Postagens

O "Timoneiro", o "Trovão" e a tempestade (2ª parte)

Imagem
Como se observou na postagem passada, o pastor Eliseu Feitosa de Alencar voltou a Campo Grande/MS, em março de 1970, depois de cinco anos trabalhando em São Paulo, capital. Foi um tempo de acentuado progresso ministerial, mas também de desconfianças por parte dos principais pastores de Ministério do Belenzinho ao "Trovão Brasileiro". Em jogo, a sucessão do velho "timoneiro". Cícero já estava quase octogenário e ainda não havia definido um sucessor. Vale lembrar, que nas páginas da biografia do pastor José Wellington Bezerra da Costa essa inquietação era constante: Joaquim Marcelino da Silva, da AD em Santo André/SP, manifestou preocupações em relação à sucessão do veterano. Mas ele desconversava e negava-se a apontar diretamente alguém. Sendo um forte concorrente ao posto de líder máximo do Belenzinho, Eliseu Feitosa viveu dias tensos em São Paulo. A volta para Campo Grande, pode estar relacionada ao tal dossiê rejeitado por Cícero e motivador da crise no Ministério...

O "Timoneiro", o "Trovão" e a tempestade (1ª parte)

Imagem
Quase todos os grandes Ministérios ou igrejas dentro das ADs no Brasil têm um caso de divisão em sua história. Madureira, na década de 1960, perdeu a AD em Anápolis/GO para o pastor Antônio Carneiro. Ainda na mesma época, a AD em Fortaleza/CE viu sua congregação em Bela Vista conseguir sua emancipação por mãos e obra do pastor Luiz Bezerra da Costa. Porém, uma das rupturas mais traumáticas foi realizada pelo pastor Eliseu Feitosa de Alencar da AD em Campo Grande, no estado de Mato Grosso do Sul, no ano de 1972. Alencar, que na época dirigia a AD campo-grandense pela segunda vez, causou uma enorme decepção ao seu protetor, o octogenário pastor Cícero Canuto de Lima líder do Ministério do Belenzinho em São Paulo, que caminhava para seus últimos anos de carreira. Além de conturbada, a perda da filial, ao que tudo indica, teve um contexto de ciúmes ministeriais e disputa pela sucessão de Cícero. A AD no Belenzinho era (e ainda é) o maior Ministério da Missão no Brasil e, na medida que...

Eliete Velloso - das igrejas para os palcos

Imagem
Ela viveu e conviveu com os principais nomes do movimento musical iniciado na década de 1960, chamado de "Jovem Guarda". Roberto e Erasmo Carlos, Wanderléia, Jerry Adriani e Wanderley Cardoso foram seus companheiros de apresentações.  Nascida no dia 2 de junho de 1940, em Deodoro, bairro da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, Eliete Velloso era de berço evangélico. O pai era da Igreja Congregacional e a mãe, da Assembleia de Deus em Madureira, do pastor Paulo Leivas Macalão.  O talento foi descoberto precocemente dentro das igrejas. Com oito anos de idade, a menina Eliete já cantava nos cultos e corais. Mesmo no auge da fama, ela sempre que podia, cantava na igreja; sentia-se "mais perto de Deus". Eliete posando para a Revista do Rádio em 1964 O sonho da moça evangélica era ser professora, mas o Rádio a seduziu. Ao se inscrever nos disputadíssimos programas de calouros que, na época, abriam o caminho para o sucesso e estrelato, ela foi descober...

Fotos e fatos das Assembleias de Deus - Pernambuco

Imagem
Quando surgiu no final do século XIX, muitos acreditaram que a fotografia seria o “espelho do real”. Hoje a conceituação mudou. A fotografia congela um momento do tempo e espaço, mas é sujeita a interpretações e manipulações por parte de diversas mídias. Ela (a foto) pode reforçar ou mascarar realidades. A proposta nessa postagem é analisar algumas fotos históricas e refletir sobre os bastidores e desdobramentos históricos das mesmas. A imagem abaixo é o registro do culto fúnebre do pastor José Amaro da Silva, que liderou a AD em Pernambuco de 1956 a 1977. José Amaro era um obreiro respeitado e dinâmico e seu desaparecimento repentino, em 14 de abril de 1977, além da grande comoção entre os assembleianos, causou, segundo Moisés Germano, uma "divisão branca" na igreja pernambucana. Em reunião convocada no dia 04 de julho de 1977, sob a mediação do missionário Eurico Bergstén, a Convenção da Assembleia de Deus no Estado de Pernambuco (CONADEPE) teve que escolher en...

As ADs e o problema educacional (2ª parte)

Imagem
Como observou-se na última postagem, antes do editorial escrito na revista A SEARA , em 1956, pelo pastor João Pereira de Andrade e Silva, intitulado "As Assembleias de Deus e o problema educacional", alguns Ministérios já tinham tomado algumas iniciativas nessa área. A Escola São Paulo, em Madureira/RJ, já era uma realidade, assim como a Escola Primária Nels Nelson, em Manaus/AM. Naquele mesmo ano de 1956, no bairro do Ipiranga, na cidade de São Paulo, o pastor Alfredo Reikdal fundou uma escola primária e, em 1957, um concorrido curso de datilografia. Há também o registro fotográfico de 1956 de um educandário em Dourados no atual Mato Grosso do Sul. Em 1959, o pastor Alcebiades Vasconcelos, ao dar autonomia as congregações da AD em São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro, criou o Instituto Filantrópico Evangélico para gerenciar as 07 escolas de nível primário com mais 780 crianças matriculadas. Era um número expressivo de estudantes na rede de ensino da igreja ca...

As ADs e o problema educacional (1ª parte)

Imagem
Durante a 8ª Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada em Ananindeua, na região metropolitana de Belém (PA), a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) tomou uma decisão histórica ao aprovar a criação da Rede Assembleiana de Ensino (RAE). A proposta, visa criar instituições de ensino de nível fundamental, médio e superior dentro das ADs seguindo o exemplo de igrejas evangélicas históricas. A preocupação com a criação de instituições escolares dentro das ADs não é nova. Em 1956, a revista A SEARA  (novembro/dezembro), no seu editorial reconhecia o crescimento e os avanços da denominação nas questões sociais com a criação de asilos e orfanatos, mas apontava que pouco havia feito até então na questão escolar. Segundo A SEARA , algumas igrejas mantinham educandários em funcionamento, mas outras de elevado número de membros, infelizmente, não possuíam nem mesmo escolas primárias ou ginásios (nome dado ao antigamente ao atual ensino fundamental). A preocup...

Silas Malafaia - a contradição gospel (2ª parte)

Imagem
Silas Lima Malafaia desperta sentimentos contraditórios e as redes sociais estão ai para provar isso. Herdou, do pai e dos tios, o temperamento forte e do sogro recebeu a AD na Penha, bairro de classe média da cidade do Rio de Janeiro. No começo da década de 1980, o jovem pregador começou o seu programa na televisão, quando o aparelho ainda era um tabu na denominação. Quando fundou a Central Gospel em 1999, o contexto da economia internacional favorecia os países emergentes como o Brasil. A alta das commodities (mercadorias produzidas em larga escala e que podem ser estocados sem perda de qualidade, como petróleo, suco de laranja congelado, boi gordo, café, soja e ouro) gerava caixa para o governo federal investir em obras públicas e programas sociais. Houve uma enorme expansão do consumo através do acesso ao microcrédito a pessoas físicas. Nesse ambiente favorável aos negócios, a empresa de Malafaia prosperou. Seu programa ganhou mais audiência e ajudava na divulgação dos prod...