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CGADB de 1987 - a eleição

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Descrita como "monumental" e "a maior de todas" por um dos seus participantes, a CGADB de 1987 entrou para a história das Assembleias de Deus, infelizmente, como a manifestação de um monumental conflito entre os Ministérios da Missão e Madureira. No dia 20 de janeiro no Centro de Eventos em Salvador (BA) ocorreu a eleição da nova Mesa Diretora da CGADB. Antes mesmo da votação, alguns líderes já manifestavam que as tentativas de novamente se chegar a um acordo não seriam possíveis. Havia um exacerbado clima de rivalidade, e o discurso de união já estava sendo abandonado para frases cuidadosamente construídas, as quais, lidas dentro do contexto histórico apontava para as incontornáveis dissenções assembleianas.  Pouco antes da votação, o pastor Luiz Bezerra da Costa, falou em "não ter favoritismo, mas esperava que a unidade permanecesse intacta". O irmão de José Wellington, como bom político, adotava o discurso da neutralidade. Mas era evidente em s...

CGADB de 1987 - as versões

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O moderno e bem situado Centro de Convenções na cidade de Salvador (BA), foi o palco decisivo das disputas envolvendo as principais lideranças das Assembleias de Deus no Brasil. Com mais de três mil obreiros assembleianos inscritos, o conclave de 1987 foi o ápice das graves discordâncias entre os ministérios das ADs. Duas chapas concorrentes, com dois líderes de expressão nacional. De um lado, o veterano e conceituado pastor Alcebiades Pereira Vasconcelos; do outro, Manoel Ferreira, um dos principais líderes do Ministério de Madureira. Em jogo vários interesses político-eclesiásticos. É interessante, porém, conhecer as observações dos dois protagonistas daquela fatídica convenção. São relatos antagônicos, mas é importante saber o contexto para se ter um maior entendimento das declarações dos conhecidos líderes. Manoel Ferreira em suas memórias recorda que na CGADB de 1985, com a eleição da famosa chapa do consenso "ficou acordado também que a partir dali, em todas as Convenç...

CGADB de 1987 - a busca pela (des) união

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Na postagem anterior, se observou que a CGADB de 1987 foi desastrosa para a unidade das ADs. Esse encontro convencional, com certeza foi um dos últimos capítulos da conturbada convivência entre os ministérios ligados a Missão e Madureira. Mas quais teriam sido as cenas finais dessa tumultuada relação? Primeiro é bom lembrar que, a aclamação da famosa "chapa do consenso" na CGADB de 1985, a qual foi resultado de um acordo das lideranças para contornar uma possível divisão, era tão somente um sinal da precária harmonia das ADs. Após a ratificação da "chapa do consenso", uma das matérias de destaque do Mensageiro da Paz (janeiro de 1985) sobre a Convenção Nacional intitulada "Preservada a unidade nas Assembleias de Deus" denunciava o clima de desunião entre os convencionais. Chapa do consenso: manobra para contornar divisão nas ADs Um ano depois, outra reunião de pastores preconizaria um forte confronto de lideranças. Alcebiades Pereira Vasconcelo...

CGADB de 1987 - um desastre para a unidade da igreja

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Centro de Convenções, Salvador, Bahia. Foi nesse local que, entre os dias 19 e 23 de janeiro de 1987, a CGADB realizou uma das mais disputadas convenções de sua história. Nesse conclave, o Ministério de Madureira e os representantes da Missão travariam um embate acirrado. Apesar de historicamente ser um fato recente, o evento ainda é cercado de polêmicas e versões desencontradas. Mas, em um ponto há algo nessa CGADB, que é inegável: o conflito de interesses, os quais colocaram as lideranças da Missão e Madureira em forte antagonismo, mesmo que em anos anteriores as tentativas de conciliar as divergências tenham sido constantes. MP de 1987: CGADB desastrosa para a unidade das ADs É fato que, depois do falecimento de Paulo Leivas Macalão em 1982, as cobranças sobre Madureira se intensificaram. Tido como expansionista Macalão e seu ministério eram vistos com reservas por muitos pastores da AD. Freston fala que a morte de Macalão "foi o sinal para que os outros líderes a...

Manoel Ferreira e José Wellington - caminhos cruzados

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Na 4ª Escola Bíblica Nacional (EBN) da CGADB, em  setembro de 2014, na  Assembleia de Deus em Uberlândia (MG), ocorreu um encontro memorável. O Bispo Primaz Manoel Ferreira (presidente da CONAMAD) foi homenageado. No mesmo evento, Ferreira congratulou-se com o Pastor José Wellington Bezerra da Costa (presidente da CGADB). Divulgadas amplamente nas redes sociais, a homenagem serve para refletir sobre a  vida e trajetória dos dois aclamados líderes assembleianos, que apesar das gentilezas e sorrisos trocados, há 25 anos chegaram a um ponto de discordância insuperável. Turbulências no passado, amizade no presente Líderes de ramos assembleianos divergentes, Manoel Ferreira e José Wellington possuem muitos pontos em comum. Nascidos na década de 1930, os dois são de origem nordestina, mas com vida profissional e familiar construídas em São Paulo. Ambos foram ordenados ao pastorado nos anos 60 e chegaram ao topo em seus ministérios na década de 1980. Os filhos dos dois ...

Uma benção polêmica

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Em junho de 1971, os leitores do jornal a Folha de São Paulo se depararam com um acontecimento no mínimo curioso. O paraense e funcionário civil aposentado do Ministério da Marinha, João Vieira de Melo, 64 anos, 40 de casado, 10 filhos e 32 netos, se tornou um dos mais novos milionários do Brasil ao acertar os 13 pontos da Loteria Esportiva. Como toda pessoa contemplada com um prêmio dessa magnitude (CR$ 1.031.439), João fez seus planos. Primeiro pagaria um empréstimo de 7 mil cruzeiros feito na Caixa Econômica Federal para reforma de sua casa. Depois compraria um carro, e ainda faria um mimo para os filhos: uma casa de presente para cada um deles. Loteria esportiva: era pecado Mas, uma das metas do novo milionário é que gerou polêmica. Queria ele construir um novo templo para a Assembleia de Deus na cidade "para manifestar seu reconhecimento à generosidade de Deus", o qual segundo ele em entrevista à  Folha "me inspirou na hora de preencher o volante da Lo...

Simon Lundgren - trabalho e simplicidade até o fim da vida

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Celebrados pela historiografia oficial, os míticos missionários suecos são constantemente citados como os grandes heróis das Assembleias de Deus no Brasil. Mas conhecer seus últimos anos de vida ainda serve como lição para as atuais tendências de alguns líderes das ADs no Brasil. Nesse blog já tratamos do caso de Daniel Berg, o qual no fim do seu ministério ficou praticamente abandonado e, segundo consta, passando privações materiais. Outro exemplo de esquecimento foi do missionário Charles Leonard Simon Lundgren. Sua biografia, seus feitos e pioneirismo são facilmente encontrados nos livros históricos da CPAD. Lundgren chegou ao Brasil no ano de 1924 para atuar ao lado de Otto Nelson na cidade de Maceió (AL). Em 1925 foi auxiliar Joel Carlson em Pernambuco, e no ano seguinte, juntamente com um grupo de 12 membros organizou a AD em Santos (SP). A folha de serviços prestados pela família Ludgren é extensa, e incluí uma importante passagem pela a AD em São Cristóvão (RJ), onde s...