Frida Vingren: do esquecimento a mitificação
O sociólogo Paul Freston ao refletir sobre a história do pentecostalismo brasileiro, comenta que, quanto mais "erudita" uma igreja se torna, maior é a preocupação com o controle de sua própria história.
Com o aumento das pesquisas acadêmicas sobre as Assembleias de Deus (e também sobre outras denominações pentecostais) essa preocupação se tornou ainda mais forte, pois alguns mitos e biografias, inevitavelmente acabam sendo revistos e questionados.
Então como lidar com essas novas versões? Ignorá-las e fazer de conta que a história denominacional é intocável? Ou seria melhor retocá-la, ou seja, responder com uma nova versão dentro dos padrões já pré-estabelecidos pela instituição?
O livro Frida Vingren, do jornalista Isael de Araújo é uma tentativa de controle da história. Os estudiosos já discutiam antecipadamente que, a obra seria uma resposta da CPAD aos escritos do sociólogo Gedeon Alencar, que desde o fim da década de 1990, têm resgatado a memória da pioneira do esquecimento institucional, e lançado luz sobre acontecimentos e polêmicas envolvendo os míticos missionários suecos e os principais pioneiros da AD no Brasil.
Foi com surpresa, que grande parte dos membros e estudiosos das ADs conheceram o profícuo ministério da senhora Vingren nos primórdios da AD em terras brasileiras. Frida atuava como escritora, compositora, redatora, pregadora, ensinadora e liderava juntamente com seu esposo (e na ausência dele) a igreja no Rio de Janeiro.
Gedeon Alencar conta que "descobriu" Frida em sua pesquisa de mestrado. Ao ler e tabular artigos do jornal Boa Semente (antecessor do Mensageiro da Paz) Alencar se perguntou? "Quem era essa mulher que veio sozinha em 1917, solteira para se casar aqui. E em que local do mundo uma mulher dirigia um jornal? Mulher não votava nem no Brasil, nem na Suécia e nos EUA. Mas articulava e dirigia o jornal assembleiano".
A partir dessas questões, o sociólogo aprofundou suas pesquisas em torno da esposa de Gunnar Vingren e descreveu todo o processo de atuação e oposição as atividades do ministério feminino nas ADs. Não só Frida, mas outras mulheres participavam do avanço do pentecostalismo no Brasil.
Ela, porém, era o caso mais emblemático de um modelo de atuação e ministério que não agradava boa parte aos missionários suecos e obreiros nativos. Por ser líder da mais importante igreja das ADs no país, sofreu o boicote da liderança masculina e, caiu no esquecimento.
Mas ao ter sua memória evidenciada décadas depois de sua partida e morte, Frida mais uma vez causa desconforto. Os estudos de Alencar se divulgam, e a missionária torna-se assunto frequente de outras pesquisas, blogs e conversas formais e informais entre estudiosos das ADs.
Surge então a necessidade de "controlar a memória" histórica da denominação. É preciso um contra-ponto. E eis que a CPAD lança uma biografia para alçar a pioneira ao panteão dos heróis assembleianos.
O livro escrito por Isael de Araújo, se por um lado passa ao largo de várias polêmicas, porém tem o mérito de trazer alguns detalhes que elucidam os últimos dias de vida de Frida e, em alguns pontos até corroboram as informações trabalhadas por Alencar.
Os debates sobre a pioneira ainda estão em aberto, para discutir as versões e olhares (tanto de Alencar, como de Araújo) sobre Frida Strandberg Vingren.
Com o aumento das pesquisas acadêmicas sobre as Assembleias de Deus (e também sobre outras denominações pentecostais) essa preocupação se tornou ainda mais forte, pois alguns mitos e biografias, inevitavelmente acabam sendo revistos e questionados.
Então como lidar com essas novas versões? Ignorá-las e fazer de conta que a história denominacional é intocável? Ou seria melhor retocá-la, ou seja, responder com uma nova versão dentro dos padrões já pré-estabelecidos pela instituição?
O livro Frida Vingren, do jornalista Isael de Araújo é uma tentativa de controle da história. Os estudiosos já discutiam antecipadamente que, a obra seria uma resposta da CPAD aos escritos do sociólogo Gedeon Alencar, que desde o fim da década de 1990, têm resgatado a memória da pioneira do esquecimento institucional, e lançado luz sobre acontecimentos e polêmicas envolvendo os míticos missionários suecos e os principais pioneiros da AD no Brasil.
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Biografia de Frida: do esquecimento a mitificação |
Foi com surpresa, que grande parte dos membros e estudiosos das ADs conheceram o profícuo ministério da senhora Vingren nos primórdios da AD em terras brasileiras. Frida atuava como escritora, compositora, redatora, pregadora, ensinadora e liderava juntamente com seu esposo (e na ausência dele) a igreja no Rio de Janeiro.
Gedeon Alencar conta que "descobriu" Frida em sua pesquisa de mestrado. Ao ler e tabular artigos do jornal Boa Semente (antecessor do Mensageiro da Paz) Alencar se perguntou? "Quem era essa mulher que veio sozinha em 1917, solteira para se casar aqui. E em que local do mundo uma mulher dirigia um jornal? Mulher não votava nem no Brasil, nem na Suécia e nos EUA. Mas articulava e dirigia o jornal assembleiano".
A partir dessas questões, o sociólogo aprofundou suas pesquisas em torno da esposa de Gunnar Vingren e descreveu todo o processo de atuação e oposição as atividades do ministério feminino nas ADs. Não só Frida, mas outras mulheres participavam do avanço do pentecostalismo no Brasil.
Ela, porém, era o caso mais emblemático de um modelo de atuação e ministério que não agradava boa parte aos missionários suecos e obreiros nativos. Por ser líder da mais importante igreja das ADs no país, sofreu o boicote da liderança masculina e, caiu no esquecimento.
Mas ao ter sua memória evidenciada décadas depois de sua partida e morte, Frida mais uma vez causa desconforto. Os estudos de Alencar se divulgam, e a missionária torna-se assunto frequente de outras pesquisas, blogs e conversas formais e informais entre estudiosos das ADs.
Surge então a necessidade de "controlar a memória" histórica da denominação. É preciso um contra-ponto. E eis que a CPAD lança uma biografia para alçar a pioneira ao panteão dos heróis assembleianos.
O livro escrito por Isael de Araújo, se por um lado passa ao largo de várias polêmicas, porém tem o mérito de trazer alguns detalhes que elucidam os últimos dias de vida de Frida e, em alguns pontos até corroboram as informações trabalhadas por Alencar.
Os debates sobre a pioneira ainda estão em aberto, para discutir as versões e olhares (tanto de Alencar, como de Araújo) sobre Frida Strandberg Vingren.
E impressionante como uma parte das assembleias de Deus ainda descrimina as mulheres. Vide cultos assembleianos, o pulpito e composto so de lideres masculinos. Quando ae ver no pulpito ou e alguma cantora, esposa de algum pastor que sera preletor da noite e mais nada. Ainda bem que ouve um racha em alguns ministerios e ja tem diaconas, pastoras, presbiteras, e missionarias. Se Frida Vingren estivesse aqui tenho certeza ela ja tinha se mudado pra esta igrejas assembleianas que realmente apoia o ministerio feminino
ResponderExcluirA Irmã Frida Vingren era uma benção, era crente, foi discriminada SIM porém não aceitaria o tal do "Pastorado Feminino" ! Não é bíblico.
ExcluirAo "ANÔNIMO" acima, segue a indagação:
ResponderExcluirO ide ficou só para os homens?
https://www.filhosdeezequiel.com/12-exemplos-de-lideranca-de-lideres-femininas-da-biblia/
Vá estudar!
mais mesmo assim o machismo ainda impera,no meio do povo ainda tem mts pastores que não aceitam o ministerio feminino fazem, descriminação.Continiam ungindo mais não respeitam. SÓ são respeitadas as esposas de Prs precidentes e, PRS REGIONAIS.Qtas mulheres fazendo a função de mts homens...dentro dos ministerios. SE FRIDA VINGREN ESTIVESSE AINDA AQUI CONTINUARIA A SOFRE PERSEGUIÇÕES.
ResponderExcluirAinda hj tem muitas Fridas sendo perseguidas e descriminada."pelo machismo que infelismente ainda impera"