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Mostrando postagens de 2009

Pentecostalismo e os afrodescendentes: diferenças e semelhanças entre os EUA e Brasil

A história do pentecostalismo têm em sua gênese forte participação dos negros, os quais desde os primórdios desse movimento tiveram uma participação determinante para a disseminação dessa forma de protestantismo popular. A participação dos negros é evidente, tanto nos EUA onde o movimento se iniciou, como no Brasil onde ele se propagou e em menos de um século arrebanhou milhões de fiéis de norte a sul do país. O pentecostalismo é descendente dos avivamentos ocorridos dentro das denominações do protestantismo histórico nos século XVII e XVIII na Europa. Rejeitando a teologia e a prática de fé formalista dessas denominações, grupos de fiéis começaram a buscar uma espiritualidade mais profunda e intensa. Entre esses grupos se destacaram os quackres, metodistas e os pietistas. Migrando da Europa para os EUA, esses grupos com o passar dos anos, gerou dentro das denominações os chamados movimentos de santidade ( holiness ), que no início do século XX já haviam causado divisõe

A Assembleia de Deus e a educação teológica: uma difícil aceitação (2º parte)

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Kolenda: incentivador do preparo teológico Foi na Convenção Geral das Assembléias de Deus em 1943 que o tema sobre educação teológica passou a ser debatido com mais intensidade. Paulo Macalão nessa convenção nacional sugeriu a criação de uma escola bíblica noturna, em dias da semana sem cultos na igreja, para não atrapalhar os obreiros em suas tarefas eclesiásticas. Lawrence Olson foi mais além, e propôs a criação de seminários e institutos bíblicos pelo país, mas foi rechaçado pelo próprio Macalão, pois para o líder de Madureira seria "perigoso" investir em educação formal, com possibilidades de o obreiro cristão ficar somente no intelectualismo. Essa opinião de Paulo Macalão seria sentida por Joanyr de Oliveira vinte anos mais tarde em Brasília, quando percebia, que ao insistir na necessidade de institutos bíblicos era como "pregar no deserto". Percebe-se claramente nos relatos convencionais, a plena consciência que os missionários tinham da nec

A Assembleia de Deus e a educação teológica: uma difícil aceitação

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A morte da missionária Ruth Dorris Lemos no dia 23 de outubro de 2009, causou pesar em todo o Brasil devido a grande contribuição que ela e seu esposo pastor João Kolenda Lemos deram ao avanço teológico entre as Assembleias de Deus no Brasil. Foi esse casal, com um grupo de pastores brasileiros e missionários, que no ano de 1959 fundaram o Instituto Bíblico das Assembleias de Deus (Ibad) em Pindamonhangaba cidade do interior do estado de São Paulo. No ano da fundação dessa escola teológica, as Assembleias de Deus no Brasil possuíam templos espalhados por todo o país, 48 anos de existência, milhares de membros e obreiros, mas na questão do ensino teológico sistematizado estava somente engatinhando. Quais as razões desse aparente atraso educacional? Seria a falta de recursos materiais para um projeto de educação teológica formal, com a criação não de um, mas de vários institutos pelo Brasil? Seria a falta de professores qualificados para ministrar os conteúdos básicos das dout

Paulo Leivas Macalão - um líder e vários olhares / 3º parte

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Porém, uma das descrições mais reveladoras da personalidade de Paulo Leivas Macalão é feita pelo jornalista Jason Tércio em seu livro "Os Escolhidos - A saga dos evangélicos na construção de Brasília ". Nessa obra o escritor relata o pioneirismo dos membros e obreiros de diversas denominações evangélicas na tarefa de erguer e implantar trabalhos na nascente capital brasileira. Entre as denominações, obviamente encontramos a Assembleia de Deus. Por ser a futura capital do Brasil com possibilidades enormes de crescimento e estratégica para qualquer denominação, os ministérios assembleianos passaram a investir nessa região. Macalão aproveita uma visita feita em uma inauguração, para propor a filiação de uma congregação aberta pelo pastor Antônio Carneiro ao seu ministério. Essa visita é contada por Tércio que assim descreve o patriarca de Madureira: Baixo, corpulento, era um dos principais líderes da Assembléia de Deus no Brasil, tendo expandido seu trabalho evang

Paulo Leivas Macalão - um líder e vários olhares / 2º parte

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Sobre Paulo Macalão, encontramos dentro das biografias oficiais alguns dados que podem ajudar a explicar seu pioneirismo nas Assembléias de Deus, e a independência de seu ministério já nos idos dos anos 30. Um dos autores que analisou (ainda que de forma concisa a trajetória de Macalão) foi Paul Freston, sociólogo e historiador evangélico. Freston ressalta as origens atípicas de PLM para explicar a sua autonomia em relação aos missionários suecos com quem ele trabalhou. Para o historiador, por ser filho de um general, de família e educação culta, e com um futuro promissor nas Forças Armadas, Macalão demonstrava um status social visivelmente superior se comparado com os próprios suecos e os obreiros brasileiros. Para Freston "Macalão era um gaúcho numa igreja de nortistas e nordestinos. Era filho de general, numa igreja de pobres. Mas, longe de levar a AD a subir de nível social, ele tornou-se o líder absoluto dos mais miseráveis". Sua formação militar, seu rigo

Paulo Leivas Macalão - um líder e vários olhares

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Todo crente assembleiano ao participar dos cultos e dos cânticos congregacionais, e ao manusear seu hinário, logo fica familiarizado com as iniciais do seguinte autor P. L. M. As iniciais do pastor Paulo Leivas Macalão (1903-1982) estão presentes em 54 composições de sua autoria e em outras 190 versões que totalizam 244 hinos, ou seja, 38% dos 640 da atual Harpa Cristã. Ao pesquisar sua história de vida, logo o curioso assembleiano verificará que esse senhor falecido a mais de um quarto de século foi um dos grandes líderes da Assembléia de Deus no Brasil e fundador de uma das maiores ramificações ministeriais da denominação nesse país: o Ministério de Madureira. P. L. M. e seu famoso violino: um líder das massas Os dados biográficos sobre Paulo Macalão se encontram com fartura na literatura da denominação. Após a sua morte ocorrida em 26 de agosto de 1982, dois livros sobre sua vida e obra foram lançados. O primeiro de autoria de Jefferson Magno "Paulo Macalão - A