Sou do tempo... (parte 01)

“A verdadeira viagem se faz na memória.”

Marcel Proust


Sou do tempo... em que nas reuniões administrativas da congregação discutia-se, entre outras coisas, a necessidade de arrumar o bicicletário para o pequeno templo de madeira. Eram poucos os membros que possuíam carro, moto ou caminhonete. Hoje, os estacionamentos das igrejas são insuficientes para a grande quantidade de veículos. E para ir ao exemplo mais extremo, tem líder que só visita uma filial do seu ministério se tiver heliporto à disposição.

Congregação da AD no bairro Boehmerwald em Joinville em 1983: muitas bicicletas e poucos automóveis

Sou do tempo... em que se cantavam os hinos da Harpa Cristã (HC). Obrigatoriamente eram três. Hoje, dependendo do dia e do evento se canta um ou dois. Tem ADs que nem utilizam mais a HC. A liturgia dessas igrejas dispensou definitivamente o hinário que completou cem anos em 2022. Talvez até por coerência teológica: não tem sentido cantar "Na Assembleia de Deus tu estejas / Humilde aos pés do Senhor / Santidade convém à Igreja / P'ra gozarmos celeste amor (HC nº 144), enquanto no mesmo culto, o cantor ou a cantora "gospel" taca-lhe o "Quem te viu passar na prova e não te ajudou quando ver você na benção vão se arrepender...".

Harpa Cristã: letras da teologia do sofrimento em disputa com os ensinamentos da prosperidade e autoajuda nas ADs


Sou do tempo... em que o máximo nas festividades de jovens eram os jograis. A CPAD até editava livros para esse tipo de apresentação. Os ensaios demoravam dias, semanas e até meses para que cada movimentação e fala ficasse perfeita. Mas logo a dinâmica mudou: surgiram as coreografias. A primeira vez que vi algo assim foi num dos congressos dos Gideões Missionários da Última Hora, na década de 1990. Com o tempo, além dos jovens, as coreografias também foram adotadas em profusão pelas crianças e adolescentes alcançando até em alguns casos, as veneráveis irmãs do Circulo de Oração. 

É a modernidade...

Apresentação de um jogral da AD em Criciúma na década de 1970: era ponto alto dos congressos e festividades dos jovens

Comentários

  1. Os estacionamentos para os carrões importados dos impostores pastores protestantes que lavam o dinheiro das milícias e do tráfico de drogas nas periferias do Brasil e que tem heliportos e a ideologia da prosperidade protestante virariam pó se o Brasil e o mundo inteiro estivessem sob a bandeira do verdadeiro Deus e do verdadeiro Jesus Cristo que crê e ensina a Igreja Católica Apostólica Romana em um universalismo católico romano no mundo todo contra os pequenos impérios babilônicos com pés de barro dos falsários pastores protestantes e contra o paganismo nacionalista e patrioteiro que se dá no sacrifício de um mundo de irmãos nos altares pagãos das nações. Tudo isso sob o império do Vigário de Cristo que é o Santo Padre, o Papa.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Interessante prezado João Emiliano. Sem desejar criar uma guerra denominacional entre assembleianos e católicos, seria interessante você observar o significado da palavra "vigário". Quanta arrogância um mero homem pecador, sujeito às mesmas paixões que eu e você, ser chamado de "vigário" daquele que é Deus. Meu caro, que Deus abra seus olhos e faça você ver que, somente em Cristo há perfeita e plena salvação, e não nos ditames de um homem que, cedo ou tarde, morrerá, enquanto o Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e homem, reina eternamente.

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

O caso Jimmy Swaggart - 30 anos depois

Iconografia: quadro os dois caminhos

AD em São Cristóvão (RJ): a descaracterizarão de uma igreja histórica