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Biografia de Frida Vingren: versão CPAD

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Previsto para o início de 2014, o lançamento da biografia da pioneira Frida Vingren, esposa do missionário Gunnar Vingren, um dos fundadores das Assembleias de Deus no Brasil está gerando uma grande expectativa entre estudiosos, pesquisadores e interessados na história da AD. Escrita pelo jornalista Isael de Araújo, o livro promete mais informações sobre a missionária, uma personagem que se tornou emblemática dentro das ADs nesses últimos anos. Casal Vingren: pioneiros da AD Frida, sua vida e ministério tem sido alvo de muitas discussões, principalmente através dos estudos do sociólogo Gedeon Alencar, o qual destaca não só a atuação da esposa de Gunnar, mas o quanto ela foi vítima do machismo sueco-nordestino, o qual calou a pioneira, e fez que Gunnar Vingren, o mítico pioneiro das ADs, fosse voto vencido na disposição de apoiar o ministério feminino dentro da denominação. Para o sociólogo, a derrota do casal Vingren na CGADB de 1930, foi também a derrota de um modelo de igreja...

Rituais da Ceia nas Assembleias de Deus

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Na postagem passada, observou-se que em 1965, através do Mensageiro da Paz, o escritor Paulo Santos clamou para que as ADs tivessem seus costumes "definidos e padronizados". Dentro desse pedido estava a questão da liturgia na celebração da Ceia do Senhor, mais especificamente sobre o uso do cálice comum ou individual. Com o tempo essa polêmica foi superada, pois as ADs em todo o Brasil (salvo se houver alguma exceção) utilizam o cálice individual na celebração. Porém as práticas litúrgicas ainda variam muito conforme as regiões e ministérios. E é nesse ponto tão simples para alguns, que se percebe a multiplicidade de costumes dentro da denominação que, implantada em todo território nacional, revela tantas diferenças em seus ministérios. Ceia nas ADs: diversidade litúrgica e de costumes  O grande problema da adoção de alguns costumes, é que se aceito por uma minoria, vira lei, e aí passa a ser uma imposição aos membros. A igreja evangélica deveria ser mais democ...

A celebração da Ceia: transformações na liturgia

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A celebração da Ceia, principalmente a utilização do cálice individual ou coletivo, foi motivo de muitas polêmicas, e até mesmo tomado como símbolo (no caso da AD em Abreu e Lima) de rompimento com a tradição implantada pelos missionários suecos nas ADs no Brasil. As discussões começaram na CGADB de 1935, e se arrastaram pelo menos por mais 5 décadas. Nos anos 30, as polêmicas envolveram as igrejas do norte do país, mas continuaram por muito tempo. Em um artigo intitulado Cálice "comum" ou "individual" escrito para o Mensageiro da Paz (2ª quinzena de março 1965), o articulista Paulo Santos fornece algumas informações que esclarecem melhor as celeumas dentro da igreja. Ceia na AD em São Cristóvão (RJ): décadas de debates em torno do uso do cálice Reconhece o escritor que, dentro das ADs o "pão é ministrado de modo idêntico em todas as igrejas, em todos os lugares", mas percebia que no partilhar o vinho "não há uniformidade", s...

A Ceia nas ADs: polêmicas e "quebra de tradições"

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A celebração da Ceia, juntamente com o Batismo em Águas é um dos rituais que dão legitimidades as igrejas consideradas herdeiras da Reforma Protestante. As denominações pentecostais desde sua gênese praticam essas duas ordenanças e pelo que se observa na história assembleiana, é justamente na forma de ministração da Ceia que as polêmicas foram maiores e mais demoradas. Ao que tudo indica, os missionários suecos ao implantar a denominação no Brasil começaram a celebrar a Ceia com cálices coletivos. Era a interpretação das palavras de Cristo na última ceia: "bebei dele todos", entendida como o dever de ser tomar o fruto da vide na mesma taça. Ainda segundo registros mais antigos, também partiu dos suecos a orientação de restringir aos membros batizados em águas a participação na celebração. Ceia em Madureira com cálices coletivos: tradição sueca preservada Na CGADB de 1933, o missionário Nils Kastberg orientou para que a Ceia, só fosse ministrada "aos que, hav...

J. P. Kolenda e a profissionalização do ministério

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Um homem que marcou e "incomodou" sua época. Assim pode ser descrito o trabalho do missionário John Peter Kolenda, ou simplesmente J. P. Kolenda. Nascido na Alemanha em 1898, filho de um pastor luterano que trabalhou em comunidades de colonização alemã no Rio Grande do Sul, Kolenda residia nos Estados Unidos quando, após a conversão, teve contato com o movimento pentecostal. Ordenado pastor ainda jovem sentiu uma forte chamada ministerial. Quando foi convidado para ajudar no trabalho missionário no Brasil, JP já era um obreiro experiente e destacado nos EUA. Kolenda veio trabalhar (tanto ele como outros missionários da AD estadunidense) em regime de cooperação com a Missão Sueca, inclusive se sujeitando as normas e aos métodos de trabalho dos suecos. Essa sujeição era uma exigência dos escandinavos, pois estes se viam como pioneiros do trabalho pentecostal em terras brasileiras, e não queriam a princípio ceder lugar aos estadunidenses. Kolenda com pastores catarinen...

Josias Pereira Santiago: revisitando a vida de um pioneiro

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A vida e a obra de Josias Pereira Santiago representa fielmente um período da história das Assembleias de Deus no Brasil. Evangelista da igreja nos anos 60 e 80 do século XX, sua biografia é um retrato exemplar do grande trabalho de pregação do evangelho executado por obreiros que, infelizmente, raras vezes aparecem nas histórias oficiais da denominação. Josias nasceu em 1926 na localidade de Rio Branco, então município de Iapu (MG), e ainda jovem teve muitas responsabilidades. Ajudava na criação dos irmãos menores, e como muitos jovens da sua época gostava de aproveitar a noite em bailes, onde revelava seus talentos musicais, principalmente na sanfona.  Logo ao casar-se em 1956, adoeceu gravemente. Em meio a recuperação da enfermidade, um dos seus irmãos pregou-lhe o evangelho e Josias aceitou a fé pentecostal. Pouco depois o casal Josias e Ana se converteu a Cristo em um culto dirigido pelo então evangelista Marcolino Gonçalves Lopes, na residência do seu irmão na loc...

Assembleia de Deus no Ceará: um caso militar

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Um dos maiores desafios para os historiadores da AD é pesquisar sobre os fatos polêmicos da trajetória da denominação e dos seus líderes. O silêncio sobre certos acontecimentos, a omissão de informações, e a falta de registros escritos ou orais, fazem que a simples história oficial prevaleça. Sendo assim todo um contexto social e político se perde. O caso da cisão da AD no Ceará é um exemplo. A grande turbulência ocorrida na denominação nos anos 60, ao que tudo indica, só foi resolvida com a influência política e militar. Luiz Bezerra da Costa tentou substituir o sogro na liderança, mas não conseguindo tal intento e, vendo certa rejeição do ministério ao seu nome, resolveu dar autonomia a congregação o bairro Bela Vista em Fortaleza. AD Bela Vista: cisão com apoio militar? Nesse processo de independência, a AD em Fortaleza viveu dias traumáticos. Gedeon Alencar, que na época dos acontecimentos era criança e filho de um pastor local, relembra em sua tese ter visto e ouvido...