Kolenda, irmã do missionário John Peter (JP) Kolenda e o terceiro entre os nove irmãos nascidos em solo gaúcho (Alberto, Silvestre, Isaque, Maria Etelvina, João, Albertina, Rodolfo e Édison). Paulo nasceu no ...

A controvérsia do batismo pentecostal - ano 1947

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Como se divulgou na postagem anterior, o jornalista Emílio Conde nunca afirmou ser Celina Albuquerque a primeira crente batizada com o Espírito Santo no Brasil. Oriundo da Congregação Cristã no Brasil, Conde conhecia os primórdios da sua antiga igreja e, segundo o relato do próprio escritor, o próprio fundador da Congregação Cristã, Louis Francescon, lhe contou sobre o trabalho por ele aberto em Santo Antônio da Platina, PR, em 1910. Porém, o artigo do pastor José Menezes ao  Mensageiro da Paz (edição de 15 de maio de 1947), no qual ele sustenta a tese de que a senhora Albuquerque teve a primazia do batismo pentecostal no Brasil, não passou sem contestações. Em carta dirigida ao jornalista Emílio Conde, o Ancião da Assembleia Cristã na Villa Linch, Argentina, Ricardo Rebuffo procurou relembrar o trabalho pioneiro de Francescon e do núcleo pentecostal no interior paranaense formado entre maio e abril de 1910. Ricardo Rebuffo  A carta publicada no periódico EL CRISTIANO, em sete...

Controvérsia - a primazia do batismo Espírito Santo no Brasil

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Na lição n° 09, da Escola Bíblica Dominical (EBD) do 1º trimestre de 2023, publicada pela CPAD, o comentarista Elinaldo Renovato aborda o tema "O Avivamento Pentecostal no Brasil". O objetivo da lição é claro conforme o plano de aula da revista dos professores: "Veremos como que o que ocorreu ao longo do livro de Atos dos Apóstolos, repetiu-se em terras brasileiras...". Com este intuito, o pastor Renovato repete de maneira sucinta os primórdios das ADs com a chegada de Daniel Berg e Gunnar Vingren a Belém do Pará em 1910, as resistências por parte das igrejas tradicionais a doutrina pentecostal e ao fato que causa controvérsias sendo motivo de disputa histórica: a primazia do batismo no Espírito Santo em terras brasileiras. Segundo o escritor, a irmã Celina Albuquerque creu na mensagem pentecostal e no ano de 1911 "recebeu o dom de Deus e, por isso, é considerada a primeira brasileira batizada no Espírito Santo em nosso país.". Para os estudiosos da histór...

Alfredo Reikdal - o candidato

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O Pastor Alfredo Emílio Reikdal (1915-2010) liderou por 67 anos a Assembleia de Deus - Ministério do Ipiranga em São Paulo. Um recorde nacional e mundial, segundo sua biografia oficial. Não por acaso, é impossível falar ou escrever sobre a ramificação assembleiana da zona sul paulistana, sem interligar Reikdal/Ipiranga. Nos últimos anos do seu ministério, o líder do Ipiranga fazia questão de declarar-se "assembleiano ortodoxo e sectário". Alfredo reprovava com veemência os movimentos ecumênicos e as inovações nas ADs, chegando a fundar a Convenção dos Ministros Ortodoxos da Assembleia de Deus no Estado de São Paulo e Outros (COMOESPO) por discordar dos rumos da Convenção dos Ministros das Assembleias de Deus no Estado de São Paulo e Outros (COMADESP); entidade que ajudou a organizar. Se por um lado Reikdal era tão conservador, por outro, sua ousadia na seara política foi muito controversa. Segundo seu biógrafo oficial Eliézer Cohen: "Com relação à política nosso pastor...

Como se deve apascentar o rebanho de Cristo?

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Não é de hoje que as discussões sobre o conceito de ministério é um assunto preocupante para as Assembleias de Deus no Brasil (ADs).  As controvérsias sobre o tema sempre existiram: deveria o pastor concentrar tantas congregações sob sua autoridade? Seria a titulação "pastor-presidente" ou "pastor-geral" algo correto diante do modelo bíblico de administração de igreja? E o papel dos presbíteros e das mulheres na denominação? Poderiam exercer funções pastorais? As indagações, além de envolver a busca sincera pela vontade divina, também serviam para apontar criticamente para alguns excessos, desvios ou má interpretação do texto sagrado. Coisa muito comum em movimentos religiosos de expansão rápida e de ministério com formação leiga.    Na 2ª Convenção Regional da AD no estado de São Paulo, realizada em dezembro de 1935, quando a igreja paulista era liderada pelo missionário sueco Simon Lundgren, algumas questões surgiram e foram respondidas e registradas no Mensageiro...

Sou do tempo... (parte 01)

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“A verdadeira viagem se faz na memória.” Marcel Proust Sou do tempo... em que nas reuniões administrativas da congregação discutia-se, entre outras coisas, a necessidade de arrumar o bicicletário para o pequeno templo de madeira. Eram poucos os membros que possuíam carro, moto ou caminhonete. Hoje, os estacionamentos das igrejas são insuficientes para a grande quantidade de veículos. E para ir ao exemplo mais extremo, tem líder que só visita uma filial do seu ministério se tiver heliporto à disposição. Congregação da AD no bairro Boehmerwald em Joinville em 1983: muitas bicicletas e poucos automóveis Sou do tempo... em que se cantavam os hinos da Harpa Cristã (HC). Obrigatoriamente eram três. Hoje, dependendo do dia e do evento se canta um ou dois. Tem ADs que nem utilizam mais a HC. A liturgia dessas igrejas dispensou definitivamente o hinário que completou cem anos em 2022. Talvez até por coerência teológica: não tem sentido cantar "Na Assembleia de Deus tu estejas / Humilde aos...