AD em Curitiba - gestão Delfino Brunelli (1957-1959)

Entre os dias 11 e 16 de março de 1958, a AD em Curitiba, Paraná, recebeu pastores e evangelistas paranaenses para uma convenção histórica. Além dos obreiros das igrejas do estado, compareceram às reuniões líderes de expressão nacional, como Cícero Canuto de Lima, Daniel Berg (fundador das ADs no Brasil), Nels Nelson, Bruno Skolimowski, Simon Lundgren, José Gomes Moreno.

Do estado vizinho, Santa Catarina, compareceram os pastores João Ungur, Satyro Loureiro, Antonieto Grangeiro Sobrinho, Telfrid Herbst, José Pio da Paz entre outros. O escritor e jornalista Emílio Conde também se fez presente para contar através das páginas do Mensageiro da Paz, o que aconteceu naqueles dias memoráveis.

Histórica reunião de obreiros em Curitiba - 1958

Segundo Conde, os estudos bíblicos “aclararam muitos problemas e desfizeram dúvidas de alguns obreiros”. Na quinta-feira, após o culto, toda a igreja reunida transportou-se para o auditório de uma rádio local “a fim de assistir e prestigiar a transmissão do programa da Voz Evangélica [das Assembleias de Deus] patrocinado pela igreja local”.

Realmente, a AD em Curitiba experimentou dias festivos com muitos louvores a Deus e salvação de almas. Também foi um sinal inequívoco de prestígio do seu líder, o pastor Delfino Brunelli, que havia assumido a liderança da igreja em 1957, em substituição ao pioneiro Bruno Skolimowski.

Brunelli, aos 37 anos, desfrutava de grande prestígio nas ADs. Na CGADB de 1957, realizada em Belo Horizonte, MG, ele foi eleito 2º secretário da Mesa Diretora, “fruto de seu bom relacionamento com a liderança nacional, onde era reconhecido como um dos melhores pregadores pentecostais das Assembleias de Deus no Brasil”.

Ao assumir a AD curitibana, Brunelli apresentou um plano de evangelização estratégico, que visava alcançar toda a cidade com a mensagem do evangelho. Na década de 1950, Curitiba, assim como todo o estado paranaense, recebeu milhares de migrantes. Em pouco mais de dez anos, a população da capital paranaense duplicou com a acelerada industrialização. O crescimento desordenado gerou os primeiros focos de favelização pela cidade. Era necessário então, levar a mensagem pentecostal ao povo da “Cidade Sorriso”.

Aparentemente, a AD em Curitiba estava bem organizada, prestigiada e com um líder carismático. Todavia, os tempos eram outros. O ministério local ainda tinha muita força, e por razões desconhecidas, entrou em “desacordo” com Brunelli e a crise se instalou.

No final de 1959, Delfino sondou o pastor da AD na Penha, no Rio de Janeiro, para substituí-lo, mas não obteve sucesso. Convidou então, o pastor Daniel Beltrão, que assumiu uma igreja em turbulência. Daí em diante foram três anos de agitações ministeriais, até a posse do pastor José Pimentel de Carvalho, em 1962.

Fontes:

MATOS. Manassés. IEADC Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Curitiba: Noventa Anos no Poder do Espírito Santo 1929 - 2019.

MENSAGEIRO DA PAZ, ano 28, nº 08 - 2ª quinzena de abril de 1958: RJ, CPAD.


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