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Mostrando postagens de 2017

Retrospectiva 2017 - CPAD: lucro e interesses

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A perpetuação establishment da CGADB em 2017, diretamente também consolidou a permanência do comando administrativo da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD). Desde 1993 no cargo (uma longevidade nunca antes vista na função), o atual diretor-executivo da CPAD, Ronaldo Rodrigues de Souza dirige a editora com mão de ferro. Mas a aposta em Rodrigues deu resultados: a cambaleante CPAD, hoje é uma empresa sólida e lucrativa. Porém, mais do que nunca, a histórica editora foi instrumentalizada para garantir interesses e eliminar pluralidade de ideias ou questionamentos políticos. Um bom exemplo disso foi a 84ª Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Convenção de Ministros das Assembleias de Deus no Estado de São Paulo e Outros (COMADESP). Seu presidente, o pastor Carlos Roberto da Silva concorreu na chapa opositora nas eleições da CGADB nesse ano. Resultado: a CPAD ignorou o evento presidido pelo pastor Carlos. Quem marcou presença e investiu na convenção foi a Editora Vida. Um inte

Retrospectiva 2017 - Canalhas

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Na 43ª Assembleia Geral Ordinária da CGADB, o deputado federal e pastor da AD em Campinas, Paulo Freire da Costa resolveu desabafar sobre as liminares contrárias a posse do seu irmão, o pastor Wellington Júnior na presidência da instituição. Isso aconteceu durante o tumulto entre os adversários e os aliados do pastor José Wellington Bezerra da Costa. Indignado, o nobre deputado chamou de "canalhas" todos os opositores do seu pai. O vídeo com as fortes declarações de Paulo Freire viralizou nas redes sociais e provocou muitas críticas. Milhares de obreiros sentiram-se incluídos nas acusações do tribuno sem merecer. Por essas e outras, o saudoso pastor Túlio Barros, na condição de presidente da Convenção Geral realizada em Santo André (SP) em 1966, proibiu "a gravação magnética" dos debates por um convencional. Atualmente, como já sabemos, é quase impossível esse tipo de ordem. Para terminar: meses depois, um menos indignado Paulo Freire votou a favor do arquivamen

Retrospectiva 2017 - Essa gente incômoda

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Talvez nem o jornalista José Roberto Guzzo esperasse tanta repercussão do seu texto publicado na revista semanal Veja (04/10/2017), intitulado Essa Gente Incômoda . Repercussão negativa e com um festival de críticas infundadas. Foi triste ver tantas bobagens serem escritas e ditas, fruto da desinformação. Um exemplo disso foi umas das críticas do deputado federal Marcos Feliciano. Feliciano chegou a dizer que Guzzo foi "rebaixado" de diretor para articulista da revista. Isso seria uma prova cabal da sua incompetência. Na verdade, Guzzo foi por 15 anos diretor de redação de Veja e pediu para sair em 1991, pois queria dedicar-se a outros projetos. Voltou para contribuir na área administrativa e editorial da Abril à partir de 2008. Gutierres Siqueira escreveu no seu blog na época da polêmica: "Muitos evangélicos simplesmente não entenderam que o colunista usa inúmeras ironias para mostrar o preconceito velado que existe no meio cultural e na elite intelectual contra

Retrospectiva 2017 - Samuel Ferreira "da Costa"

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Em 2017, o bispo Samuel Ferreira, Presidente Executivo da CONAMAD, fez o que gosta: apareceu. Primeiro foi em março, quando na 39ª Assembleia Geral Ordinária do Ministério, Samuel e mais quatro pastores (inclusive seu irmão Abner) foram separados ao cargo de Bispos das ADs de Madureira. Depois em junho, fotos da glamourosa diplomação na Catedral Baleia em Brasília, com direito até ao medieval costume de beija-mão viralizou nas redes sociais. Em julho, Ferreira esteve na posse do novo presidente da CGADB, o pastor José Wellington B. da Costa Júnior em São Paulo. No evento, o bispo externou seu apoio ao recém empossado líder da Convenção Geral. Em novembro, no culto de celebração do aniversário do pastor Wellington Júnior no Belenzinho, novamente Samuel se fez notar ao declarar "profeticamente" ao presidente da Convenção Geral: "Deus te livrou de Ló", numa clara alusão ao desligamento do pastor Samuel Câmara da CGADB. Nas duas visitas ao Belenzinho, Ferreira cont

Retrospectiva 2017 - o resgate de um símbolo

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Com a criação da nova Convenção Nacional, um importante prédio histórico das ADs no Brasil voltará a ser referência no Brasil: o antigo templo da AD no Campo de São Cristóvão (RJ), nº 338. Nas instalações do templo será realizada as inscrições de ministros para a CADB e atendimento de obreiros do Rio de Janeiro, Sudeste e restante do Brasil. Funcionará também no local uma extensão do Museu Histórico Nacional da Assembleia de Deus, Centro de Convenções da Assembleia de Deus,  Centro de Formação e Treinamento Pastoral. Para antigos membros da congregação tal acontecimento é um alento. Depois da mudança de endereço, e à morte do pastor Túlio Barros Ferreira; coincidindo ainda com a guinada ministerial e teológica de seus lideres e à saída de muitos membros, o templo de grande significado afetivo para os crentes estava praticamente abandonado. Era angustiante para muitos, ver a faixa de "Aluga-se" ou saber da possível venda do local onde se construiu grande parte da história

Retrospectiva 2017 - criação da CADB

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O ano de 2017 fecha com a criação da Convenção da Assembleia de Deus no Brasil (CADB). Pelo andamento das coisas, a organização da CADB não chega a ser novidade. Os descontentamentos com os rumos da CGADB eram crônicos e depois da última (e judicializada) eleição, seria muito difícil não imaginar outra alternativa para o pastor Samuel Câmara e seus aliados. E por falar em Câmara, ninguém pode negar, que o pastor da AD em Belém (PA) não foi insistente: foram anos de perseverante luta para desbancar José Wellington Bezerra da Costa da presidência da CGADB. Quando excluído da Convenção Geral, Samuel foi à justiça para permanecer na instituição. Agora, com a CADB, pastor Câmara aglutina não só os seus apoiadores, mas também outras Convenções e Ministérios. Por enquanto, a CADB tem produzido novidades e acenado para a possibilidade de antigas aspirações assembleianas como o reconhecimento do ministério feminino. Alegria para uns, escândalo para outros...

Retrospectiva 2017 - tudo como dantes no quartel da CGADB

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O ano entrou na expectativa de mais uma eleição para à Mesa Diretora da CGADB. Depois de quase três décadas no comando da instituição, o pastor José Wellington Bezerra da Costa não concorreria à presidência da Convenção Geral. Porém, seu filho e vice-presidente no Ministério do Belenzinho (SP), e presidente do Conselho de Administração da CPAD, o pastor José Wellington Bezerra da Costa Júnior concorreu ao cargo. Na disputa, em oposição ao status quo dominante, o pastor Samuel Câmara. Para constrangimento geral dos assembleianos, foi a eleição mais judicializada da história da CGADB. Em tempos de internet e redes sociais, cada capítulo do pleito foi acompanhado e comentado por milhares de internautas. Depois de muito suspense, de idas e vindas na justiça, Wellington Júnior assumiu o cargo. Wellington pai foi eleito para a presidência do Conselho da CPAD. No fim das contas, ficou "tudo como dantes no quartel d’Abrantes”.

Uma história sobre a família Kolenda

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John Peter Kolenda (1898-1984) é considerado uma lenda dentro das ADs no Brasil. Enviado pela Missão dos EUA no fim da década de 1930, Kolenda foi pioneiro pentecostal em Santa Catarina, ardoroso defensor dos institutos bíblicos e grande nome na construção da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD). Muito se conhece sobre o profícuo ministério de Kolenda, porém, pouco sobre sua família. O missionário chegou ao Brasil com sua esposa Marguerite, e as filhas Dorothy (12 anos incompletos) e Grace (6 anos). Dos quatro, somente Grace ainda ainda vive e mora nos Estados Unidos da América. Alguns anos atrás, Grace publicou suas memórias* e narrou um caso familiar surpreendente, que ajuda a humanizar a biografia do pai, o qual ela carinhosamente chamava de "daddy" (papai ou paizinho em inglês). É um fragmento da vida de Kolenda não revelado em sua biografia oficial. Um certo dia, a caçula de JP Kolenda foi surpreendida pela prima com uma informação inesperada. Grac

CADB - a nova geopolítica do poder

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A Convenção da Asssembleia de Deus no Brasil (CADB), nasce para ser mais uma forte representação das ADs no país. Assim como o Ministério de Madureira, os líderes da mais nova convenção por anos enfrentaram acirradas disputas dentro da CGADB, gerando assim, uma grande e intensa polarização. Quando o Ministério de Madureira foi suspenso da CGADB em 1989, abriu-se espaço para que um grupo de pastores pudesse controlar a instituição. À princípio, o próprio Samuel Câmara foi favorável e defensor da suspensão de Madureira. Câmara também exerceu diversos cargos na CGADB durante anos.  Mas, contrariando expectativas de alternância no cargo de presidente da CGADB, o pastor José Wellington Bezerra da Costa, sempre apoiado pelos líderes mais influentes das ADs, conseguiu permanecer (e ainda permanece) no comando da instituição por três décadas. Evidentemente, que em seu projeto de poder, Wellington desagradou antigos e novos líderes. Com o passar do tempo, convenções e ministéri

CADB - volta ao passado

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* Por Carlos Roberto Silva do Point Rhema Muito embora muitos entendam que os descontentamentos da AD Igreja Mãe em Belém do Pará para com a CGADB seja coisa dos últimos 30 anos, a história registra que é coisa muito mais antiga do que se imagina. No ano de 1.978, mais precisamente em 11 de Abril, motivados por uma invasão em Campo Eclesiástico, algo proibido e muito combatido à época, provocada pelo Ministério de Madureira, que deu apoio ao irmão Geraldo Sebastião Coelho, oriundo de Goianésia - Go, e organizou uma Igreja AD na cidade de Marabá-Pa ao mudar-se para aquela cidade, a Convenção Estadual das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Estado do Pará e oServiço de Evangelização dos Rios Tocantins e Araguaia, decidiram através de resolução conjunta, se desligarem da CGADB, após tentarem de forma pacífica resolverem o problema, sem a devida atenção e nem a solução por parte da instituição maior, conforme alegavam à época. Abaixo cópia do referido documento, bem c

Convenção da Assembleia de Deus no Brasil - De volta ao lar

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O dia 02 de dezembro de 2017, entrou para a história das Assembleias de Deus no Brasil. Depois de 33 anos filiado à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), e de disputar diversas e polêmicas eleições para a presidência da entidade, o pastor Samuel Câmara da AD em Belém do Pará, apresentou ao país a Convenção da Assembleia de Deus no Brasil (CADB). Para quem não conhece a história recente da denominação, a CADB é fruto de anos de discordâncias de uma boa parte dos pastores ligados à Convenção Geral com os rumos da política eclesiástica da instituição conduzida desde 1988, de forma quase interrupta pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa. Mas, deixando de lado as questões políticas (as quais serão tratadas no blog no seu devido tempo), a CADB nasce com fortes apelos à memória assembleiana. A nova convenção surge justamente onde nasceu as ADs no Brasil. Foi em Belém do Pará, que em 1911, Gunnar Vingren e Daniel Berg fundaram a Missão de Fé Apostólica, post

Ruptura na CGADB - detalhes da história

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Alguns detalhes sobre a primeira grande ruptura institucional da CGADB, em 1989, sob à presidência do pastor José Wellington Bezerra da Costa devem ser conhecidos. Como já se postou nesse blog, as versões são conflitantes e os interesses para que a primeira grande cisão na Convenção Geral ocorresse foram diversos. Entre as questões levantadas para a suspensão de Madureira da CGADB, na 29ª Assembleia Geral Extraordinária, realizada em Salvador (BA), estava a velha polêmica sobre a "jurisdição eclesiástica". Na década de 1980, a abertura de novas congregações de Madureira no Norte de Nordeste do Brasil, acirrou os ânimos dos convencionais. Porém, David Cabral em seu livro A outra face da História , destaca que a nova Mesa Diretora da CGADB resolveu nesse tempo, "reacender as antigas questiúnculas sobre 'jurisdição eclesiástica'". Cabral observa, que tal debate já era obsoleto, pois o Ministério "não possuía um só campo onde não houvessem um ou ma

Ruptura na CGADB (2ª parte)

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A primeira grande ruptura institucional na CGADB, aconteceu no fim dos anos 80, com a suspensão do Ministério de Madureira. O Brasil vivia a chamada "década perdida" do ponto de vista econômico, mas muitos avanços democráticos com o fim do Regime Militar (1964-1985). No mesmo período as ADs mergulharam na política partidária com candidatos próprios à Assembleia Nacional Constituinte. Só para lembrar: o Ministério de Madureira, desde os anos 20, sob à liderança de Paulo Leivas Macalão avançava nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Na década de 1950, Madureira já se firmava como um ministério inter-regional e de grande visibilidade política. Nessa época surgem as polêmicas sobre as "invasões de campo" ou do eufemismo "jurisdição eclesiástica". O crescimento e consolidação dos Ministérios assembleianos, e os projetos de expansão eclesiástica muitas vezes chocavam-se entre si. Madureira quase sempre estava no centro das controvérsias. Com

Missão Harpa - o projeto musical

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A Harpa Cristã faz parte da tradição das Assembleias de Deus no Brasil. Fundada em 1911, pelos missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, logo a igreja começou a usar em seus cultos hinos congregacionais, até que em 1922, Adriano Nobre organizasse a primeira Harpa Cristã em Recife, Pernambuco. Ao logo de mais de cem anos de história, o hinário oficial das ADs deu identidade à igreja e também se tornou parte da memória coletiva e individual dos seus membros. Hinos como o 15 são lembrados para testemunhar conversões, ou o 212  para inaugurações de templos. As composições da Harpa Cristã  preservam a teologia e os propósitos da vida cristã dos pioneiros assembleianos numa época de lutas, perseguições e muito sofrimento. Cantar seus hinos é voltar ao passado, é reviver tempos antigos e saber que cada canção foi marcante para os assembleianos do passado e será para os crentes do futuro. Agora com o objetivo de apresentar os hinos da Harpa Cristã para a nova ge

Ruptura na CGADB e suas histórias (1ª parte)

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As Assembleias de Deus no Brasil estão em polvorosa. O anúncio do desligamento dos pastores Jônatas Câmara (AD Manaus), e Samuel Câmara (AD Belém/PA) foi o assunto mais comentado nos sites e redes sociais. Junto com os irmãos Câmara, os líderes das ADs em Macapá (AP) também divulgaram a mesma decisão. A decisão dos líderes assembleianos anunciada recentemente, torna-se assim, a maior ruptura denominacional desde a suspensão do Ministério de Madureira em 1989, e é mais um capítulo da história de uma instituição (CGADB), que já nasceu em 1930 sob o estigma da divisão. Divergências sobre o ministério feminino, transferência dos templos e da liderança da Missão Sueca para os brasileiros foram os pontos mais polêmicos da primeira Convenção Geral. Nem mesmo a história oficial assembleiana disfarça, que ao longo de todos esse anos, a CGADB foi palco dos mais diversos confrontos. Conforme cresciam as ADs, os embates também surgiam com mais força. Jurisdição eclesiástica, rejeição ao u

Princípios da Reforma Protestante

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No dia 31 de outubro de de 2017, celebra-se os 500 anos da Reforma Protestante iniciada pelo monge alemão Martinho Lutero. Será uma ótima oportunidade para refletir sobre os princípios do movimento que abalou as estruturas da poderosa Igreja Católica Romana. Quando Lutero começou o movimento reformista, o contexto europeu era precário. "A peste avançava pela Europa" e as "revoltas camponesas brotavam onde os servos eram tratados como escravos por senhores feudais. Cidades insalubres cresciam sem infraestrutura." - destacou o jornal O Globo (28/10/2017). A hegemonia da Igreja Católica foi abalada. O movimento ramificou-se em várias denominações com líderes, liturgia e enfoques teológicos diversos. O pentecostalismo é considerado herdeiro da Reforma Protestante e no Brasil foi implantado a partir da década de 1910. Porém, depois de um século em terras brasileiras o pentecostalismo absorveu, em todos os sentidos, práticas questionáveis. O historiador Jesse Ly