Mulheres pregadoras - Andréa Nogueira dos Santos

Andréa Nogueira nasceu em Anápolis, porém foi criada na cidade de Goianápolis. Filha de lavradores, cresceu cooperando nas congregações rurais da Assembleia de Deus ligada ao ministério de Anápolis.

Na infância, nos cultos infantis, gostava de ser a pregadora da garotada. Tempos depois, começou a cantar na igreja fazendo dueto com a irmã Adriana. Conheceu o futuro esposo Osmair ainda adolescente. Casaram-se quando ela tinha 16 anos e logo veio o filho John Cristian para alegrar a casa.

A vida da jovem mãe poderia ter transcorrido normalmente como tantas outras mulheres da região. Na igreja, cantava com o marido e cooperava nos cultos e festividades. Em casa estudava a Bíblia e procurava bons livros para saciar a sede de conhecimento.

Andréa pregando: carisma e presença no púlpito

Talvez, percebendo o esforço e a chamada da jovem, o pastor da igreja José Pires Borges começou a dar-lhe as primeiras oportunidades para pregar. Chance que não desperdiçava e aproveitava ao máximo.

No ano de 2002, o casal gravou seu primeiro CD e em 2004, veio a transferência para Joinville, Santa Catarina. A mudança seria essencial para os rumos do ministério do casal e da pregadora.

Na cidade catarinense, começou a fazer o curso de bacharel em teologia pela manhã na Faculdade Refidim, onde era uma das únicas mulheres da turma. No período da tarde, voltava à instituição para estudar. Tamanho empenho atraiu a atenção dos líderes do seminário.

Contratada pela Refidim, Andréa desenvolveu alguns trabalhos até chegar a função de secretária. Concluiu o bacharelado em teologia, cursou secretariado-executivo e fez pós-graduação em aconselhamento cristão. Atualmente leciona na própria faculdade e é coordenadora de cursos na instituição. Está concluindo o mestrado em teologia pela Escola Superior de Teologia (EST), no Rio Grande do Sul.

Paralelamente, além de desenvolver ainda mais o ministério de louvor com a família, os convites para pregar se multiplicaram. Excelente oradora e de forte presença no púlpito, a goiana vence resistências históricas e culturais ao pregar em festividades, congressos e cultos dos mais variados departamentos das ADs.

Sabe que, como mulher, é um desafio constante a conquista por um espaço, onde há algum tempo só homens transitavam. Têm consciência, de que para uma mulher se destacar num ministério dominado por homens, ela precisa provar que possui muito mais conhecimento, carisma e presença de espírito nas preleções. Mas não se intimida com isso.

Percebe-se, que a família Nogueira trabalha sempre unida como uma equipe. Cada um tem o seu papel no ministério e o desempenha da melhor forma possível. Mas Andréa se destaca nas preleções. A cultura matriarcal dos goianos pesa muito na postura. No sul e nordeste, ao contrário do centro-oeste, a liderança feminina parece ser muito mais contestada.

Atualmente, dedica-se ao projeto Bíblia Mais. O objetivo dos vídeos postados regularmente com mensagens curtas e objetivas, é tratar temas teológicos de forma acessível ao grande público. Paulatinamente, Andréa ganha visibilidade e conquista seu espaço na seara evangélica.

Confessa ela, que a grande inspiração para o ministério veio dos avós maternos. O avô, pastor João Gomes de Lima e esposa lideraram várias igrejas no interior de Goiás. Experiências espirituais em Goianápolis, também previam o caminho hoje seguido pela família Nogueira.

Em uma denominação tão condicionada pela cultura da sociedade patriarcal, trajetórias como a da jovem goiana são exemplos de que as mulheres podem e devem lutar por seu espaço na denominação.

Comentários

  1. Perfeito...amei a matéria, de fato Deus tem levantado mulheres que estão fazendo diferença nesta geração, glórias a Deus pela vida de cada uma...

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  2. Sempre foi assim,vejam a mulher do poço de Jacó, Foi transformada em missionária e pregadora do evangelho,depois daquele grande encontro com Jesus! Agora o grande mal deste final dos tempos,tem sido a separação de mulheres para o ministério!Coisa que o meu Jesus nunca fez e nem fará,Ele orou e separou doze homens(será que Jesus era machista ou teve medo de encarar o rebuliço que isto causaria na cultura da época? kkkkkk!) Será que Ele deixou essa tarefa para os apóstolos,depois de sua partida?.Com a morte de Judas,surgiu uma vaga no apostolado que tal colocar Maria. afinal era a mãe do Mestre e quem iria ser do contra nesta hora? Mas eles não fizeram isto,escolheram mais um "homi",que bando de machistas! Eles,os apóstolos, deixaram esta missão,para os aloprados do SEC.XXI(era assim que o LULA,chamava os seus companheiros,quando os mesmos faziam uma "cagada"!).

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  3. A GENEROSIDADE DE DEUS EM CONCEDER DONS E A ORDENAÇÃO FEMININA

    Sabe-se que o venerando pastor Antônio Gilberto a quem respeito muito sendo leitor assíduo de seus livros, escreveu um texto posicionando-se contra a ordenação feminina. Entretanto, o que importa é o que as Escrituras dizem a respeito e elas não negam o fato de que Deus "deu dons aos homens" (Ef 4.8) sendo o termo "homens" em grego "anthropos" e W.E. Vine ensina que esse substantivo é usado de modo geral para o ser humano macho ou fêmea sem referência a sexo, no que concorda outro erudito no grego do NT, James Strong que confirma que é substantivo com o significado de homem, isto é, um indivíduo do gênero humano, homem ou mulher, uma pessoa. Portanto, na passagem bíblica em apreço, nosso Senhor demonstra sua justiça, generosidade e ausência de qualquer discriminação às mulheres em outorgar a elas Seus dons e que incluem o dom ministerial de pastor-mestre cf o versículo 11 do mesmo capítulo.

    Cicero Ramos (publicado como postagem no Facebook).

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