Postagens

Mostrando postagens de 2014

Um espectro ronda o Brasil

Imagem
“ Um espectro ronda a Europa – o espectro do comunismo ". Essa famosa frase do Manifesto Comunista escrito em 1848 por Marx e Engels, bem que poderia ser reescrito assim: "Um espectro ronda o Brasil  - o espectro do comunismo". Antes, durante e depois das eleições presidenciais de 2014, principalmente nas redes sociais e em alguns blogs, a nação brasileira mais uma vez viu surgir esse velho fantasma. Conforme conhecido e apologista assembleiano, o país caminha para abraçar uma "ideologia gramscista, estalinista, hipermarxista, despótica, retrógrada, maquiavélica, antiamericanista, antissemita, anticristã e antidemocrática". Ou seja, rumamos para o caos socialista. Medo do comunismo ressuscitado a cada eleição Historicamente o discurso não é novo. No Brasil do século XX, essa falácia sempre foi um recurso das elites, quer o perigo da "invasão" comunista existisse ou não, para assegurar o status quo . Getúlio Vargas utilizou esse medo p

O crepúsculo de um ministério

Imagem
Pastor José Pimentel de Carvalho, foi uma forte liderança que se consolidou nas Assembleias de Deus no Brasil. Nascido em 1916 em Santa Tereza, na cidade de Valença (RJ) em 1916, Pimentel iniciou seu ministério ainda muito cedo, e no ano de 1945 em uma Escola Bíblica de Obreiros na AD em São Cristóvão (RJ) foi separado ao pastorado. Teve o privilégio de conviver com os missionários suecos, os quais lideraram a igreja no Rio de Janeiro. Pastoreou igrejas na cidade do Rio de Janeiro, e foi auxiliar do missionário Nels Nelson em São Cristóvão, tempo esse em que viu o processo de fragmentação dos ministérios assembleianos. Talvez por isso na gestão do pastor Alcebiades Vasconcelos foi contrário ao plano de emancipação das congregações maiores. Por pouco não se tornou o pastor-presidente da AD em São Cristóvão, mas uma reviravolta na assembleia geral da igreja impediu esse feito. Pastor José Pimentel de Carvalho Na biografia do pastor Vasconcelos, pode-se perceber que pastor Pi

Pastor Epaminondas e as "doutrinas ferozes"

Imagem
No início década de 1990, um pastor causou assombro no sul do país. Seus ensinamentos foram considerados esdrúxulos para a Assembleia de Deus, a qual passava por um período de transição com muitos questionamentos sobre os chamados "usos e costumes" de santidade. Na Assembleia de Deus em Guaratuba, litoral norte do Paraná, o pastor Epaminondas José das Neves, 72 anos, colocava em prática ensinamentos considerados absurdos para a época: a autoexclusão.  Entrevistado por Judson Canto, editor do jornal catarinense O ASSEMBLEIANO , o líder paranaense especificou sua prática ministerial, onde o membro da igreja não seria mais excluído pelo ministério, mas, ao contrário disso, ele mesmo tomaria tal atitude diante do reconhecimento do seu pecado. Para o veterano pastor, isso evitaria exposição e constrangimentos públicos para os que estavam em erro diante da igreja. O caso fica ainda mais curioso se considerarmos que o simpático ancião era o mais legítimo representante da &

Perfil - Jacó Rodrigues Santiago

Imagem
Na Assembleia de Deus em Ipatinga - Leste de Minas Gerais - congrega um talentoso presbítero, descrito por um conhecido blogueiro da região como uma "pessoa inteligente, curiosa, dinâmica, preparada, competente", sua presença, suas ideias e sugestões são sempre bem-vindas nas atividades especiais da igreja. Apesar de ser citado de forma tão gentil, Jacó Rodrigues Santiago é um homem simples e recatado, e nem parece ser (para usar as palavras do blogueiro amigo) um "arquivo". Porém, o mineiro do Distrito de Cachoeira Escura, município de Belo Oriente possui um conhecimento invulgar sobre a história das Assembleias de Deus; resultado de anos de convivência, leituras e pesquisas sobre a denominação no Brasil. Nascido em lar assembleiano no dia 27 de abril de 1959, o primogênito de Josias e Ana Santiago teve seu nome foi escolhido pela avó paterna que, ao abrir a Bíblia se deparou com o nome da antigo patriarca hebreu - Jacó. Nesse tempo, Josias passou a coope

Manoel Francisco da Silva - um pioneiro em Madureira

Imagem
* Por André Silva Manoel Francisco da Silva, nasceu no 14 de abril de 1895, na pequena cidade de Paty do Alferes (RJ), e desde cedo se dedicou inteiramente a Obra do Senhor, pois nascera em lar cristão. Seus pais, Jacinto Neres da Silva e Jovelina Maria da Conceição eram membros da Igreja Irmãos Unidos. Porém, como todo rapaz do interior sonha com a cidade grande, Manoel veio para o Rio de Janeiro tentar uma vida melhor. Tendo chegado ao ano de 1930, com até então sua pequena família, passou a freqüentar a Igreja Irmãos Unidos, e depois a Igreja Congregacional em Bangu. Até que, ouvindo a poderosa mensagem pentecostal no dia 3 de janeiro de 1932, uniu-se a Assembleia de Deus em Bangu. No dia 20 de fevereiro de 1932, foi Batizado com o Espírito Santo, e no dia 28 de fevereiro do mesmo ano, passou pelo batismo nas águas. Tornou-se um grande evangelizador, sempre acompanhado de seu trombone de inteira dedicação à Obra de Deus. Paulo Macalão viu em Manoel Francisco um dinâmico

Perfil - Antônio Negreiros

Imagem
Quem viu aquele simples garoto aos 10 anos de idade, moreno e franzino, aceitar a Jesus juntamente com a sua mãe na congregação da Assembleia de Deus de Monte Castelo, em Teresina - Piauí, no ano de 1973, sequer imaginaria os caminhos que percorreria no ministério e seria um conhecido pastor da igreja. A Assembleia de Deus entrou na história da família Negreiros quando em 1952, a bisavó de Antônio, dona Maria Luíza Negreiros com o esposo e filhos aceitaram a Cristo em um culto realizado em sua casa. Tempos depois, dona Maria resolveu presentear o neto Francisco (pai de Antônio) com um exemplar da Bíblia quando ele ainda era um adolescente. Anos depois, aquela semente germinaria, pois já adulto e casado, o neto de dona Maria iria levar sua própria família ao evangelho. Assim, aos 10 anos de idade, o bisneto da anciã começava a dar seus primeiros passos no movimento pentecostal. Iniciou seus trabalhos na igreja como professor da Escola Bíblica Dominical. Depois foi tesoureiro, sec

CGADB de 1987 - a eleição

Imagem
Descrita como "monumental" e "a maior de todas" por um dos seus participantes, a CGADB de 1987 entrou para a história das Assembleias de Deus, infelizmente, como a manifestação de um monumental conflito entre os Ministérios da Missão e Madureira. No dia 20 de janeiro no Centro de Eventos em Salvador (BA) ocorreu a eleição da nova Mesa Diretora da CGADB. Antes mesmo da votação, alguns líderes já manifestavam que as tentativas de novamente se chegar a um acordo não seriam possíveis. Havia um exacerbado clima de rivalidade, e o discurso de união já estava sendo abandonado para frases cuidadosamente construídas, as quais, lidas dentro do contexto histórico apontava para as incontornáveis dissenções assembleianas.  Pouco antes da votação, o pastor Luiz Bezerra da Costa, falou em "não ter favoritismo, mas esperava que a unidade permanecesse intacta". O irmão de José Wellington, como bom político, adotava o discurso da neutralidade. Mas era evidente em s

CGADB de 1987 - as versões

Imagem
O moderno e bem situado Centro de Convenções na cidade de Salvador (BA), foi o palco decisivo das disputas envolvendo as principais lideranças das Assembleias de Deus no Brasil. Com mais de três mil obreiros assembleianos inscritos, o conclave de 1987 foi o ápice das graves discordâncias entre os ministérios das ADs. Duas chapas concorrentes, com dois líderes de expressão nacional. De um lado, o veterano e conceituado pastor Alcebiades Pereira Vasconcelos; do outro, Manoel Ferreira, um dos principais líderes do Ministério de Madureira. Em jogo vários interesses político-eclesiásticos. É interessante, porém, conhecer as observações dos dois protagonistas daquela fatídica convenção. São relatos antagônicos, mas é importante saber o contexto para se ter um maior entendimento das declarações dos conhecidos líderes. Manoel Ferreira em suas memórias recorda que na CGADB de 1985, com a eleição da famosa chapa do consenso "ficou acordado também que a partir dali, em todas as Convenç

CGADB de 1987 - a busca pela (des) união

Imagem
Na postagem anterior, se observou que a CGADB de 1987 foi desastrosa para a unidade das ADs. Esse encontro convencional, com certeza foi um dos últimos capítulos da conturbada convivência entre os ministérios ligados a Missão e Madureira. Mas quais teriam sido as cenas finais dessa tumultuada relação? Primeiro é bom lembrar que, a aclamação da famosa "chapa do consenso" na CGADB de 1985, a qual foi resultado de um acordo das lideranças para contornar uma possível divisão, era tão somente um sinal da precária harmonia das ADs. Após a ratificação da "chapa do consenso", uma das matérias de destaque do Mensageiro da Paz (janeiro de 1985) sobre a Convenção Nacional intitulada "Preservada a unidade nas Assembleias de Deus" denunciava o clima de desunião entre os convencionais. Chapa do consenso: manobra para contornar divisão nas ADs Um ano depois, outra reunião de pastores preconizaria um forte confronto de lideranças. Alcebiades Pereira Vasconcelo

CGADB de 1987 - um desastre para a unidade da igreja

Imagem
Centro de Convenções, Salvador, Bahia. Foi nesse local que, entre os dias 19 e 23 de janeiro de 1987, a CGADB realizou uma das mais disputadas convenções de sua história. Nesse conclave, o Ministério de Madureira e os representantes da Missão travariam um embate acirrado. Apesar de historicamente ser um fato recente, o evento ainda é cercado de polêmicas e versões desencontradas. Mas, em um ponto há algo nessa CGADB, que é inegável: o conflito de interesses, os quais colocaram as lideranças da Missão e Madureira em forte antagonismo, mesmo que em anos anteriores as tentativas de conciliar as divergências tenham sido constantes. MP de 1987: CGADB desastrosa para a unidade das ADs É fato que, depois do falecimento de Paulo Leivas Macalão em 1982, as cobranças sobre Madureira se intensificaram. Tido como expansionista Macalão e seu ministério eram vistos com reservas por muitos pastores da AD. Freston fala que a morte de Macalão "foi o sinal para que os outros líderes a

Manoel Ferreira e José Wellington - caminhos cruzados

Imagem
Na 4ª Escola Bíblica Nacional (EBN) da CGADB, em  setembro de 2014, na  Assembleia de Deus em Uberlândia (MG), aconteceu um encontro memorável. Manoel Ferreira (presidente da CONAMAD) foi homenageado no evento e, na ocasião, congratulou-se com o Pastor José Wellington Bezerra da Costa (presidente da CGADB). Divulgadas amplamente nas redes sociais, as homenagens serviram para refletir sobre a  vida e trajetória dos dois aclamados líderes assembleianos, que apesar das gentilezas e sorrisos trocados, há 25 anos chegaram a um ponto de discordância insuperáveis. Turbulências no passado, amizade no presente Líderes de ramos assembleianos divergentes, Ferreira e José Wellington possuem muitos pontos em comum. Nascidos na década de 1930, tanto Manoel como José Wellington são de origem nordestina, mas com vida profissional e familiar construída em São Paulo. Ambos foram ordenados ao pastorado nos anos 60, e chegaram ao topo ministerial em seus respectivos ministérios na década de 80. O