tag:blogger.com,1999:blog-75051397519749887112024-03-28T16:23:43.525-03:00Memórias das Assembleias de DeusMemórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.comBlogger381125tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-65151587813355933202024-03-16T17:51:00.005-03:002024-03-16T20:10:32.478-03:00AD em São Cristóvão, RJ - surpresas no centenário<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Há cem anos, Gunnar e Frida Vingren organizaram a Assembleia de Deus (AD), em São Cristóvão, na Zona Central da cidade do Rio de Janeiro. A congregação implantada no antigo Distrito Federal, em pouco tempo expandiu-se pelas regiões próximas. Dessa expansão surgiu o Ministério de Madureira, liderado pelo jovem Paulo Leivas Macalão.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Os principais missionários suecos no Brasil lideraram a AD carioca. Pastores pioneiros como Francisco Pereira do Nascimento, Alcebiades Pereira Vasconcelos, José Pimentel de Carvalho e Túlio Barros Ferreira em muito contribuíram para o crescimento do ministério. O <i>Mensageiro da Paz, </i>a CPAD, o CAPED e tantas outras belas iniciativas de evangelismo e missões tiveram na AD do Bairro Imperial suas origens. A igreja carioca foi essencial para modelar e expandir o pentecostalismo no país. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Porém a política eclesiástica destruiu a AD São Cristóvão. Com idade avançada, o então pastor da igreja Túlio Barros entregou a liderança em 2004, para o seu filho caçula Jessé Maurício. Nesse tempo, o saudoso pastor Túlio já estava rompido com a CGADB e no processo de transição, a instituição pioneira do pentecostalismo no Rio aderiu a "novas doutrinas" causando um cisma denominacional.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS3oiuDawSzewB81Ch4xWD5KEHWfazn4xFthSUJcUj6ii_nzfCi1Xf1k0UwfRBdR42TQhzU6lO1ZWYMvKQkts5r9uEpNjivZYKt3dXvFzSeH77IIoviCoGSICu-TGD7ZKe8oguHv4St0oCv-uK0UYEw5sq8XxqJrHEvfkbFboqNNzxQCKOzvBdSBX6Lioa/s750/ademaf%201.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="750" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS3oiuDawSzewB81Ch4xWD5KEHWfazn4xFthSUJcUj6ii_nzfCi1Xf1k0UwfRBdR42TQhzU6lO1ZWYMvKQkts5r9uEpNjivZYKt3dXvFzSeH77IIoviCoGSICu-TGD7ZKe8oguHv4St0oCv-uK0UYEw5sq8XxqJrHEvfkbFboqNNzxQCKOzvBdSBX6Lioa/w640-h640/ademaf%201.jpeg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Apóstolo Jessé e Bispo Abner: transição na igreja histórica no RJ</b></td></tr></tbody></table><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Com o desligamento do pastor Túlio Barros da CGADB, a AD liderada por ele desapareceu das páginas do </span><i style="font-family: georgia;">Mensageiro da Paz.</i><span style="font-family: georgia;"> Os membros egressos de São Cristóvão fundaram a AD em Benfica, deixando um vazio no templo e nas finanças da igreja. O resultado foi a tentativa de alugar ou vender o antigo templo na mesma rua da atual sede. Com a criação da Convenção Nacional da Assembleia de Deus (CADB), a histórica casa de oração foi reativada.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Todavia a decadência continuou: congregações continuaram a ser vendidas para, supostamente, cobrir déficits financeiros. No atual templo da AD Missão Apostólica da Fé (ex-São Cristóvão) a liturgia e pregações em nada lembram uma "Assembleia de Deus". Algumas reformas em sua estrutura (aumento do palco que serve de púlpito e redução da nave interna do templo) tentaram disfarçar a reduzida assistência aos cultos.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Agora em março de 2024, no centenário da igreja carioca, o Apóstolo Jessé Maurício em comunicado nas redes sociais declarou que "após 2 anos de oração e incessante busca de Direção Divina, tomei a difícil decisão de encerrar meu ciclo como Pastor Presidente da Assembleia de Deus de São Cristóvão/Assembleia de Deus Missão Apostólica da Fé...".</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Segundo o caçula do pastor Túlio, após o centenário da igreja em junho próximo, o Bispo Abner Ferreira do Ministério de Madureira no Rio de Janeiro, será o novo pastor da instituição, respeitando a identidade histórica e a personalidade jurídica da mesma.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">O Ministério de Madureira foi fundado por um membro da antiga AD em São Cristóvão: Paulo Leivas Macalão. Macalão foi secretário da igreja e formou sua primeira banda musical. Do Bairro Imperial ele se aventurou pelos subúrbios do Rio para pregar o evangelho. Sempre fez questão de dizer que nunca rompeu com a igreja-mãe, mas ganhou autonomia dos suecos. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Agora no centenário, a história faz convergir os dois ministérios que no passado tiverem seus momentos de tensão. Na repercussão do caso, os pastores ligados à CGADB gostariam de ver a igreja novamente em seus quadros. Por outro lado, os obreiros de Madureira estão felizes com o reatamento histórico das duas principais Assembleias no Rio. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Entre tantas trocas de mensagens, alguns irmãos da "Nação Madureira" dizem que Macalão sonhava em abrir uma igreja no centro da Cidade Maravilhosa...</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Fontes: </b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">ALENCAR, Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011 (2ª edição ampliada). São Paulo: Recriar; Vitória: Editora Unida, 2019.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">CABRAL, David. Assembleias de Deus: a outra face da história. 3 ed. Rio de Janeiro: Betel, 2002. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">CORREA, Marina. Assembleia de Deus: Ministérios, Carisma e Exercício de Poder. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">DANIEL, Silas. História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">FAJARDO, Maxwell. Onde a luta se travar: uma história das Assembleias de Deus no Brasil. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><a href="https://www.pointrhema.com.br/2024/03/bp-abner-ferreira-ad-madureira-rj.html?m=0">https://www.pointrhema.com.br/2024/03/bp-abner-ferreira-ad-madureira-rj.html?m=0</a><br /></span></p><div style="text-align: justify;"><a href="https://mariosergiohistoria.blogspot.com/2010/12/assembleia-de-deus-de-sao-cristovao-rj.html">https://mariosergiohistoria.blogspot.com/2010/12/assembleia-de-deus-de-sao-cristovao-rj.html</a></div><p style="text-align: justify;"><a href="https://mariosergiohistoria.blogspot.com/2017/12/retrospectiva-o-resgate-de-um-simbolo.html">https://mariosergiohistoria.blogspot.com/2017/12/retrospectiva-o-resgate-de-um-simbolo.html</a><br /></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://mariosergiohistoria.blogspot.com/2018/03/ad-sao-cristovao-o-retorno.html">https://mariosergiohistoria.blogspot.com/2018/03/ad-sao-cristovao-o-retorno.html</a></p>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-47635440186351137012024-02-12T12:37:00.008-03:002024-02-12T12:52:22.706-03:00Censo IBGE 2022 e as Assembleias de Deus<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Foi amplamente divulgado neste início do mês de fevereiro, os dados do IBGE - Censo 2022, que o Brasil tem mais templos religiosos do que escolas e hospitais. São 580 mil espaços (próprios ou alugados) de diferentes tipos de religião contra 264,4 mil instituições de ensino e 247,5 mil unidades de saúde.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Logicamente que nessa conta entram todos os locais de culto das mais variadas religiões e seitas implantadas pelo país. É fato também que, pelo seu gigantismo e capilaridade, as ADs contribuíram para essa marca interessante da sociedade brasileira. </span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ_L08t4l2HqdeYXOVq3xQnS3kap6oCHNESsBd5HuJZ17bh0PGza7v56-8RLcHK20-aSIO-i3c1X8p_Z75siNe-dq5-DEKNngS0sdMOKfduzSXMW4mWYpAD4FA4PbWFpYG1HK-MvIxXG5fmgA5ZYSBjXaCKQ5_pJjZTGhPv76rrAQz8PoilYyuzk5uHtLp/s894/neopentecostal.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="568" data-original-width="894" height="254" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ_L08t4l2HqdeYXOVq3xQnS3kap6oCHNESsBd5HuJZ17bh0PGza7v56-8RLcHK20-aSIO-i3c1X8p_Z75siNe-dq5-DEKNngS0sdMOKfduzSXMW4mWYpAD4FA4PbWFpYG1HK-MvIxXG5fmgA5ZYSBjXaCKQ5_pJjZTGhPv76rrAQz8PoilYyuzk5uHtLp/w400-h254/neopentecostal.png" width="400" /></a></div><span style="font-family: georgia;"><p style="text-align: justify;">Na história das ADs encontramos um bom exemplo que confirma essa afirmação, quando na Convenção Geral de 1940, na Bahia, os convencionais propuseram uma maior dedicação das igrejas “à evangelização das cidades do interior, já que ultimamente as igrejas estavam mais voltadas para o crescimento nas grandes cidades.”</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Na resolução da CGADB, os obreiros deveriam obedecer o chamado de Deus sem visar “o conforto” dos grandes centros, mas levar o evangelho onde Deus enviasse. Segundo Silas Daniel em seu livro <i>História da Convenção Geral dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Brasil</i> a atitude da dos convencionais foi um grande diferencial se comparado com as novas denominações, que procuram os grandes centros, “relegando os pontos mais carentes da pregação do Evangelho de Cristo”. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">“Hoje, em quase todas as cidades e vilas do Brasil, há um trabalho das Assembleias de Deus. Pode não haver Correios, Caixa Econômica ou Banco do Brasil em muitos cantões brasileiros, mas geralmente há um templo das Assembleias de Deus ou um ponto de pregação assembleiano” — destacou Daniel. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Na década de 1960, o pesquisador Willian Read já tinha observado, que onde se encontrasse as máquinas de costura Singer e o guaraná, as ADs estariam presentes. Não só na questão geográfica, mas também na literatura nacional a denominação começou a ser citada <a href="https://mariosergiohistoria.blogspot.com/2011/09/assembleia-de-deus-segundo-erico.html">(ver aqui)</a></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Deve-se lembrar, que a dinâmica ministerial das ADs ajudou em muito nessa expansão com a formação dos Ministérios concorrentes entre si. Buscando novos campos ou “invadindo” searas alheias, Belenzinho, Madureira, Ipiranga, Perus, Abreu e Lima e outros, transformaram as ADs numa instituição onipresente no país.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Fontes:</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">ALENCAR, Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011 (2ª edição ampliada). São Paulo: Recriar; Vitória: Editora Unida, 2019.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">CORREA, Marina. Assembleia de Deus: Ministérios, Carisma e Exercício de Poder. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">DANIEL, Silas. História da Convenção Geral dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Brasil (2ª edição revista e ampliada) Rio de Janeiro: CPAD, 2022.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">FAJARDO, Maxwell. Onde a luta se travar: uma história das Assembleias de Deus no Brasil. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</span></p>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-21205639964723786952024-01-21T15:51:00.001-03:002024-03-16T17:26:27.754-03:00Adriano Nobre - o cancelamento histórico<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Quando<i> A Seara</i> foi recém lançada na década de 1950, adiantava-se na contracapa da revista que chegava aos leitores, os principais assuntos da próxima edição. Criava-se assim, uma boa dose de expectativas sobre os temas pautados pelos seus jovens editores da CPAD.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Só para lembrar: a revista <i>A Seara</i> foi lançada em setembro de 1956, e tinha propostas que, se colocadas em prática, trariam maior abertura à denominação. No periódico eram debatidos assuntos polêmicos como institutos bíblicos e congressos de jovens; assuntos controversos para a época.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Idealizada por Augusto Rocha, João Pereira de Andrade e Silva e Joanyr de Oliveira, <i>A Seara</i> teve uma excelente recepção no mercado evangélico. Nos registros oficiais, o novo produto da CPAD foi recebido com alegria. O pastor João Pereira, anos depois do lançamento do produto, relatou que a “felicidade de (quase) todos era imensa”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">A falta de unanimidade sobre uma revista com boa tiragem e abrangência nacional, devia-se ao fato de alguns líderes assembleianos ficarem contrariados com não as propostas de maior abertura da denominação. Além de certos temas serem controversos, houve um caso registrado de censura a uma matéria sobre o pastor Adriano Nobre de Almeida.</span></div><span id="docs-internal-guid-20921492-7fff-ecd4-eff5-81a043881afe"><p dir="ltr" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh2-w7GgWK1dMVzJ5OenvqNuh8qSbjaCGJd_LEglD-Jn2KVP_D9L9aIsNf3-X39gq2BLFWDoh6YukqYiRkSAE5ewPlUVl85cWfMDjZW_0VAkbet4taBBS-LO7_OhpswajMCoPykSp2zBVSfdCmmHvT9bQNJ7e1d4sWuLwVRFQNEyUkivzy7F37dSbwyl3N/s813/nobre%20capa.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="349" data-original-width="813" height="274" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh2-w7GgWK1dMVzJ5OenvqNuh8qSbjaCGJd_LEglD-Jn2KVP_D9L9aIsNf3-X39gq2BLFWDoh6YukqYiRkSAE5ewPlUVl85cWfMDjZW_0VAkbet4taBBS-LO7_OhpswajMCoPykSp2zBVSfdCmmHvT9bQNJ7e1d4sWuLwVRFQNEyUkivzy7F37dSbwyl3N/w640-h274/nobre%20capa.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Contracapa da revista A Seara anunciando a matéria sobre Nobre</b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Nobre foi um dos pioneiros da AD no Brasil com participação na implantação das ADs no Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Também publicou a primeira edição da Harpa Cristã, em 1922. Em 1924, os primeiros crentes pentecostais na cidade do Rio de Janeiro convidaram Adriano para o pastorado da igreja, mas ele não aceitou.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Apesar de todo o pioneirismo, Nobre afastou-se das ADs na década de 1930. Segundo consta nos registros oficiais, o pioneiro envolveu-se com “doutrinas heréticas” e morreu afastado da denominação que ajudou a implantar, aos 55 anos de idade vítima de tuberculose<span style="font-size: 12pt; white-space-collapse: preserve;">.</span></span></div><p></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi963GlZIFBGc0WrlSv7LCJq87MDzdGldXcEJwD4DJBE74BQW6qIN8aEVgIRvRmKKvHfhxhzpy9vbSIAlJZiec_NcDIY05rIqikNKVawY_AUFSB_z19vXKWmXqwz2vaRcE27EzsJ5mQhVxE1yBCU98Iojeb34-ztXo2zI0OTVq8plbmcWese1r9Y2_mpJHR/s427/nobre.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="178" data-original-width="427" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi963GlZIFBGc0WrlSv7LCJq87MDzdGldXcEJwD4DJBE74BQW6qIN8aEVgIRvRmKKvHfhxhzpy9vbSIAlJZiec_NcDIY05rIqikNKVawY_AUFSB_z19vXKWmXqwz2vaRcE27EzsJ5mQhVxE1yBCU98Iojeb34-ztXo2zI0OTVq8plbmcWese1r9Y2_mpJHR/w640-h266/nobre.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Nota suspendendo a futura matéria</b></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Na época dos acontecimentos ainda não se falava da “cultura do cancelamento”, mas Adriano Nobre de Almeida foi alvo dessa prática por quase toda a história das ADs. Exemplo claro disso foi a resistência em reconhecer seu pioneirismo em Pernambuco.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Esse “cancelamento” também chegou<i> A Seara</i> (julho/agosto de 1957), pois na contracapa da revista anunciou-se que a edição seguinte traria “revelações” sobre a vida e obra do “primeiro pastor pentecostal brasileiro”. Joanyr de Oliveira traçaria o perfil de Nobre fazendo “justiça ao grande nome” das ADs, que permanecia “esquecido” na história. Contudo, na mesma edição, uma pequena nota, provavelmente feita às pressas durante o fechamento da revista, anunciava a supressão da matéria.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Em suma: a censura revelava os limites e tensões dos editores da revista na confecção das matérias mais ousadas. Também expôs a “cultura do cancelamento” assembleiano para certos personagens da história da igreja. Adriano Nobre é só um exemplo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Fontes:</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div><span style="font-family: georgia;">ALENCAR, Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011 (2ª edição ampliada). São Paulo: Recriar; Vitória: Editora Unida, 2019.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">CABRAL, David. Assembleias de Deus: a outra face da história. 3 ed. Rio de Janeiro: Betel, 2002. </span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">CORREA, Marina. Assembleia de Deus: Ministérios, Carisma e Exercício de Poder. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">DANIEL, Silas. História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">FAJARDO, Maxwell. Onde a luta se travar: uma história das Assembleias de Deus no Brasil. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><div><span style="font-family: georgia;">FONSECA, André Dioney. 'Temei a Deus, honrai ao Rei': revista A Seara e os (des)caminhos do debate sobre a relação igreja/política na imprensa assembleiana (1956-1980). 2017. Tese (Doutorado em História Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.</span></div></div></div></span>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-84733002997938373782024-01-14T11:21:00.000-03:002024-01-14T11:21:35.889-03:00A invisibilidade das mulheres na história<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">As questões de ministério e liderança feminina nunca foram ponto pacífico dentro das ADs no Brasil. Na Convenção Geral de 1930 em Natal, no Rio Grande do Norte, tentaram enquadrar as mulheres e dar uma solução satisfatória ao caso, todavia, sem sucesso aparente.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Na contramão da sociedade, onde as mulheres conquistavam seu espaço e influência (sempre as duras penas), os líderes das ADs sinalizaram o oposto, ou seja, delimitaram a área de atuação do chamado “sexo frágil”. Segundo os convencionais de 1930, as irmãs teriam “todo o direito de participar da obra evangélica, testificando de Jesus e a sua salvação, e também ensinando quando for necessário”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Porém, quando se tratava de liderança, a democracia eclesiástica era limitada: “Mas não se considera que uma irmã tenha função de pastor de uma igreja ou de ensinadora, salvo em casos excepcionais mencionados em Mateus 12. 3-8 (uma referência ao princípio de necessidade). Isso deve acontecer somente quando não existam na igreja irmãos capacitados para pastorear ou ensinar".</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgQKG_9a_fiVeMEaPQ8otNf2_slgVefSx1OeEZP87tg8eVqVXLLsfF-bchL_0AL4UPXBKk5OAgTxVbSnjWDbgPsCXtmv8PN3NjD_3T_qmbrVz7WTSV5aJTCj65vEYpU-2gyLt_DwxO8SIbTErl2XGzMKhpNU9SMmPsSTXPgN3koy7McyKG_9zEUSiSdfoZ/s946/anonima.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="946" data-original-width="568" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgQKG_9a_fiVeMEaPQ8otNf2_slgVefSx1OeEZP87tg8eVqVXLLsfF-bchL_0AL4UPXBKk5OAgTxVbSnjWDbgPsCXtmv8PN3NjD_3T_qmbrVz7WTSV5aJTCj65vEYpU-2gyLt_DwxO8SIbTErl2XGzMKhpNU9SMmPsSTXPgN3koy7McyKG_9zEUSiSdfoZ/w384-h640/anonima.png" width="384" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: medium;">Mulheres nas ADs: muitas no anonimato</span></b></td></tr></tbody></table><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Contudo, os debates sobre essa decisão sempre foram questionados. E conforme o movimento pentecostal crescia e se transformava mais as discussões aumentavam. Enquanto alguns líderes defendiam a atuação das mulheres, outros mantinham a linha conservadora.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Foi o caso do pastor Francisco de Assis Gomes. Nas páginas do Mensageiro da Paz, o pai do famoso pregador Gesiel Gomes, escreveu um texto intitulado “A mulher e sua missão”, onde deixou bem claro a sua posição sobre a função das irmãs da igreja.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Para Gomes, a mulher foi “feita para ser adjutora do homem” e não “competir com ele em todas as suas atividades”. Como legítimo representante da velha guarda assembleiana, Francisco reagia nas linhas do periódico contra os ventos da modernidade: “O moderno sistema de colocar a mulher no mesmo nível do homem, quer nos trabalhos ou governo administrativo, que não sejam de sua competência feminina, não deixa de ser uma contraproducência”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Todavia, Gomes mencionou um caso emblemático sobre a atuação feminina na obra. Segundo ele, as igrejas em Santa Inês, Olhos D’Água e Miritiba no Maranhão foram fundadas por “uma mulher”, que Assis não cita o nome, apenas seu trabalho pioneiro. Na sequência, porém, ele dá o nome e sobrenome dos homens que realizaram os batismos, ceias e pastorearam as congregações.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">O breve relato do pastor Francisco de Assis Gomes (1909-1996) é uma síntese involuntária da própria narrativa histórica das ADs no Brasil. Os homens e suas titulações eclesiásticas são realçadas, enquanto que as irmãs seguem no esquecimento por descuido ou circunstâncias desconhecidas; caso da crente no Maranhão.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Gomes registrou o fato de “uma mulher” evangelizar, pregar e abrir congregações no interior do maranhense, mas que não batizava ou liderava as igrejas “por não ser bíblico”. E quantas irmãs pentecostais ainda permanecem no anonimato histórico ou invisibilidade histórica?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span id="docs-internal-guid-82c33ce1-7fff-3612-ba7d-b21323ab0dd9" style="font-family: georgia;"><p dir="ltr" style="line-height: 1.295; margin-bottom: 8pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;"><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><b>Fontes:</b></span></p></span><span style="font-family: georgia;"><br />MENSAGEIRO DA PAZ, 15 de abril de 1973, Rio de Janeiro: CPAD, p.2 e 11. (<a href="https://drive.google.com/file/d/0B14eZiSdJ5vIQnA3NmpGZmthcUE/view?usp=sharing&resourcekey=0-i46Q2K4qYqiG_-7lalW7OQ">Leia aqui</a> o texto na íntegra)<br /><br />ALENCAR, Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011, Rio de Janeiro: Ed. Novos Diálogos, 2013.<br /><br />ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.<br /><br />CORREA, Marina Aparecida Oliveira dos Santos. Assembleia de Deus: Ministérios, carisma e exercício de poder. São Paulo: Fonte Editorial, 2013.<br /><br />DANIEL, Silas. História da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.<br /><br />FAJARDO, Maxwell Pinheiro. Onde a luta se travar: a expansão das Assembleias de Deus no Brasil urbano (1946-1980) - Assis, 2015.<br /><br />PETHRUS, Lewi. Lewi Pethrus – Biografia. Rio de Janeiro, CPAD: 2004.</span></div>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-30227197634731987462024-01-09T20:50:00.004-03:002024-01-11T11:36:57.144-03:00Ministérios Hereditários - o caso da AD em Bento Ribeiro, RJ<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Quando o assunto sucessões familiares vêm à baila, muito se comenta sobre os Ministérios e Convenções mais conhecidas no Brasil (Belenzinho, Santos, Madureira, Belém do Pará). Como já se observou em outras postagens, alguns Ministérios são controlados por determinadas famílias há décadas. Porém, há um Ministério que desde a sua fundação no ano de 1945, é liderado por um só clã familiar: a AD em Bento Ribeiro, bairro da Zona Norte no Rio de Janeiro.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Tudo começou quando um membro da Igreja Congregacional, Horácio da Silva, vivenciou a experiência pentecostal. A casa dos Silva era utilizada para os cultos da Congregacional desde 1930, mas depois de receber o batismo no Espírito Santo, Horácio resolveu começar em sua residência, na Rua Conde de Resende 306, uma congregação da AD.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Utilizando a máquina de costura da esposa como púlpito, Horácio viu no primeiro culto em sua moradia uma pessoa aceitar a Jesus. Na segunda reunião, duas pessoas se renderam a Cristo, e na terceira mais sete; no quarto encontro treze almas foram acrescentadas ao rebanho de fiéis.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Contam os mais antigos membros, que o pastor Horácio resolveu se filiar à AD em Belford Roxo, município da Baixada Fluminense, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Apesar de estar dentro da jurisdição do Ministério de Madureira, a congregação não se filiou à rede de igrejas do pastor Paulo Macalão.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Mas não demorou para o pastor Paulo abrir uma filial em Bento Ribeiro. Em 1950, cinco anos depois de iniciada a congregação da Vila Boa Esperança, Macalão implantou sua congregação no bairro. Dentro dos subúrbios cariocas, o trabalho do pastor Horácio ameaçava a hegemonia de Madureira.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">A AD Ministério Boa Esperança, avançava. Em 1953, o campo contava com seis congregações e sete pontos de pregação. Três anos depois, o número de filiais aumentou para 11 com mais de mil membros e congregados. O progresso da obra fez com que um novo templo fosse construído para acomodar os crentes.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQrPz5jZoPjP3cU9pS_nZPPR0_MhTVycAHrCc-eNRniwvfG0dnSmnb79hnmMqJYr715TmNKUr2wmCwwoFiDqaSukI9SBaLuu4YXD4cPynKhTj3WRP-W6677cnvh9tFeeHgSkzrHDVWoAfMkJa8HhyphenhyphenXBLH52rv71qujWfQOChF7jJ4IRyqS8XmaatC68tTh/s707/bento%20ribeiro.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="552" data-original-width="707" height="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQrPz5jZoPjP3cU9pS_nZPPR0_MhTVycAHrCc-eNRniwvfG0dnSmnb79hnmMqJYr715TmNKUr2wmCwwoFiDqaSukI9SBaLuu4YXD4cPynKhTj3WRP-W6677cnvh9tFeeHgSkzrHDVWoAfMkJa8HhyphenhyphenXBLH52rv71qujWfQOChF7jJ4IRyqS8XmaatC68tTh/w640-h500/bento%20ribeiro.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: medium;">Família do pastor Horácio na revista <i>A SEARA</i> na década de 1950</span></b></td></tr></tbody></table><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Paralelamente ao crescimento da congregação, Horácio da Silva subia na hierarquia assembleiana: foi separado ao diaconato em 1946, presbítero em 1949 e pastor em 1952, no encerramento da Escola Bíblica de Obreiros na AD em São Cristóvão, RJ. No mesmo ano, a igreja em Bento Ribeiro recebeu sua emancipação definitiva.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Mas dentro da lógica das ADs, o crescimento pode ser visto com bênção ou maldição. Em 1955, o pastor Horácio e seu filho Horácio Júnior foram desligados da CGADB e em 1962, eles foram reintegrados. O teor da resolução apontou para os motivos do desligamento; na verdade um antigo e constante problema das ADs: abertura de congregações em campos alheios e recebimento de obreiros excluídos de outros ministérios.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Superados esses desentendimentos, a AD continuou a crescer, abrir congregações, construir templos e se fortalecer. Em 1976, o pastor Horácio da Silva fez algo que hoje se tornou comum nos ministérios: fez do filho, Horácio da Silva Júnior, seu sucessor e permaneceu como presidente de honra até sua morte em 1989.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Além de liderar a igreja que viu nascer em sua casa, Horácio Júnior também exerceu o cargo de diretor executivo da CPAD entre 1987 e 1993. Faleceu em 2017. A sucessão novamente foi resolvida em família com a posse do pastor Emmanuel da Silva, irmão do saudoso líder.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Assim, a AD em Bento Ribeiro caminhou e ainda segue sob a tutela familiar dos Silva. Caso único nas ADs no Brasil.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Fontes:</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">ALENCAR, Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011 (2ª edição ampliada). São Paulo: Recriar; Vitória: Editora Unida, 2019.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">CORREA, Marina. Assembleia de Deus: Ministérios, Carisma e Exercício de Poder. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">DANIEL, Silas. História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">FAJARDO, Maxwell. Onde a luta se travar: uma história das Assembleias de Deus no Brasil. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia;">MENSAGEIRO DA PAZ acervo:</span> <a href="https://www.relep.org.br/biblioteca-virtual">https://www.relep.org.br/biblioteca-virtual</a></div><p style="text-align: justify;"><a href="https://adbentoribeiro.wixsite.com/adebri/historico" style="text-decoration-line: none;"><span face="Arial, sans-serif" style="color: #1155cc; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; text-decoration-line: underline; text-decoration-skip-ink: none; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">https://adbentoribeiro.wixsite.com/adebri/historico</span></a></p>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-6372104338293249532023-12-15T16:31:00.000-03:002023-12-15T16:31:54.381-03:00Impressões sobre a AD carioca - por Lewi Pethrus<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">No ano de 1930, o pastor Lewi Pethrus, líder da Igreja Filadélfia em Estocolmo, Suécia, veio ao país para participar da primeira Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) realizada em Natal, RN. Sua presença na CGADB foi motivada por problemas internos da denominação. Em sua biografia editada pela CPAD, o líder sueco comentou esse momento de crise do movimento pentecostal nativo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Porém, outras opiniões sobre a obra no Brasil foram escritas por Pethrus. Na edição do mês de novembro de 1930, o <i>Sanningens Vittne</i> (Testemunha da Verdade) publicou uma carta do pastor escandinavo com interessantes impressões sobre a Assembleia de Deus carioca, no bairro de São Cristóvão, RJ.</span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNK44mN551W3ZlOTjGacxg4bmggVW0JlReW4XEHR8AZrTm2cJjEW29V6mRnLAIJX4kbn-CCQY1H9nRGC0pmijEWtuvSpr8IYNOAYyHzgpFzOB-ZFgjWhBzT4ppk4llnCd-zVPQ6j7_9G9pSe2-WJmpt4yfoqwLt1em1MKpLNNNd3q8CsYs6z7Bkm5aSo5X/s1087/lewi-pethrus-ecf05250-44d0-457d-8ff7-501315f7d72-resize-750.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1087" data-original-width="750" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNK44mN551W3ZlOTjGacxg4bmggVW0JlReW4XEHR8AZrTm2cJjEW29V6mRnLAIJX4kbn-CCQY1H9nRGC0pmijEWtuvSpr8IYNOAYyHzgpFzOB-ZFgjWhBzT4ppk4llnCd-zVPQ6j7_9G9pSe2-WJmpt4yfoqwLt1em1MKpLNNNd3q8CsYs6z7Bkm5aSo5X/w442-h640/lewi-pethrus-ecf05250-44d0-457d-8ff7-501315f7d72-resize-750.jpeg" width="442" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Na correspondência enviada ao periódico, Lewi contou que acompanhado de Gunnar Vingren, chegou ao Rio, numa terça-feira, 12 de agosto, “após uma viagem marítima de 22 dias”. Devido a fiscalização na alfândega, os dois pastores chegaram atrasados no culto à noite.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Havia um clima de comoção na Cidade Maravilhosa. A República Velha estava em estado terminal e, dias antes, a população do Rio tinha presenciado o sepultamento de João Pessoa, aliado de Getúlio Vargas e candidato a vice-presidente na chapa da Aliança Liberal, derrotada pelas forças oligárquicas dominantes. Não por acaso em sua biografia, o líder sueco comentou: “Havia fortes rompimentos políticos no país”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Liberados da fiscalização portuária, os dois pastores foram diretamente para o culto, onde “a irmã Frida Vingren e os evangelistas iniciaram a reunião, e quando chegamos a música já estava a todo vapor”. A menção à esposa de Gunnar não deixa de ser curiosa: “a irmã Frida” estava à frente dos “evangelistas”, ou seja, na liderança dos trabalhos na ausência do esposo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Em seguida, o líder pentecostal europeu relatou sobre a enorme assistência dos crentes ao culto noturno:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><i>Tivemos dificuldade em abrir caminho pelos corredores superlotados. E a plataforma estava igualmente lotada. Do lado de fora das janelas abertas, as pessoas estavam amontoadas, e da mesma forma perto das portas. Foi como costuma acontecer nas congregações pentecostais. Enquanto caminhávamos até a plataforma, a música animada soou e, quando chegamos aos nossos lugares, a multidão se levantou, acenando com as mãos e deu sua alegria de todas as maneiras.</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Pethrus sentiu que os fiéis brasileiros eram avivados, crentes de fogo. Diante da exuberância espiritual da igreja ele exclamou: “Quão estranho e comovente é ficar face a face com uma congregação brasileira! Através dos nossos queridos missionários temos ouvido falar muito sobre este povo e o seu país e sobre a obra de Deus aqui. E agora eu estava no meio de tudo para ver”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Durante o culto, Gunnar discorreu sobre a sua viagem à Suécia. Depois foi a fez Pethrus saudar a igreja e dar seu testemunho. Ao <i>Sanningens Vittne</i> ele manifestou sua surpresa ao perceber que os crentes brasileiros estavam atentos à pregação:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><i>Se você pensa que os brasileiros têm um nível intelectual baixo, você está completamente enganado. Eles são extremamente alertas e talentosos. Você pode ter certeza, eles glorificam no ponto certo do sermão e de forma alguma dão sua aprovação a nada. Mas quando ouvem uma mensagem que os cativa, eles abrem seus corações</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">As observações do pastor sueco revelavam o olhar eurocêntrico sobre a população da América Latina, vista como culturalmente atrasada e inferior. Isso explica o espanto dos visitantes ao participarem de um culto pentecostal no Rio de Janeiro, onde o povo revelava (e ainda revela) na cultura e cor suas raízes africanas e a miscigenação do Brasil.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Fontes:</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">ALENCAR, Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011 (2ª edição ampliada). São Paulo: Recriar; Vitória: Editora Unida, 2019.</span></div><div style="text-align: justify;"><div><br /></div><div><span style="font-family: georgia;">ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">DANIEL, Silas. História da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Sanningens Vittne, Minneapolis, MINN, november, 1930. </span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">O Sanningens Vittne (a Testemunha da Verdade) foi um periódico religioso cristão pentecostal de língua sueca publicado em Minneapolis, Minnesota, entre 1911 e 1939.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><a href="https://www.mnhs.org/newspapers/hub/sanningens-vittne">https://www.mnhs.org/newspapers/hub/sanningens-vittne</a><br /></span></div></div>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-74166162550455578912023-12-11T16:11:00.004-03:002023-12-15T14:22:47.163-03:00Joel Carlson - a última carta<div style="text-align: justify;"><div><span style="font-family: georgia;">O sueco Joel Frans Adolf Carlson (1889-1942) é um dos nomes mais conhecidos entre os missionários pioneiros das Assembleias de Deus no Brasil. Seu nome também está intimamente ligado à história da igreja em Pernambuco, liderada por ele por muitos anos e ao trabalho de assistência social com a fundação de um orfanato que ainda mantém suas atividades.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Carlson nasceu em 23 de junho de 1889, em Estocolmo, Suécia. Segundo o seu conterrâneo Samuel Nyström, Joel na sua juventude dedicou-se ao atletismo sendo “um dos primeiros” do seu país. Ao vencer “certo número de astros mundiais, nas corridas internacionais” foi indicado para os Jogos Olímpicos. </span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Mas em 1914, aos 24 anos de idade, Joel tornou-se “atleta” de Cristo, na Igreja Filadélfia em Estocolmo, na época liderada pelo pastor Lewi Pethrus. Em 1915, recebeu o batismo com o Espírito Santo. Em 1917, casou-se com a jovem Signe Herdlund e, na mesma cerimônia, o casal foi separado para o campo missionário no Brasil. O casal desembarcou no Pará em 1918, e depois de estudar o idioma foram enviados a Pernambuco para prosseguir o trabalho pioneiro de Adriano Nobre.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1o2rANYaeE1Wwuap6gatXDMARM6YvWVscTgFjo5u-2tum6rUZzo9ps36L9y2c0ijpdh9OjmpNuWW7JxPMZ6t1vyMJz0r7Hd362GblK8pQ_c5tVOHYpxa2T69gvhEPhfhc5DtBkgx5lYIy_HQ59sbubqoy7BzhERjhASbsK6FSD0yxJgBfbJ6rAemiT0Ye/s800/Mission%C3%A1rio%20Joel%20Carlson%20e%20Fam%C3%ADlia.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="644" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1o2rANYaeE1Wwuap6gatXDMARM6YvWVscTgFjo5u-2tum6rUZzo9ps36L9y2c0ijpdh9OjmpNuWW7JxPMZ6t1vyMJz0r7Hd362GblK8pQ_c5tVOHYpxa2T69gvhEPhfhc5DtBkgx5lYIy_HQ59sbubqoy7BzhERjhASbsK6FSD0yxJgBfbJ6rAemiT0Ye/w516-h640/Mission%C3%A1rio%20Joel%20Carlson%20e%20Fam%C3%ADlia.jpg" width="516" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-size: medium;">Missionário Joel Carlson e família</span></b></td></tr></tbody></table></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">O início foi cercado por dificuldades, perseguições e calúnias. Mas a perseverança do casal rendeu frutos com muitas conversões. Dez anos depois, a igreja já contava com mais de 1,5 mil membros. Em 1937, Joel transferiu a liderança da Assembleia de Deus em Pernambuco para o pastor José Bezerra da Silva. Viajou à Suécia para descansar e ao voltar em 1939, continou cooperando com na obra, contudo, sem presidir a denominação.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Infelizmente, Joel Carlson morreu no dia 07 de setembro de 1942, aos 53 anos de idade. Duas semanas antes, no dia 23 de agosto, o missionário tinha batizado nas águas 187 novos convertidos. Um dos candidatos ao batismo estava infectado com tifo e transmitiu a doença para Carlson.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Naqueles tempos de missões escandinavas e norte-americanas no Brasil, os missionários costumavam enviar relatórios aos crentes pentecostais nos EUA e da Europa contando sobre suas atividades evangelísticas. Era uma forma de prestar contas do seu trabalho e garantir mais apoio financeiro aos seus projetos.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Foi então que o periódico <i>Herald of Faith</i> (Arauto da Fé) da Igreja Filadélfia em Chicago, Illinois, EUA, recebeu e publicou a última carta escrita pelo missionário sueco aos irmãos norte-americanos. É um relato emocionante sobre o dia em que Carlson participou do derradeiro batismo da sua vida e ministério:</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i>Ontem, 23 de agosto, foi um dia maravilhoso para nós aqui em Pernambuco. O dia começou cedo com oração e continuou durante todo o dia. Muitos dos cristãos entregaram-se à oração e ao jejum. O Senhor se revelou de uma forma maravilhosa, muitos sendo batizados no Espírito Santo. Na reunião, 118 pessoas [o número diverge dos 187 da história oficial] passaram pelas águas do batismo, a maioria das quais já havia recebido a Promessa do Espírito Santo. Quando o convite foi feito, 24 almas se apresentaram para aceitar o dom da salvação em Cristo Jesus. Como é maravilhoso servir ao Senhor!</i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Na sequência da missiva, o saudoso obreiro ainda contou sobre uma das suas últimas visitas aos necessitados: </span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><i>Há pouco tempo, fui convidado para realizar um culto de ação de graças na casa de uma família. A casa era muito pequena, por isso foi necessário realizar a reunião ao ar livre. Uma grande multidão reuniu-se e oito almas se renderam a Cristo. Na mesma casa, Deus mostrou Seu amor e poder de forma extraordinária. O pai de família, até cerca de quatro anos atrás, estava muito mergulhado no pecado; e não só isso, mas deficiente e sofrendo de problemas cardíacos - tanto que só conseguia andar com muita dificuldade. Três dias após a sua conversão, o Senhor o curou completamente! A esposa ficou tão feliz que não encontrou palavras para exaltar o Nome do Senhor Jesus. Ela também sofria muito de uma enfermidade chamada elefantíase, doença horrível: as pernas e os pés ficam com a aparência das pernas e dos pés de um elefante, mas em proporções muito piores (...) Contudo, Jesus realizou uma operação maravilhosa, e depois de alguns minutos ela ficou completamente curada! Glória a Jesus! Ah, a alegria que reinava naquele lar era indescritível. Sim, só Jesus pode transformar tudo.</i></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Logo em seguida, Joel observou: “É certo, não temos muitos dias para trabalhar! O Senhor Jesus virá em breve! Como é maravilhoso poder recebê-lo!” Ainda que as palavras do missionário visassem a promessa da iminente da Volta de Cristo, para ele, no entanto, houve literalmente poucos dias.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Carlson comentou ainda sobre o progresso do orfanato por ele fundado “embora tudo tenha subido de preço”, uma referência clara à situação econômica no Brasil agravada pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945) em andamento na Europa. Em meio a crise, o pioneiro confiava na providência divina e na intercessão dos santos: “Contudo, o Senhor sabe de tudo isso e naturalmente suprirá as necessidades de sustento desses órfãos. Pedimos orações e apoio. Sem dúvida, o Senhor suprirá as necessidades”.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Sem ainda saber que estava contaminado, e que em breve seu corpo apresentaria os graves sintomas da doença que o levaria à morte, Joel Carlson citou o versículo bíblico que se cumpriu em duas semanas em sua vida: “Em breve ouviremos as gloriosas palavras do Mestre: ‘Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor’”. </span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">O sepultamento do missionário foi muito concorrido em Recife. Conta-se que um fiel sonhou com o céu sendo preparado para receber um príncipe que chegaria da terra. Com certeza era Joel Frans Adolf Carlson que adentrava os portões celestiais.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><b>Fontes:</b></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Herald of Faith, January 1943, volume 8, nº 08. Publicação da Igreja Filadélfia em Chicago, Illinois, EUA. </span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">Mensageiro da Paz, ano XII, nº 19, 2ª quinzena de março de 1942.</span></div></div>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-22311373410660594392023-10-19T16:28:00.002-03:002023-10-22T10:41:47.306-03:00Sucessões pastorais - Ministérios Hereditários (parte 2)<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Família Malafaia - AD em Campo Grande, Rio de Janeiro</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Na década de 1930, a região de Campo Grande, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, foi alvo dos esforços evangelísticos do pastor Paulo Leivas Macalão. No início eram apenas pontos de pregação pelo bairro até a abertura de um templo provisório para os fiéis congregarem. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Naquela época, a congregação era filial da AD em Bangu. Após a Segunda Guerra Mundial, em 1946, a abertura da Avenida Brasil facilitou o contato da região com o restante da cidade. Assim, na década de 1950, a igreja em Campo Grande passou a ser controlada diretamente pela AD em Madureira sob a supervisão do pastor Macalão. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Passaram pela direção da igreja os pastores Narbal Soares, Manoel Mendonça, Ludovico de Andrade, Florêncio Luiz Pereira, Ezequiel da Silva, Miguel Pastor e Otávio José de Souza. No ano de 1959, o pastor Paulo enviou um dos seus mais dinâmicos obreiros para assumir a liderança da AD em Campo Grande: o pastor Carlos Malafaia. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Macalão não errou na escolha, pois nos anos 60, a região receberia grandes empresas e, consequentemente, experimentaria uma enorme expansão demográfica com a abertura de loteamentos irregulares e conjuntos habitacionais construídos pelo poder público estadual.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Carlos liderou a congregação naquele momento de <i>boom </i>econômico da Zona Oeste carioca. No ano de 1960, ele lançou a Pedra Fundamental do atual templo e o inaugurou em outubro de 1972. Um pouco antes, em 1970, a AD em Campo Grande recebeu sua autonomia devido “ao crescimento do trabalho e fidelidade do pastor Carlos Malafaia ao Ministério de Madureira”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoFlWsCwkU566_YOgPYz0bsvQkGkwmBeLnTfAubuPdJXkEcKu-slwN6knKd4_HQkiY60Y6tOBXTVKndQEW5acYpMZJW0eSrtxq6MBy3UY7B6TPLl1MjxCt6Cm0QH5LOC7XkPxIFY126m2g_62_MEfU0X0-SmC0BdtQJSO_eBZHVNkNSQ40yVrZtYPfVndq/s1173/malafaia.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="305" data-original-width="1173" height="166" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoFlWsCwkU566_YOgPYz0bsvQkGkwmBeLnTfAubuPdJXkEcKu-slwN6knKd4_HQkiY60Y6tOBXTVKndQEW5acYpMZJW0eSrtxq6MBy3UY7B6TPLl1MjxCt6Cm0QH5LOC7XkPxIFY126m2g_62_MEfU0X0-SmC0BdtQJSO_eBZHVNkNSQ40yVrZtYPfVndq/w640-h166/malafaia.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: arial;">Carlos, Daniel e Alessandro: avô, filho e neto na AD em Campo Grande, RJ</span></b></td></tr></tbody></table><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Em 1993, o pastor Malafaia foi jubilado e sua fidelidade a Madureira foi recompensada quando seu filho Daniel Malafaia assumiu o campo. Daniel continuou a obra, expandiu o trabalho e, sobretudo, manteve a lealdade ao Ministério. O reconhecimento veio quando, em 2017, juntamente com Samuel e Abner Ferreira, Oídes José do Carmo e Abigail Carlos de Almeida, Malafaia foi alçado ao posto de Bispo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Infelizmente, o Bispo morreu em dezembro de 2020 devido a complicações da Covid-19. Em seu lugar assumiu o seu filho, o pastor Alessandro Malafaia. A continuação dos Malafaia em Campo Grande foi mais uma concessão dos líderes de Madureira. Muitas vezes para fazer o sucessor, o pastor precisa da colaboração de seus pares e fazer a política do corporativismo. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Há boatos de bastidores, que a sucessão ficou entre dois filhos do saudoso bispo: Alessandro e Daniel. A indefinição durou quase até a cerimônia de posse, quando Alessandro foi efetivado no cargo de pastor da igreja. Não há confirmações de possíveis tensões familiares antes ou depois da sucessão, mas Daniel, que antes liderava a AD no Bairro Brasil em Nova Iguaçu, transferiu-se para a AD Brás em Porto Feliz, SP, em 2022.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Em suma, a AD em Campo Grande iniciada na década de 1930, está nas mãos da família Malafaia por mais de 60 anos. Por respeito à família e por consentimento da liderança de Madureira, o campo eclesiástico da Zona Oeste do Rio virou um feudo religioso; um ministério hereditário. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Fontes:</b> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">CONEMAD/RJ - 50 anos: Celebrando Deus com Unidade, Hierarquia e Disciplina. Edição comemorativa da Convenção Estadual das Assembleias de Deus no Estado do Rio de Janeiro - Ministério de Madureira, Rio de Janeiro: Editora Betel, 2012.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://revistas.unifacs.br/index.php/rde/article/viewFile/1706/1475">https://revistas.unifacs.br/index.php/rde/article/viewFile/1706/1475</a><br /></div>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-23085083746264485592023-10-06T09:26:00.002-03:002023-10-10T14:32:02.437-03:00Sucessões pastorais - Ministérios Hereditários (parte 1)<div style="text-align: justify;"><span id="docs-internal-guid-a337b850-7fff-d825-308c-3b3d5f806a8f"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: georgia;">Como foi visto anteriormente, as sucessões pastorais nas ADs seguem um padrão: o líder ministerial de um campo eclesiástico é na prática o patrão da igreja/empresa. Com muitos obreiros (pastores, evangelistas, presbíteros e diáconos) assalariados sob seu comando, o pastor-presidente consegue impor o seu sucessor e indicar o candidato "oficial" para as eleições.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: georgia;">Somado a isso, conta a importância de determinados pastores na convenção regional ou nacional da denominação, o que facilita as sucessões e a manutenção do status quo através da política do corporativismo. É um "toma lá dá cá" do qual todos se beneficiam. Exemplo disso são as vitaliciedades reconhecidas para alguns pastores e a garantia do continuísmo familiar com o consentimento da cúpula. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: georgia;">Vamos aos exemplos de sucessões familiares no Brasil:</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: georgia;"><b>Família Corrêa - AD em Santos, a pioneira</b></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: georgia;"></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: georgia;">A AD em Santos, SP, foi implantada no ano de 1924, pelo missionário sueco Daniel Berg. Em fevereiro de 1962, o pastor João Alves Corrêa assumiu a igreja. Em janeiro de 1993, portanto, três décadas depois da posse de João Corrêa, seu filho, o pastor Paulo Alves Corrêa sucedeu o pai na liderança e permanece até hoje no posto. Em quase um século de existência, a AD santista conheceu uma só família sob seu comando por mais de 60 anos. Na política, o filho do líder em Santos é deputado estadual e está em seu terceiro mandato. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-size: 12pt; margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUhz70OZIoJ5JNEp10DBGs3La5IVr-7lK7CdEuOZWEP57QSNdVBWXAS9nxhsApozWoAqqkIp3i-V42qZ2eV-2IZ5HEcWMhuSaoqqqQrG0wxDVMC1WuzTIBlgjQV5KaTKnCItS7T5PV0GJb1bbD7giaYlgYPAmyZnOVRe3tb7OGCFV6sQClHTvS9XaVXvek/s960/pastor%20jo%5Dao%20corea.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="610" data-original-width="960" height="406" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUhz70OZIoJ5JNEp10DBGs3La5IVr-7lK7CdEuOZWEP57QSNdVBWXAS9nxhsApozWoAqqkIp3i-V42qZ2eV-2IZ5HEcWMhuSaoqqqQrG0wxDVMC1WuzTIBlgjQV5KaTKnCItS7T5PV0GJb1bbD7giaYlgYPAmyZnOVRe3tb7OGCFV6sQClHTvS9XaVXvek/w640-h406/pastor%20jo%5Dao%20corea.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><b><span face=""helvetica neue", arial, helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #4e4e4e;">P</span><span face=""helvetica neue", arial, helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #4e4e4e;">osse do pastor João Corrêa na AD santista (1962)</span></b></span></td></tr></tbody></table><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: georgia;"><b>Família Ferreira - AD em São Cristóvão ou ADMFA</b></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: georgia;">AD em São Cristóvão, no RJ foi fundada em 1924, sendo referência para muitas outras congregações e ministérios das ADs por muitos anos. Presidiram a igreja no Rio: Gunnar Vingren, Samuel Nyström, Nils Kastberg, Otto Nelson, Nels Nelson, Alcebíades Pereira Vasconcelos e Francisco Pereira do Nascimento Em 1965, o pastor Túlio Barros Ferreira assumiu a igreja carioca. Ao falecer em 2007, o pastor Túlio Barros Ferreira, o seu filho Jessé Maurício assumiu o trabalho. </span></span><span style="font-family: georgia; font-size: 12pt; white-space-collapse: preserve;">Portanto, são seis décadas de administração da família do pastor Túlio em quase 100 anos de existência.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-eCw6UtkhD8fdw07ZTQXZtqL0RdamMd2ZDOhzhO7muystH6U9qVGQU4jT0QHCipXdIddSwXfv8Lo6uT1ZceeZ3FUdGtjIa2AK1GoL0QDBrzCXcbrB4ufnhi7OevRwEWtiOSLGxcuaS14e1T94wgDZqf3F7JoBI6c1VTWqv8PjzzMUBi-fhTP94l5Vy6hP/s960/11988641_10207124500457072_4695236668531204162_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="785" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-eCw6UtkhD8fdw07ZTQXZtqL0RdamMd2ZDOhzhO7muystH6U9qVGQU4jT0QHCipXdIddSwXfv8Lo6uT1ZceeZ3FUdGtjIa2AK1GoL0QDBrzCXcbrB4ufnhi7OevRwEWtiOSLGxcuaS14e1T94wgDZqf3F7JoBI6c1VTWqv8PjzzMUBi-fhTP94l5Vy6hP/w525-h640/11988641_10207124500457072_4695236668531204162_n.jpg" width="525" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Pastor Túlio Barros Ferreira e família</b></td></tr></tbody></table><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: georgia; font-size: 12pt;"><b>Família Costa - </b></span></span><span style="font-family: georgia; font-size: 16px; white-space-collapse: preserve;"><b>Ministério de Belenzinho</b></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: georgia; font-size: 12pt;">No Ministério de Belenzinho, em SP, o pastor José Wellington Bezerra da Costa lidera desde o ano de 1980. A igreja foi aberta por Daniel Berg em 1927 e orientada pelos pastores Samuel Nyström, Samuel Hudlund, Simon Lundgren, Sílvio Brito, Francisco Gonzaga da Silva, Bruno Skolimovski e Cícero Canuto de Lima.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: georgia;"></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-family: georgia;">Cícero, o antecessor do pastor José Wellington, presidiu o ministério por 34 anos, mas foi superado pelo atual gestor espiritual. Ao que tudo indica, os Costas ficarão ainda muito tempo à frente do Belenzinho. O filho do pastor José Wellington, o pastor José Wellington Bezerra da Costa Júnior é o vice-presidente e há netos sendo preparados para a sucessão. A família Costa conta com pastores, deputado federal, deputada estadual e vereadora entre seus membros. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><br /></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkOUvaY66ZnL0GQvhyn9wzWNUwYblUHeXkjMbI8LskRQUQW7Kav-dzvEQRPVnUlHCf5Gdpm_kFx8Fywhcip7DTyVku2zdQ7DiCXti5nWYt5ov19Npzy8Wzfc2foYVj3qa1FdueRG_I4N__XjU-ce9xeq5oafZUXDMnPOnCf6_XgoSM_-f5HZvInipgsbsE/s953/Pastor%20Jos%C3%A9%20Wellington%20Bezerra%20da%20Costa%20e%20sua%20fam%C3%ADlia..jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="382" data-original-width="953" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkOUvaY66ZnL0GQvhyn9wzWNUwYblUHeXkjMbI8LskRQUQW7Kav-dzvEQRPVnUlHCf5Gdpm_kFx8Fywhcip7DTyVku2zdQ7DiCXti5nWYt5ov19Npzy8Wzfc2foYVj3qa1FdueRG_I4N__XjU-ce9xeq5oafZUXDMnPOnCf6_XgoSM_-f5HZvInipgsbsE/w640-h256/Pastor%20Jos%C3%A9%20Wellington%20Bezerra%20da%20Costa%20e%20sua%20fam%C3%ADlia..jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Família Costa do Ministério do Belém, SP</b></td></tr></tbody></table></span></div>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-38522341550837105882023-09-16T13:22:00.004-03:002023-09-16T22:29:08.773-03:00Sucessões pastorais - modus operandi<p style="text-align: justify;">Na postagem anterior tratou-se da resolução da CGADB de 1937 sobre as sucessões pastorais nas ADs e como a proposta convencional (utópica) foi atropelada pela realidade do crescimento da denominação e da sua estrutura hierárquica em formação <a href="https://mariosergiohistoria.blogspot.com/2023/09/sucessoes-pastorais-utopia-x-historia.html">(ler aqui)</a>. </p><p style="text-align: justify;">Com a consolidação do modelo episcopal e da organização burocrática da maioria dos ministérios, as sucessões passaram a ser muito bem controladas pelos pastores-presidentes, que no topo da hierarquia ministerial pavimentam o caminho para os seus "escolhidos", geralmente um parente próximo e de confiança.</p><p style="text-align: justify;">E como isso acontece? No modelo assembleiano o pastor-presidente possui o controle da administração e dos recursos financeiros. Na prática é um patrão com poder para admitir ou demitir os funcionários da igreja-empresa. Muitos dos obreiros ligados ao ministério por dependerem financeiramente da instituição não se opõem as determinações do líder maior.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimUhlh8MWuAYGUfyWAAV8ydax6DkDU76nDyUY5yLUP1jRnlNms-A6NhckyIDiaSNdoxdttti4gf3tK4N6yukrYv0G84YoDmglEtoHhVN9Dlj8lBYLqzeAiC1jpQ-ZgUBKQAdehk_3f_SX3gh5Q75ppia41ViTjjRPNHMELorsfjLIL586DOmGTaqYUBLbS/s400/charge-arvore-nepotismo.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="400" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimUhlh8MWuAYGUfyWAAV8ydax6DkDU76nDyUY5yLUP1jRnlNms-A6NhckyIDiaSNdoxdttti4gf3tK4N6yukrYv0G84YoDmglEtoHhVN9Dlj8lBYLqzeAiC1jpQ-ZgUBKQAdehk_3f_SX3gh5Q75ppia41ViTjjRPNHMELorsfjLIL586DOmGTaqYUBLbS/w400-h320/charge-arvore-nepotismo.jpg" width="400" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;">O receio de desligamento ou da transferência para locais mais distantes dos grandes centros é algo que pesa na conformação com as decisões gerais do líder maior. Ainda mais quando o obreiro não tem qualificações profissionais. Somente nas igrejas menores com um ministério assalariado reduzido e com um amplo corpo de auxiliares (em geral os presbíteros) sem vínculo financeiro com a igreja é encontrada resistências aos ditames do pastor-presidente. </p><p style="text-align: justify;">Outro detalhe: muitos obreiros se submetem ao sistema, porque também almejam um dia chegar ao topo dele, ou seja, serem pastores-presidentes de algum campo eclesiástico. Poucos conseguem, pois o nepotismo agrava a concorrência. As maiores igrejas sempre estarão no controle firme das oligarquias convencionais.</p><p style="text-align: justify;">Nesse caso entra outra extensão do nepotismo: a política. O controle do ministério favorece as aspirações políticas dos familiares de pastores. Por todo o Brasil multiplicam-se os candidatos a vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais e senadores com alguma ligação parental com os líderes da igreja. </p><p style="text-align: justify;">E quando há outros membros com vocação política? Não há lei que possa proibir alguma forma de concorrência. Mas já se sabe que ele (ou ela) estará numa disputa desigual. Os pastores distritais ou setoriais fazem das eleições e da quantidade de votos dirigidos para o candidato oficial uma forma de fazer "média" com o seu chefe eclesiástico. </p><p style="text-align: justify;">Nas próximas postagens iremos aos exemplos históricos!</p><p style="text-align: justify;"><b>Fontes:</b></p><p style="text-align: justify;">ALENCAR, Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011 (2ª edição ampliada). São Paulo: Recriar; Vitória: Editora Unida, 2019.</p><p style="text-align: justify;">ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</p><p style="text-align: justify;">CORREA, Marina Aparecida Oliveira dos Santos. Dinastias assembleianas: Sucessões familiares nas igrejas das Assembleias de Deus no Brasil. São Paulo: Recriar, 2020.</p><p style="text-align: justify;">DANIEL, Silas. História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.</p><p style="text-align: justify;">FAJARDO, Maxwell. Onde a luta se travar: uma história das Assembleias de Deus no Brasil. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</p><p style="text-align: justify;">FRESTON, Paul. Evangélicos na política: história ambígua e desafio ético. Curitiba: Encontrão Editora, 1994.</p>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-42992904918911698942023-09-02T12:53:00.006-03:002023-09-02T13:10:23.102-03:00Sucessões pastorais - utopia x história<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Os questionamentos sobre as sucessões ministeriais dentro das ADs é antiga. Na Convenção Geral das Assembleias de Deus (CGADB) em 1937, em São Paulo, capital, o assunto veio à tona entre líderes assembleianos de todo o Brasil. O jornalista Silas Daniel em seu livro "História da CGADB" relata que a discussão foi levantada pelo pastor Heitor Vieira.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Depois de algumas explanações e uma profecia, a CGADB aprovou a seguinte resolução: o pastor ao transferir o trabalho eclesiástico deveria "orar muito a Deus nesse sentido" para receber a revelação divina sobre o possível sucessor e depois apresentá-lo ao "ministério da igreja". Caso o ministério (pastores-auxiliares, presbíteros, diáconos e cooperadores) estivesse em concordância com o líder, o "escolhido" deveria ser apresentado à igreja, que "estando na vontade de Deus" reconheceria a decisão.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK3gj-KyVSqXi9EcdffoTJG1YodNFi7Kvs0RYozY-6tysG1NpLbwWImZz3bqCcTrI53NEnH1DkJRIKIgJE9YYwU8W4QekDwkR6qq-rJBFBkP7jXZlVGrZh6pstkqS4UK7O-K5R7YY_tmYY5nUYIS8kJGuNt1da7Q65zt-9mmnEj3n69snl9TI9ufyWiwSb/s400/Pr%20Jo%C3%A3o%20Ungur2995.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="267" data-original-width="400" height="428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK3gj-KyVSqXi9EcdffoTJG1YodNFi7Kvs0RYozY-6tysG1NpLbwWImZz3bqCcTrI53NEnH1DkJRIKIgJE9YYwU8W4QekDwkR6qq-rJBFBkP7jXZlVGrZh6pstkqS4UK7O-K5R7YY_tmYY5nUYIS8kJGuNt1da7Q65zt-9mmnEj3n69snl9TI9ufyWiwSb/w640-h428/Pr%20Jo%C3%A3o%20Ungur2995.JPG" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: arial;"><b>CGADB de 1937 debateu sobre as sucessões ministeriais</b> </span></td></tr></tbody></table><span style="font-family: georgia;"><br /></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Portanto, o filtro das sucessões, em tese, deveria ser feito através da oração e concordância da igreja, sempre buscando à vontade de Deus. Segundo o sociólogo Gedeon Alencar, nesse tempo, as ADs estavam em sua fase do "movimento pentecostal", ou seja, a institucionalização não havia se consolidado. As ADs com seus ministérios, hierarquias e interesses ainda estavam em gestação. Por isso, a resolução da CGADB de 1937 parece aos olhos de hoje um tanto "utópica".</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Utópica, porque com o desenvolvimento dos campos assembleianos, as sucessões passaram a ser decididas pelos pastores líderes das redes de congregações (ministérios) por ele controladas. Por mais piedoso que fosse esse líder, as permutas entre obreiros e ascensões ministeriais dependiam também das suas idiossincrasias. Como a função de pastor ainda estava longe de ser rentável, o nepotismo era quase inexistente. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Se o nepotismo era fraco, a luta pelas sucessões era forte em determinados ministérios. Com algumas exceções, a transferência de poder eclesiástico esteve longe da simples oração e busca da vontade divina. Os casos em Fortaleza*, CE; São Cristóvão, no RJ; Curitiba, no PR, na décadas de 1950 e 60 e o Belenzinho nos anos 70, são emblemáticos do quanto a recomendação da CGADB de 1937 tinha se tornado letra morta.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Nesse ponto da evolução do ministério assembleianos, já estavam consagradas as titulações de "pastor-presidente" com suas variantes (pastor regional e pastor geral) </span><span style="font-family: georgia;">na hierarquia das ADs, que caminhava velozmente para o modelo episcopal. </span><span style="font-family: georgia;">Sendo o responsável por legitimar os vocacionados ao ministério, administrar as congregações e os recursos, </span><span style="font-family: georgia;">se detectará as movimentações para o nepotismo, conforme escreveu o pastor José Menezes ao </span><i style="font-family: georgia;">Mensageiro da Paz </i><span style="font-family: georgia;">(edição de março de 1969).</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">"<i>Os pastores especialmente aqueles que trabalham em grandes igrejas, nas capitais, devem estar alertas com a apresentação de candidatos ao santo ministério. O pastor que tem parentes, filho etc. que pelo simples fato de dar um testemunho do púlpito, e ser batizado com o Espírito Santo, pode pensar que tal pessoa já está preparada para o ministério e porque quer agradar e proteger esse parente ou filho, coloca-o no ministério, apontando-o para ser ungido (sem unção)...</i>".</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Da aceitação dos familiares no ministério, aos postos de comando com ramificações na política secular seria uma questão de tempo. Marina Correa detalha esse tortuoso caminho em sua obra "Dinastias Assembleianas". </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Com a utopia deixada para trás e o modelo episcopal em seu auge, as AD caminharam para se transformarem na "corporação pentecostal", onde o <i>modus operandi</i> das sucessões envolveriam mais que orações, consultas ao ministério ou a vontade divina. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">* O caso da AD em Fortaleza foi um dos primeiros registros de sucessão, onde o nepotismo entrou em cena. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Fontes:</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">ALENCAR, Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011 (2ª edição ampliada). São Paulo: Recriar; Vitória: Editora Unida, 2019.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">CORREA, Marina Aparecida Oliveira dos Santos. Dinastias assembleianas: </span><span style="font-family: georgia;">Sucessões familiares nas igrejas das Assembleias de Deus no Brasil. São Paulo: </span><span style="font-family: georgia;">Recriar, 2020.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">DANIEL, Silas. História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">FAJARDO, Maxwell. Onde a luta se travar: uma história das Assembleias de Deus no Brasil. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Mensageiro da Paz, março de 1969. nº5, ano 39, Rio de Janeiro - Guanabara, CPAD.</span></p>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-3866554999903411862023-08-17T21:08:00.003-03:002023-08-18T16:57:17.886-03:00O centenário nostálgico da AD carioca <p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Em 2024, as Assembleias de Deus (ADs) na cidade do Rio de Janeiro comemorarão o seu centenário. Há quase um século, na agitada década de 1920, o casal de missionários Gunnar e Frida Vingren, junto com um grupo de irmãos, implantaram a AD carioca. Algumas movimentações neste sentido estão sendo feitas para que as celebrações sejam uma verdadeira apoteose.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Todavia, a efeméride, infelizmente, terá um sabor maior de nostalgia, que eventos dessa natureza costumam ter, pois a AD no Rio, que tanta relevância tinha no cenário nacional, hoje pouca expressividade tem dentro do contexto assembleiano no Brasil. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Logo que foi criada, a igreja na antiga Capital da República tornou-se a principal referência do movimento pentecostal no país. Da AD carioca, reunida em São Cristóvão, na época um bairro industrial, saíram homens e mulheres, que, orientados pelos missionários suecos, fundaram congregações em várias regiões do Brasil. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Reflexo da importância das ADs na "Cidade Maravilhosa" foi a criação (ainda que por força das circunstâncias) da Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD) e da permanência da sede da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) em terras cariocas. Paulo Macalão, ao criar sua convenção nacional em 1958, também fez do Rio o centro espiritual e administrativo do seu Ministério.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3FvP4XLL9Y21sHvtqBJdOD00sf1lG2Y0JJVa2uNLlE2lLo4AtmVSBZ_fpFVqTC0KHqoTeKQQSDzkD-ksC07HoAWBBthAqTNI_14oFqYY6wObCjuqSELqATukskGACCFpMXURu_x4otLWw8swxOF-gsjLw8val_mOfY-e3KRdnYNPdSQk1N1kzqfNKd6-q/s988/cpad_vista-aerea.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="787" data-original-width="988" height="510" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3FvP4XLL9Y21sHvtqBJdOD00sf1lG2Y0JJVa2uNLlE2lLo4AtmVSBZ_fpFVqTC0KHqoTeKQQSDzkD-ksC07HoAWBBthAqTNI_14oFqYY6wObCjuqSELqATukskGACCFpMXURu_x4otLWw8swxOF-gsjLw8val_mOfY-e3KRdnYNPdSQk1N1kzqfNKd6-q/w640-h510/cpad_vista-aerea.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: arial;">CPAD: lembrança dos tempos áureos da AD carioca</span></b></td></tr></tbody></table><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Mas, assim como a cidade do Rio de Janeiro teve mudanças na sua relevância política-administrativa com a criação de Brasília em 1960, as ADs cariocas viram com o tempo sua notoriedade decrescer. Uma das causas desse declínio apareceu ainda antes da transferência da capital. Em 1959, enquanto Brasília era construída, o pastor Alcebíades Pereira Vasconcelos permitiu a emancipação das congregações filiadas a AD pioneira em São Cristóvão. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">De lá pra cá, as igrejas ligadas à Missão Sueca e outras congregações que surgiram posteriormente sempre buscaram sua autonomia. Por conta disso, talvez o Rio seja o local onde exista a maior concentração de "pastores-presidentes" (sem contar os "bispos" e "apóstolos") no Brasil. Não é por falta de titulações eclesiásticas e nem por falta de convenções assembleianas que o Rio não vai pra frente.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">A fragmentação iniciada na capital na década de 1950 espalhou-se pelo estado fluminense. Atualmente, a CGADB possui sete convenções ligadas aos seus quadros. Contando com a convenção estadual de Madureira são oito. Longe de representar força, a quantidade de instituições congêneres simplesmente revelam a divisão reinante entre os pentecostais na região.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Contudo, até a década de 1980, as igrejas cariocas permaneceram em destaque no cenário nacional. A AD em Madureira, no subúrbio da cidade, ainda era o centro de poder do Ministério nas regiões Sudeste e Centro-Oeste e a AD em São Cristóvão, a pioneira, mantinha seu prestígio. Ao analisar o tradicional <i>Mensageiro da Paz</i> nesse período, é comum encontrar matérias sobre os grandes e influentes eventos no Rio.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Porém, a partir da década de 1990, com a hegemonia do Ministério do Belenzinho em São Paulo e seus aliados, as igrejas cariocas perderam de vez a sua proeminência. Madureira foi suspensa da CGADB e em 1999 transferiu a sede da sua convenção para Brasília. O templo da AD em Madureira, na Zona Norte da cidade, ainda é reverenciada, pois sua belíssima catedral ainda conserva a mítica dos tempos passados. Mas todos sabem que o poder de fato não está mais lá.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Com a CGADB sem Madureira, ficou mais fácil para o domínio do Belenzinho e cia. E com a crise da AD em São Cristóvão nos anos 2000, o Rio viu sua última e legítima representante se esfacelar. A política eclesiástica desmantelou a AD fundada pelos Vingren. E como o Rio (capital e estado) é o campeão das fragmentações, hoje, às vésperas do centenário, três igrejas disputam o espólio espiritual da AD pioneira. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">No Rio de Janeiro ainda permanecem instituições seculares que lembram aos cariocas os tempos de poder no passado (sede da CBF, da Petrobras, o Palácio do Catete etc.). Aos assembleianos da cidade restaram, semelhantemente, a CPAD, os templos históricos e a sede (ociosa) da CGADB para recordarem que um dia as ADs na "Cidade Maravilhosa" foram pujantes e influentes.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Fontes:</b> </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">ALENCAR, Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011 (2ª edição ampliada). São Paulo: Recriar; Vitória: Editora Unida, 2019.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">CORREA, Marina. Assembleia de Deus: Ministérios, Carisma e Exercício de Poder. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">DANIEL, Silas. História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">FAJARDO, Maxwell. Onde a luta se travar: uma história das Assembleias de Deus no Brasil. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">FERREIRA, Samuel (org.) Ministério de Madureira em São Paulo fundação e expansão 1938-2011. Centenários de Glórias. cem anos fazendo história 1911-2011 s.n.t.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">FERREIRA, Manoel. Bispo Manoel Ferreira: Vida, Ministério, Legado. Rio de Janeiro: Editora Betel, 2020.</span></p>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-63948704177765317112023-06-25T17:07:00.006-03:002023-06-25T18:31:05.379-03:00Pentecostais na cidade do Rio de Janeiro - década de 1940<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Com a proximidade do centenário da Assembleia de Deus no Rio de Janeiro, a história da denominação no antigo Distrito Federal será cada vez mais revisitada. Novas informações poderão surgir para a alegria dos membros e pesquisadores da denominação. O blog Memórias das Assembleias de Deus também dará, nesta postagem, sua contribuição.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">No tempo em que o <i><b>Jornal do Brasil</b></i> (JB) trazia somente anúncios em sua primeira página, o engenheiro, geólogo, geógrafo, escritor, político e pedagogo Everardo Backheuser, conhecido como o pai dos estudos de Geopolítica no Brasil, escrevia para uma seção do periódico intitulada "Geografia Carioca". Nela, Backheuser discorria sobre as mais variadas questões sobre o clima, relevo e demografia da "Cidade Maravilhosa".</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Foi na edição de domingo, no dia 29 de setembro de 1946, que Backheuser trouxe aos leitores do JB dados exclusivos sobre o protestantismo carioca, que na época despontava como o segundo maior grupo religioso do Rio, com 46 mil integrantes, ou seja, 2,59% da população total da capital da República do Brasil. O seguidores de Lutero, Calvino e cia. ficavam atrás dos adeptos do catolicismo (1 milhão e 600) e na dianteira dos "espíritas ou espiritistas".</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq6BSMBWC28m5U4yJqh60Mrutqo27fbxrOV10bKm4nORixAUJpLtUGKHVnfaWgT2tPxVQKptUEBbzl_MT6yVe_ZNdJSaY3Hjnep9rIPESOZ3rvt0FCPXn5O_qe-SvCFg5Wixu8WlVHk7FMjEZ0kG0X4Kp7Po_-VLm75AyJCwgyYUPUSIEqz9vLp9nf4sfI/s681/jb.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="341" data-original-width="681" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq6BSMBWC28m5U4yJqh60Mrutqo27fbxrOV10bKm4nORixAUJpLtUGKHVnfaWgT2tPxVQKptUEBbzl_MT6yVe_ZNdJSaY3Hjnep9rIPESOZ3rvt0FCPXn5O_qe-SvCFg5Wixu8WlVHk7FMjEZ0kG0X4Kp7Po_-VLm75AyJCwgyYUPUSIEqz9vLp9nf4sfI/w640-h320/jb.png" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><span style="font-family: georgia;"><div style="text-align: justify;">Na mesma coluna, o geógrafo apresentou estatísticas detalhadas da distribuição numérica das "seitas protestantes", pois até então esse grupo "acatólico" não possuía estudos internos sobre sua composição como era feito nos Estados Unidos. Segundo Everaldo, nos EUA, as ramificações evangélicas já figuravam separadamente nas tabelas censitárias, algo que no Brasil somente ocorreu no Censo de 1980.</div></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Na lista apresentada no JB, os pentecostais cariocas, surpreendentemente, apareceram como a terceira força protestante (5 ou 6 mil membros), atrás apenas dos batistas e dos presbiterianos e à frente dos metodistas, episcopais e luteranos. Um feito considerável, pois todas as denominações citadas foram implantadas no Rio de Janeiro a partir de meados do século XIX, enquanto que a Assembleia de Deus, a maior representante do pentecostalismo, iniciou seus trabalhos em 1924.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNbwl0n2gYtxycOSYO_oLgbCxEBoigr87ijv5mkk8axvCdARZhErlOW-LxBJEQDz8sq2uzZ4aFAoBuEiK4BYihTHR322EmQB5LOMLPJcoRseYq5UiUilC8u48mz30Anc1EZx9cZVAPxfSMbXGnVOtvc6gzMm1h9Tyug0F4nvS8hup47Tgc7BikIZkMaLaC/s373/tabela.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="373" data-original-width="290" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNbwl0n2gYtxycOSYO_oLgbCxEBoigr87ijv5mkk8axvCdARZhErlOW-LxBJEQDz8sq2uzZ4aFAoBuEiK4BYihTHR322EmQB5LOMLPJcoRseYq5UiUilC8u48mz30Anc1EZx9cZVAPxfSMbXGnVOtvc6gzMm1h9Tyug0F4nvS8hup47Tgc7BikIZkMaLaC/w311-h400/tabela.png" width="311" /></a></div><span style="font-family: georgia;"><p style="text-align: justify;">Analisando o crescimento protestante no Rio, Backheuser identificou na questão da imigração estrangeira (a cidade abrigava várias empresas comerciais estrangeiras desde a época do Império) e no advento da República em 1889, que separou o Estado brasileiro da Igreja Católica e permitiu a "campanha de proselitismo intensificada", um incentivo à expansão das igrejas evangélicas.</p></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Ainda em suas observações, o geógrafo identificou duas camadas principais do protestantismo carioca: nas classes mais ricas e nos bairros mais nobres, os protestantes estrangeiros ou os "históricos", como atualmente são denominados, estavam mais presentes. Eram "gente do comércio e da indústria, gente de dinheiro, de 'boas posses'", provavelmente recenseada em Copacabana e em "trechos fidalgos da Zona Sul da Cidade".</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Nos subúrbios e nas áreas rurais estavam os protestantes mais simples, descritos como "gente ingênua da roça, habitando paróquias desprovidas infelizmente da boa assistência religiosa católica". Everardo ainda cita "elementos da classe média" na Zona Norte e Centro do Rio alcançados pela mensagem evangélica. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Ao relembrar a implantação da Assembleia de Deus no Rio de Janeiro constata-se a convergência dos dados apresentados: a igreja nasceu no bairro industrial de São Cristóvão, área central da cidade próxima ao porto. A congregação liderada inicialmente por Gunnar e Frida Vingren tinha como base funcionários públicos de classe média. Posteriormente, a localidade recebeu muitos imigrantes vindos do nordeste e muitos deles se converteram ali. Para muitos e</span><span style="font-family: georgia;">ra a "igreja dos nordestinos". Não deixa de ser interessante que a tradicional Feira de São Cristóvão ou "Feira dos Nordestinos" seja atualmente uma grande atração turística no local.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">E nos subúrbios do Rio, Paulo Macalão expandiu o movimento pentecostal seguindo o curso da linha férrea Central do Brasil. Macalão evangelizava, batizava e abria congregações assembleianas de forma rápida e independente. Em poucos anos sua rede de igrejas estava transpondo os limites da cidade e chegando em outros estados do Brasil.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Não admira então que, sendo organizada muito depois das igrejas históricas, a Assembleia de Deus em apenas duas décadas tenha chegado ao terceiro posto entre os protestantes. Logo superaria todas as demais!</span></p><p style="text-align: justify;"></p><p style="text-align: justify;"><b>Fontes:</b> </p><p style="text-align: justify;">ALENCAR, Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011 (2ª edição ampliada). São Paulo: Recriar; Vitória: Editora Unida, 2019.</p><p style="text-align: justify;">ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</p><p style="text-align: justify;">CABRAL, David. Assembleias de Deus: a outra face da história. 3 ed. Rio de Janeiro: Betel, 2002. </p><p style="text-align: justify;">CORREA, Marina. Assembleia de Deus: Ministérios, Carisma e Exercício de Poder. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</p><p style="text-align: justify;">DANIEL, Silas. História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.</p><p style="text-align: justify;">FAJARDO, Maxwell. Onde a luta se travar: uma história das Assembleias de Deus no Brasil. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</p><p style="text-align: justify;">FRESTON, Paul. Breve História do Pentecostalismo. In: ____. Nem anjos nem demônios; interpretações sociológicas do pentecostalismo. Petrópolis: Vozes, 1994.</p><p style="text-align: justify;">Jornal do Brasil - Rio de Janeiro, domingo 29 de setembro de 1946/2ª seção</p><p style="text-align: justify;">Pesquisa feita pelo autor no site <a href="https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/">https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/</a></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=030015_06&Pesq=%22Pentecostais%22&pagfis=42265">https://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspxbib=030015_06&Pesq=%22Pentecostais%22&pagfis=42265</a></p>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-56381440648671997152023-06-09T11:53:00.005-03:002023-06-09T11:55:57.080-03:00Paulina Veloso - diaconisa na IEADJO<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">O ministério feminino sempre foi um tema controverso nas ADs brasileiras. A primeira Convenção Geral das ADs, em Natal (RN), no ano de 1930, determinou que as</span><span style="font-family: georgia;"> mulheres poderiam testemunhar. Somente em casos de exceção, seria conveniente as irmãs atuarem como ensinadoras e pregadoras da palavra. </span><span style="font-family: georgia;">A decisão foi contrária a atuação de Frida Vingren, esposa do pioneiro Gunnar Vingren, na liderança da AD carioca. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Porém as mulheres continuaram destacando-se na história pentecostal, mesmo que, na maioria das vezes, seu trabalho fosse omitido da história oficial. </span><span style="font-family: georgia;">Uma das pioneiras cuja atuação ficou esquecida por muitos, foi a da jovem Élida Andrioli, uma das pioneiras da AD no estado de Santa Catarina. Pelo seu trabalho e desenvoltura, Élida foi separada a diaconisa por Gunnar Vingren, na AD em Itajaí, em 1931 </span><a href="https://mariosergiohistoria.blogspot.com/2012/12/elida-uma-diaconisa-na-ad-em-santa.html" style="font-family: georgia;" target="_blank">(ler aqui)</a>.</p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Na Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Joinville - IEADJO, no ano de 1937, durante a terceira convenção regional na cidade, a irmã Paulina Veloso também foi separada a diaconisa. As reuniões ainda aconteciam na casa alugada pelo irmão Manoel Germano de Miranda, na Avenida Getúlio Vargas (ao lado do atual templo sede), quando a congregação recebeu a visita dos pregadores Howard Carter da Inglaterra e Lester Sumrall dos EUA.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZD2wqbqKv486YEnCp2VbRJFgDXoDHVmX0Ynd0mtGUiuDxQ8Ej5a2MhtK_kF9cVHI6yYyTYOote79nGLrn0up-wyLxtTPfLwOf0bxTfqIUQi_N5vE2d_Z2Yq3qZXv3z5_Q44IFJQx5jc8ILM2OaBQ-o12YEuf9BUun_2-EoD-SO9lmmAVBfpUNGA0Jpg/s780/duas.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="463" data-original-width="780" height="453" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZD2wqbqKv486YEnCp2VbRJFgDXoDHVmX0Ynd0mtGUiuDxQ8Ej5a2MhtK_kF9cVHI6yYyTYOote79nGLrn0up-wyLxtTPfLwOf0bxTfqIUQi_N5vE2d_Z2Yq3qZXv3z5_Q44IFJQx5jc8ILM2OaBQ-o12YEuf9BUun_2-EoD-SO9lmmAVBfpUNGA0Jpg/w640-h453/duas.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: trebuchet; font-size: medium;">Luci Pontes e a diaconisa Paulina Veloso nos anos 60</span></b></td></tr></tbody></table><span style="font-family: georgia;"><span><br /></span></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span>Paulina era esposa de Virgílio Alves Veloso e pelo testemunho publicado no <i>Mensageiro da Paz</i> (</span>2ª quinzena de junho de 1939) <span>ela era uma mulher enferma que buscou até mesmo no curandeirismo alívio para os seus males. Aceitou Jesus através da evangelização de "um irmão" (Mirandinha?) e colocou-se a serviço do Mestre. </span><span>Foi então reconhecida com a separação a diaconisa. Aos crentes de todo Brasil pediu orações "para o Senhor me abençoar e me firmar neste ministério".</span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Provavelmente muitos pentecostais oraram pela joinvilense. Porém é desconhecida a reação da liderança nacional ao ler o testemunho no <i>Mensageiro da Paz,</i> pois </span><span style="font-family: georgia;">o devido lugar das mulheres na denominação </span><span style="font-family: georgia;">já havia sido sacramentado</span><span style="font-family: georgia;"> na CGADB. </span><span style="font-family: georgia;">O fato é que Paulina continuou servindo a Deus com sua família e sua consagração ao diaconato ficou esquecida. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">A família Veloso na década de 1950, foi morar no porão da igreja e Paulina ficou responsável pela zeladoria do templo-sede ganhando uma oferta de 200 cruzeiros, um pouco mais de 15% do valor de um salário mínimo, fixado na época em torno de 1.200 cruzeiros. Tempos depois, os pioneiros continuaram morando próximo da igreja na Avenida Getúlio Vargas. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Independente do reconhecimento ministerial, Paulina continuou servindo a Deus. Nas memórias da sua neta, a avó sempre foi uma mulher fervorosa. Luci Pontes amava ouvir sua avó falar línguas estranhas no fervorosos cultos da igreja. A primeira diaconisa na IEADJO morreu no início da década de 1970. Élida Andrioli e Paulina Veloso: diaconisas pela graça de Deus!</span></p><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Fontes:</b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">MARQUES, Paulo Vieira. Joinville: 06 de dez. 2012. Entrevista concedida a Mario Sérgio de Santana.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Mensageiro da Paz. Rio de Janeiro. 2ª quinzena de junho de 1932.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Mensageiro da Paz. Rio de Janeiro. 2ª quinzena de fevereiro de 1933.</span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Mensageiro da Paz. Rio de Janeiro. </span>Ano IX, nº 12. 2ª quinzena de junho de 1939.</div>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-6305497218584325452023-06-01T17:14:00.002-03:002023-06-01T17:14:51.233-03:00Pastor Joel Holder - um pioneiro em Rondônia<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Durante a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (1907-1912), chegaram ao Brasil vários imigrantes para trabalhar na "Ferrovia do Diabo". Entre eles estava </span><span style="font-family: georgia;">uma jovem da Ilha de Barbados </span><span style="font-family: georgia;">na época uma colônia britânica na América Central, </span><span style="font-family: georgia;">chamada Beatrice Jemmot. Nesse tempo, Porto Velho era um pequeno povoado às margens do rio Madeira, na Amazônia Ocidental.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Dois anos depois, ela conheceu o professor de inglês </span><span style="font-family: georgia;">Sidney Morris, </span><span style="font-family: georgia;">também vindo de Barbados e com ele se casou. Em dezembro de 1913, nasceu a primeira filha do casal: Judith. Esta por sua vez, já moça, </span><span style="font-family: georgia;">conheceu Percy Holder, outro filho de barbadianos. Em 21 de junho de 1934, Judith e Percy uniram-se em casamento. Da união nasceram cinco filhos, entre eles, o menino Joel. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Joel Holder nasceu no dia 25 de julho de 1942, em Porto Velho, em plena Segunda Guerra Mundial, quando o novo ciclo da borracha na Amazônia estava no auge com a produção do látex financiado pelos Estados Unidos.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Apesar de ser de uma família religiosa, Percy foi presidente da antiga casa de bailes noturnos “Danúbio Azul”. Sendo um homem amante dos prazeres deste mundo, o casamento se desfez e Judith criou os filhos sozinha nos caminhos do Senhor.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Joel sempre teve a mãe como maior exemplo de fidelidade a Deus e com ela aprendeu que não há trabalho ruim ou difícil para fazer na igreja. O menino influenciado por sua genitora aceitou a Jesus como Salvador aos seis anos de idade. </span><span style="font-family: georgia;">Na juventude atuou com desenvoltura na liderança dos jovens. Foi também professor da escola bíblica dominical, secretário e tesoureiro da igreja. Ainda na mocidade, fez parte do grupo que editou em 1959, o jornal </span><i style="font-family: georgia;">JUVENTUDE</i><span style="font-family: georgia;">, "órgão informativo e noticioso da União da Mocidade da Assembleia de Deus” em Porto Velho.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Em um dos artigos escritos ao periódico, intitulado “Pode ser útil o jovem na igreja”, o futuro líder da Assembleia de Deus em Rondônia refletiu: “Precisamos observar que para termos amanhã servos fiéis a Deus é preciso que nós jovens, saibamos hoje, em nossos dias, buscar a Deus de todo o nosso entendimento…”. </span><span style="font-family: georgia;">Na sequência do texto afirmou que o jovem cristão deveria pregar o evangelho, buscar almas para Cristo e ser “útil na igreja, procurando aumentar cada dia o número de salvos para a glória de Deus”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Sendo um moço crente em tempos de discriminação, quando os pentecostais eram tratados como hereges por outras denominações religiosas, Joel anotou: “Ainda que nos não pareça tão fácil obedecer ao senhor na mocidade, nas horas que nos vierem esses pensamentos, tomemos as palavras de mancebo Samuel: ‘Eis-me aqui Senhor’ (1º Sam. 3:9) e também: ‘Fala que teu servo ouve’.”</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Com certeza, o filho da irmã Judith seguiu os conselhos bíblicos. Em Porto Velho iniciou sua carreira ministerial: diácono, presbítero, evangelista e, finalmente, pastor, no ano de 1987. Para se aprimorar na obra de Deus fez mestrado em Teologia.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTY2yQtd9aY0bWb5T1GLHI8YNN-TNIEvrBvRomI_cA1ALWCXk9iWAMaHKn3bBMoh-P5QFl8I1V86Ax-iPVzI7W8IrQtZUDEy5h0FA_GNsjLPTPA88giuYGlnLlCsciGqlEHeVKhDlid8_o4_plr9SIE8r3Zgu6ftJeHPtD-nRXPMHIprUw8M4roZWU7A/s579/JOELCAPA%201.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="579" data-original-width="569" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTY2yQtd9aY0bWb5T1GLHI8YNN-TNIEvrBvRomI_cA1ALWCXk9iWAMaHKn3bBMoh-P5QFl8I1V86Ax-iPVzI7W8IrQtZUDEy5h0FA_GNsjLPTPA88giuYGlnLlCsciGqlEHeVKhDlid8_o4_plr9SIE8r3Zgu6ftJeHPtD-nRXPMHIprUw8M4roZWU7A/w393-h400/JOELCAPA%201.jpg" width="393" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Pastor Joel Holder: sempre quis ser útil na obra de Deus</b></td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Em 1975, Joel casou com a professora Lindoína Fernandes Ramos. A união foi destaque na revista A SEARA, edição setembro/outubro daquele mesmo ano. A nota social foi assinada pelo Pastor Leonardo Luz, antigo pastor em Rondônia. </span><span style="font-family: georgia;">Segundo o texto, os jovens cooperavam "ativamente no trabalho do Senhor". Do casamento nasceram três filhos, que traziam orgulho aos pais pela excelente formação alcançada. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Na vida profissional, Holder trabalhou na SINAP (empresa de navegação que ligava Manaus a Porto Velho) e f</span><span style="font-family: georgia;">uncionário concursado do Banco do Brasil. N</span><span style="font-family: georgia;">o setor bancário passou por uma traumática experiência: foi sequestrado junto com outros três colegas do banco e suas respectivas famílias. Foram horas de angústia e clamor a Deus, mas pela providência divina Holder foi poupado do que poderia ter sido sua morte e percebeu que precisava se dedicar mais a Deus.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Tempo depois veio a oportunidade para a dedicação total ao ministério. Em 20 de dezembro de 1991, </span><span style="font-family: georgia;">com a transferência do Pastor Antônio Dionízio da Silva para a igreja em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, </span><span style="font-family: georgia;">o </span><span style="font-family: georgia;">Pastor Joel Holder assumiu a Assembleia de Deus em Porto Velho. Foi o primeiro líder em Porto Velho nascido na própria cidade e também foi o mais longevo na liderança: 30 anos conduzindo a igreja pioneira.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Durante esse período novas congregações foram abertas e o trabalho cresceu na capital de Rondônia. O Pastor Holder presidiu a </span><span style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia;">CEMADERON - Convenção Estadual dos Ministros das Assembleia de Deus no Estado de Rondônia e atuou com dinamismo na CGADB e na CPAD. Também presidiu </span></span><span style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia;">o Diretório da Sociedade Bíblica do Brasil em Rondônia. </span></span><span style="font-family: georgia;">No dia 28 de março de 2022, o Pastor Joel foi jubilado. O sucessor, o Pastor Nelson Luchtenberg, presidente da Convenção Estadual, atualmente lidera a igreja. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">O Pastor Joel Holder deixa um legado de fé e perseverança. Abre-se uma lacuna entre as grandes lideranças das ADs. Descansou das suas obras e, com certeza, foi muito útil na obra de Deus!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div><b><i><span style="font-family: georgia;">Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos. (</span><span style="font-family: georgia;">Salmos 116:15)</span></i></b></div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">* Adaptado do livro "Pentecoste em Rondônia" do Historiador Mario Sérgio de Santana, publicado pela Convenção Estadual dos Ministros das Assembleia de Deus no Estado de Rondônia - CEMADERON.</span></div>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-38389659595643642772023-05-24T11:11:00.003-03:002023-08-14T14:33:55.938-03:00IEADJO - perseguição e preconceito em seus primórdios<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Não é novidade para os estudiosos da história do pentecostalismo, que as primeiras congregações pentecostais implantadas no Brasil sofreram fortes perseguições. A intolerância partia tanto da Igreja Católica Romana como de outros grupos protestantes, que viam nas "seitas pentecostais" uma nova ramificação do espiritismo, onde os fiéis eram acusados de práticas imorais e fanatismo religioso.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Com a Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Joinville (IEADJO) não foi diferente. Com seus trabalhos iniciados em 1933, na casa da irmã Ana Salvador, na Avenida Cubas, a congregação, tempos depois, foi transferida para a residência do irmão Sérgio Segal, na rua Monsenhor Gercino, no bairro Itaum. </span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Nesse local, próximo à linha férrea, o núcleo pentecostal sofreu forte perseguição com o apedrejamento da casa, onde os cultos eram realizados. Além disso, os primeiros crentes foram denunciados por estarem fazendo "</span><span style="font-family: georgia;">macumba" todas as noites com "uma gritaria ensurdecedora". Logicamente, os caluniadores estavam confundindo o fervor dos fiéis com as práticas de outras religiões de matriz africana.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Incriminados pelos moradores do bairro, o delegado Mimoso Ruiz e mais alguns agentes policiais "deram uma batida no antro", onde prenderam os participantes da reunião. </span><span style="font-family: georgia;">O pastor Manoel Germano de Miranda encabeçou a lista dos detidos, seguido de outros pioneiros da história da IEADJO. Na delegacia, "os macumbeiros" foram identificados e depois liberados. </span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF_aHD2GZdLkyi9c_CUKw6ZUSHTv0O-3Bf4V7N4vKfmy2TTcD6OFj1sHtTBSQnP9WzwnC06IRiVyHtl-_1X9NuorXGOT_Uyt0wqwUeCGJY8kWRYkiFAJGLB8WptoaI3f9Oh8thBGNXIC0bGVhl9w-quKaGIb_N3uxxSoM9Pg3Sn3F4ZT3_zQxLka1UrA/s3106/ieajo%20macumba.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3106" data-original-width="2122" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF_aHD2GZdLkyi9c_CUKw6ZUSHTv0O-3Bf4V7N4vKfmy2TTcD6OFj1sHtTBSQnP9WzwnC06IRiVyHtl-_1X9NuorXGOT_Uyt0wqwUeCGJY8kWRYkiFAJGLB8WptoaI3f9Oh8thBGNXIC0bGVhl9w-quKaGIb_N3uxxSoM9Pg3Sn3F4ZT3_zQxLka1UrA/w438-h640/ieajo%20macumba.png" width="438" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Edição no "A NOTÍCIA" do dia 30 de novembro de 1935 </b></td></tr></tbody></table><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">A atuação policial no imbróglio foi parar na edição no jornal "A NOTÍCIA" do dia 30 de novembro de 1935 com a chamada <i><b>"Macumba assaltada"</b></i>. Pelo sensacionalismo e os termos usados de forma pejorativa (macumbeiros, antro, gritaria), percebe-se o preconceito contra a nova ramificação de cristianismo popular.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Todavia, a matéria contém informações interessantes. Aparecem os nomes de todos os detidos com suas respectivas ocupações profissionais; inclusive pessoas que nunca apareceram em outros registros sobre os primórdios da igreja.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Como todas </span><span style="font-family: georgia;">as coisas para o bem daqueles que amam a Deus e foram chamados de acordo com o seu propósito (Romano 8. 28), a perseguição contra os fiéis assembleianos levou o delegado Ruiz a aconselhar o pastor Miranda a procurar um local mais centralizado para os cultos. Assim, Mirandinha rapidamente transferiu a congregação para a "Katharinenstrasse" entre os anos de 1935 e 1936.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcwlASY1eKyfJKLQAqLjOnL33CyS5VrKtS7rl1Mq3dYxSAc7f1yWpQk5-qTyBqkx2VFOHbZFhnGMN204yEfK1WCC8Jva-Mlrjh2Zc5EoOpZtcs4pKtOg7cJ5MtP4DbASko7zcWn_HB4hZdRE2LHtqQAGW2kISej_yr3ypJZDxQ-bMfFiwqIHLTifaeeQ/s935/era.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="935" data-original-width="567" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcwlASY1eKyfJKLQAqLjOnL33CyS5VrKtS7rl1Mq3dYxSAc7f1yWpQk5-qTyBqkx2VFOHbZFhnGMN204yEfK1WCC8Jva-Mlrjh2Zc5EoOpZtcs4pKtOg7cJ5MtP4DbASko7zcWn_HB4hZdRE2LHtqQAGW2kISej_yr3ypJZDxQ-bMfFiwqIHLTifaeeQ/w388-h640/era.png" width="388" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b> </b></td></tr></tbody></table><br /><div><b>Fontes:</b></div><div><br /></div><div><span style="font-family: georgia;">GUEDES, Sandra P.L. de Camargo (org.). História de (I)migrantes: o cotidiano de uma cidade. Joinville: Univille, 2000.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">POMMERENING, Claiton Ivan (Org.). O Reino entre príncipes e princesas: 75 anos de história da Assembléia de Deus em Joinville. Joinville: REFIDIM, 2008.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">TERNES, Apolinário. História de Joinville: uma abordagem crítica. 2. ed. Joinville: Meyer, 1984.</span></div><div><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia;">VIEIRA, Adelor F. (Org.). 1983 - ano do cinqüentenário da Igreja Evangélica Assembléia de Deus Joinville - SC. Joinville: Manchester.</span></div><p></p>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-3289105834160962102023-05-20T14:33:00.005-03:002023-05-22T16:21:33.689-03:00Fatos e fotos da IEADJO (2ª parte)<p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiFOt9shrwwLopcA-Me3cyrk4ycL5P63T8J62uCZma0baKqNH_Zm6_suDkbNsGjhl3hdd2TYhjHKcgjPefuHm7U2vTgd2lss4St8JWjbGvpxnSjnrjYESQKkynfR7ro6f3n7uLGo-Cfwb467w9ir9ncJ5EEmEIR9u3p5IwkbaE19ccZEtAseH502VFhg/s530/av%20get.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="407" data-original-width="530" height="492" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiFOt9shrwwLopcA-Me3cyrk4ycL5P63T8J62uCZma0baKqNH_Zm6_suDkbNsGjhl3hdd2TYhjHKcgjPefuHm7U2vTgd2lss4St8JWjbGvpxnSjnrjYESQKkynfR7ro6f3n7uLGo-Cfwb467w9ir9ncJ5EEmEIR9u3p5IwkbaE19ccZEtAseH502VFhg/w657-h492/av%20get.jpg" width="657" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; text-align: justify;"><b>Congregação da IEADJO na "Katharinenstrasse"</b> </span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">As primeiras reuniões da IEADJO foram realizados na casa da irmã Ana Salvador, na Avenida Cubas. Anos depois, a Avenida Cubas deu espaço a música e o futebol: craques e sambistas joinvilenses saíram da região. Porém, muito antes que isso acontecesse, o irmão Sérgio Segal ofereceu sua casa na rua Monsenhor Gercino, no bairro Itaum. Nesse período, uma violenta perseguição se deu contra a nascente igreja. Manoel Germano de Miranda já estava à frente dos trabalhos, quando foi aconselhado pelo delegado Alexandre Nogueira Mimoso Ruiz, que cuidava da segurança do munícipio, a transferir a congregação para um local mais próximo ao centro da cidade. Foi então que Mirandinha alugou uma casa na "Katharinenstrasse" — nome original da Getúlio Vargas usado até os anos 1940.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWIjOrPJloakC1hKzciJwlfSQNgeW2bcG6PORHUKGU3UVG6DdAQn0iN9Mi4ASNY9KrcvS5EAViuMX_9DtyS4cwslRvHr56Q41fNQgdMCK_Ew3BpuxQjm74iLrnQwc4U2NclirY8xdoRDnztseFkNt3qH9EkcVeYGf_zzjrfjbsm3fnDsaTM3Hmnfxb5w/s1041/1.%20Mimoso%20oi.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1041" data-original-width="760" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWIjOrPJloakC1hKzciJwlfSQNgeW2bcG6PORHUKGU3UVG6DdAQn0iN9Mi4ASNY9KrcvS5EAViuMX_9DtyS4cwslRvHr56Q41fNQgdMCK_Ew3BpuxQjm74iLrnQwc4U2NclirY8xdoRDnztseFkNt3qH9EkcVeYGf_zzjrfjbsm3fnDsaTM3Hmnfxb5w/w468-h640/1.%20Mimoso%20oi.jpg" width="468" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">O conselho do jornalista, poeta, político e, na época, delegado Mimoso Ruiz foi estratégico para o desenvolvimento da IEADJO. Com a inauguração da estação</span><span style="font-family: georgia;"> ferroviária, em 1906, a então decadente "</span><span style="font-family: georgia;">Katharinenstrasse" </span><span style="font-family: georgia;">voltou a ser uma área de interesse imobiliário com investimentos no alargamento e urbanização da via. </span><span style="font-family: georgia;">A estação também trouxe crescimento residencial para a região e com a chegada de imigrantes sírio-libaneses dedicados ao comércio, sobretudo de tecidos, nasceram as primeiras alfaiatarias, funilarias, bares, padarias, farmácia, entre outros comércios. Foi providencial que nesse percurso (da estação ferroviária ao Hospital Municipal São José) fosse implantada a IEADJO. A casa alugada transformada em igreja estava numa das principais vitrines da cidade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><div><br /></div><div><div style="font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: georgia;"><b>Fontes: </b></span></div><div style="font-family: "Times New Roman";"><br /></div><span style="font-family: georgia; text-align: left;">GUEDES, Sandra P.L. de Camargo (org.). História de (I)migrantes: o cotidiano de uma cidade. Joinville: Univille, 2000.<br /><br />POMMERENING, Claiton Ivan (Org.). O Reino entre príncipes e princesas: 75 anos de história da Assembléia de Deus em Joinville. Joinville: REFIDIM, 2008.<br /><br />TERNES, Apolinário. História de Joinville: uma abordagem crítica. 2. ed. Joinville: Meyer, 1984.<br /><br />VIEIRA, Adelor F. (Org.). 1983 - ano do cinqüentenário da Igreja Evangélica Assembléia de Deus Joinville - SC. Joinville: Manchester.</span></div><div><span style="font-family: georgia; text-align: left;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; text-align: left;">https://www.clicrbs.com.br/sites/swf/an_especiais_patrimonio/rua/index.html</span></div></span></div>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-88952801760560302062023-05-13T13:15:00.003-03:002023-05-21T19:10:50.420-03:00Fatos e fotos da IEADJO<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Em 2023, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Joinville (IEADJO), em Santa Catarina, celebra seus 90 anos de fundação. A postagem de hoje (e outras que possivelmente virão) terá como objetivo destacar algumas curiosidades da história da maior igreja pentecostal catarinense e servir de subsídios históricos para outras celebrações que virão. Vamos aos fatos e fotos!</span></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha5prz-BZ6_itxImPAMsZUYzWMIus8yU8jE6WwtxDBDd_QK3ZJl1OjXHK3Gu7rBPDkDIN8-fk5UHiMDFfDlZRSLSdsEqPlvbqxKGfHAO3n2ES5SmmvTVvjZM6TVStv1Mdn2VXbGW3CcxO8WIqjxuLOczsaMAs6KSm-3OjT2GKzVXBomLfE1f5AZg-rLQ/s800/joinville%2020.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="489" data-original-width="800" height="392" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha5prz-BZ6_itxImPAMsZUYzWMIus8yU8jE6WwtxDBDd_QK3ZJl1OjXHK3Gu7rBPDkDIN8-fk5UHiMDFfDlZRSLSdsEqPlvbqxKGfHAO3n2ES5SmmvTVvjZM6TVStv1Mdn2VXbGW3CcxO8WIqjxuLOczsaMAs6KSm-3OjT2GKzVXBomLfE1f5AZg-rLQ/w640-h392/joinville%2020.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Vista panorâmica de Joinville na década de 1920</b></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">A AD em Santa Catarina teve seu início na cidade de Itajaí, em 1931 com o pioneiro André Bernardino. Muitas pessoas se converteram na pequena congregação do beco do Quilombo (posteriormente renomeado de "Rua Pentecostal"). No ano seguinte, seis membros da igreja itajaiense mudaram-se para Joinville, que na época contava com 40 mil habitantes, incluindo a população rural, e mais de 300 estabelecimentos industriais dos mais variados ramos de atividades (metalúrgicos, têxteis e químicos).</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"> </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1977" data-original-width="1240" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0p7Y3r0Y_MWB2gDvpzRqlCK3x-a0lvFNkgg0WvqEvl8Q3S5UtMdVuS620xUQiZEtKPKZ032aSOxCekvobp-G9a6FSyS4Elzuz1qQOSTPIZQNRCr72oKIj4qR-GJoJ-6ODB-CIu49LuzzT6n22FVOLovbbDvdinNWwmUXEEJpMX12TLrAkEBR35UW-XA/w287-h400/cabral.jpg" width="287" /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: justify;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">A data do início oficial da IEADJO é 1933, ano que começou com a greve dos operários da construção civil e outras categorias conexas em Joinville. Em meio as agitações trabalhistas, foi realizado o primeiro batismo nas águas pelo pastor André Bernardino no rio Cachoeira, o mesmo caudal que 80 anos antes serviu de acesso aos pioneiros europeus na antiga Colônia Dona Francisca (atual Joinville). Entre os candidatos estava o adolescente Osmar Cabral, futuro pastor em Santa Catarina e pai do conhecido pastor Elienai Cabral. Ainda em 1933, Manoel Germano de Miranda chegou na cidade para dar assistência espiritual ao núcleo pentecostal que se formava.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkqMCgCHS6EclZo3Ng865JIGvmCsxHPcXcfC7Tmvd6mgahfW39CwUj05BpJm9hOCZoReqI1smQD7ONrTS9FGDlNX20_Glbbk6BKzaYb6VV7PqXMQcPOO34OD5QeMH9CuYQ3RqWLSwkhU7EullM6rhJik8gZUVaNxEAwxB5kN77LUdpONbkm8a7kps0Iw/s2399/Pr%20Manoel%20G%20Miranda%202.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2399" data-original-width="2286" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkqMCgCHS6EclZo3Ng865JIGvmCsxHPcXcfC7Tmvd6mgahfW39CwUj05BpJm9hOCZoReqI1smQD7ONrTS9FGDlNX20_Glbbk6BKzaYb6VV7PqXMQcPOO34OD5QeMH9CuYQ3RqWLSwkhU7EullM6rhJik8gZUVaNxEAwxB5kN77LUdpONbkm8a7kps0Iw/w381-h400/Pr%20Manoel%20G%20Miranda%202.jpg" width="381" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Manoel Germano de Miranda (1900 - 1962) nasceu em Itajaí e converteu-se na AD fundada por André Bernardino no Quilombo. Exerceu a função de cozinheiro no barco em que trabalhava e sentindo à chamada divina mudou-se para Joinville, em 1933, para atender a pequena congregação que se formava. Para sustentar a família, empregou-se na antiga estrada de ferro como operário. Em outubro de 1934, os ferroviários de todo o país, inclusive em Joinville, entraram em greve que durou menos de uma semana. Além dos parcos salários, o custo de vida na cidade era um dos maiores do estado. Será que Mirandinha participou da paralisação?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><b>Fontes: </b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-family: georgia;">GUEDES, Sandra P.L. de Camargo (org.). História de (I)migrantes: o cotidiano de uma cidade. Joinville: Univille, 2000.<br /><br />POMMERENING, Claiton Ivan (Org.). O Reino entre príncipes e princesas: 75 anos de história da Assembléia de Deus em Joinville. Joinville: REFIDIM, 2008.<br /><br />TERNES, Apolinário. História de Joinville: uma abordagem crítica. 2. ed. Joinville: Meyer, 1984.<br /><br />VIEIRA, Adelor F. (Org.). 1983 - ano do cinqüentenário da Igreja Evangélica Assembléia de Deus Joinville - SC. Joinville: Manchester.</span>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-75457118227811049692023-05-11T10:50:00.002-03:002023-05-11T10:55:15.695-03:00A Ministerialização nas ADs e o "absalonismo"<p style="text-align: justify;">Nascida em 1911, em Belém do Pará, a Assembleia de Deus (AD) em pouco mais de duas décadas já estava presente em todo território nacional. Posteriormente, as ADs se institucionalizaram, criaram uma tradição litúrgica, critérios para a separação de obreiros, convenções e editora própria, mas sem nunca perder o ímpeto expansionista. </p><p style="text-align: justify;">Os estudiosos nomeiam esse tempo expansão de "ministerialização", ou seja, foi o momento em que as igrejas locais expandiram suas filiais para regiões geograficamente mais distantes da sua área de atuação. O maior exemplo desse momento sempre foi o do Ministério de Madureira, que da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, em pouco tempo abriu congregações em todo o estado fluminense, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás e São Paulo..</p><p style="text-align: justify;">Sem duvida, a "ministerialização" foi determinante para o crescimento da igreja, mesmo que tal processo tenha gerado uma forte concorrência entre os Ministérios, gerando disputas por membros, obreiros e, principalmente, campos eclesiásticos. Nesse tempo a CGADB virou palco de discussões acirradas sobre os limites das "jurisdições eclesiásticas", tema tratado até a década de 1990 nas reuniões nacionais. </p><p style="text-align: justify;">Dentro desse contexto, o saudoso pastor João Pereira de Andrade Silva escreveu ao <i>Mensageiro da Paz,</i> na década de 1960, onde em tom crítico comentou sobre o clima reinante dentro dos Ministérios das ADs. João Pereira, além de pastor, era um intelectual atento ao modus operandi dos seus pares. Aliás ele tinha vasta experiência em lidar com as grandes igrejas e seus exigentes líderes.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_LcGeCdxg-WoQLEi_YwZnUip97JPThvuSLiRpg_6cqySS-n17sYBDrVGLda8imjB4zt0IqwAz7GzZqzZXEldfcWnLm_sQLV15LQOtYDYgzXS7CrzVg-TKeXVNQMtEF1EgrgZR55RbSRUHFnFe57NDJtSBEtsZs5XkDBWQGVRKTr9gtfIjRXCfKkT5xQ/s805/jpas.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="805" data-original-width="532" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_LcGeCdxg-WoQLEi_YwZnUip97JPThvuSLiRpg_6cqySS-n17sYBDrVGLda8imjB4zt0IqwAz7GzZqzZXEldfcWnLm_sQLV15LQOtYDYgzXS7CrzVg-TKeXVNQMtEF1EgrgZR55RbSRUHFnFe57NDJtSBEtsZs5XkDBWQGVRKTr9gtfIjRXCfKkT5xQ/w422-h640/jpas.png" width="422" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Pastor João Pereira: crítico do "absalonismo" nas ADs</span></b></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Mineiro de Itajubá, ele havia sido vereador em sua cidade natal e professor de língua portuguesa até ingressar na obra de Deus. Ficou conhecido por lecionar nas Escolas Bíblicas de Obreiros e no Instituto Bíblico Pentecostal no Rio de Janeiro; e por ter exercido a função de Diretor-Executivo da CPAD em dois períodos (1952 a 1957/1973 a 1978). Entre sua primeira e a segunda gestão na CPAD, o pastor João pastoreou igrejas no Mato Grosso e São Paulo (capital) ligadas ao Ministério do Belenzinho. </p><p style="text-align: justify;">Conhecedor das ambições humanas travestidas de amor ao sagrado e a igreja, o antigo vice-presidente do Belenzinho detectou àquilo que chamou de "absalonismo" dentro dos Ministérios. Para quem não sabe, Absalão foi o filho de Rei Davi, que deu um golpe contra o próprio pai conseguindo com engenhosidade colocar-se como catalizador das insatisfações populares. Assim ele "furtou" o coração dos israelitas (2º Samuel 15.6 - ARC) para depois usurpar o trono de Israel.</p><p style="text-align: justify;">Em seu relato, o pastor Pereira contou aos crentes de todo o país que havia sido enviado para ajudar como vice-presidente da AD em Dourados, no atual Mato Grosso do Sul. Ao narrar suas experiências de submissão e sacrifícios como vice, o ex-diretor da CPAD fez observações pertinentes sobre o procedimentos de outros "vices" dentro das ADs. </p><p style="text-align: justify;">Nessa condição, João Pereira contou que nunca procurou "tomar" o lugar do pastor-presidente e muito menos "incompatibilizá-los com a igreja". Esses verdadeiros "absalões", segundo ele, quando conquistavam seus propósitos, tinham apenas, "vitórias de Pirro".* Observou com tristeza, que o "absalonismo" estava se espalhando na denominação, pois muitos obreiros ao obterem a confiança de seus superiores e subirem os degraus do ministério "dão-se logo, à nefasta tarefa de preparar a Igreja contra o pastor presidente, e após ganhar o coração dos irmãos, levantam-se, e gritam: 'a igreja quer a independência' (para eles...)".</p><p style="text-align: justify;">Quando escreveu para o <i>Mensageiro da Paz</i>, o pastor João, provavelmente, tinha em mente vários casos ocorridos pelo Brasil a fora. É bom recordar que anos antes, o pastor Paulo Macalão fundou em 1958, a Convenção Nacional de Madureira e criou o "Estatuto Padrão", instrumento jurídico "para assegurar a unidade do trabalho, devido a fragmentação que ocorria em outros ministérios". Tudo isso para proteger a igreja de homens “amantes de si mesmos”, que se rebelavam e dividiam o trabalho, ou seja, combater o espírito de "absalonismo" ministerial.</p><p style="text-align: justify;">Depois desse artigo do pastor João, muitas outras divisões ocorreram nas ADs e a "ministerialização" só ganhou força. Pereira, tempos depois, tornou-se vice-presidente do pastor Cícero Canuto de Lima. Nesse período, sempre ao enviar alguma matéria ao <i>Mensageiro da Paz</i>, ele fazia questão de exaltar o Ministério do Belenzinho e indiretamente criticar outras ramificações assembleianas. </p><p style="text-align: justify;">Mas não deixa de ser interessante e oportuno esse olhar das entranhas ministeriais. O termo "absalonismo" foi traduzido pelos acadêmicos como "ministerialização" e seus alguns dos seus inconfessáveis caminhos desvendados pelo nobre escritor.</p><p style="text-align: justify;">* <i>A expressão “vitória de Pirro” é uma metáfora para descrever uma vitória que, de tão esforçada e sacrificada ou de tão violentamente conseguida, quase não valeu a pena alcançar, sendo praticamente inútil e prejudicial para o vencedor.</i></p><p style="text-align: justify;"><b>Fontes:</b></p><p style="text-align: justify;">ALENCAR, Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011 (2ª edição ampliada). São Paulo: Recriar; Vitória: Editora Unida, 2019.</p><div style="text-align: justify;">ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div>CABRAL, David. Assembleias de Deus: a outra face da história. 3 ed. Rio de Janeiro: Betel, 2002. </div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">CORREA, Marina. Assembleia de Deus: Ministérios, Carisma e Exercício de Poder. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">DANIEL, Silas. História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">FAJARDO, Maxwell. Onde a luta se travar: uma história das Assembleias de Deus no Brasil. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">MENSAGEIRO DA PAZ. Rio de Janeiro Ano 32, nº 06. 2ª quinzena de março de 1962.</div>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-1526314516565391172023-04-13T09:34:00.005-03:002023-04-13T17:19:27.812-03:00Intervenção Militar na AD Brás <p style="text-align: justify;">Fundada em 1938, na cidade de São Paulo, a AD Brás foi consequência do crescente expansionismo do Ministério de Madureira (RJ). Ao alugar um pequeno salão no bairro paulistano da Liberdade e colocar seu cunhado Sylvio Brito na direção, o pastor Paulo Leivas Macalão, segundo a história oficial, obedeceu a uma revelação divina.</p><p style="text-align: justify;">Assim, a dualidade (ou rivalidade) Missão x Madureira presente no Rio de Janeiro desde meados dos anos 20 do século XX, chegaria à cidade de maior crescimento no Brasil nos anos 1930. Entre idas e vindas, a igreja fixou-se na Rua Major Marcelino, onde foi construída e inaugurada a antiga sede do Brás em 1962.</p><p style="text-align: justify;">Por sua posição geográfica e econômica, a AD Brás se tornou a principal referência do Ministério liderado pelo pastor Macalão fora do Rio. Mas o contexto das ADs na época era de intensa "ministerialização", ou seja, campos eclesiásticos, setores e congregações inteiras sob lideranças carismáticas rompiam com as suas matrizes em busca maior liberdade administrativa.</p><p style="text-align: justify;">Nessas circunstâncias, o Ministério de Madureira também foi atingido, mesmo que, preventivamente, Paulo Macalão tenha organizado em 1958 a Convenção Nacional de Madureira e implantado o conhecido "Estatuto Padrão" para todas as filiais do ministério. Juridicamente, o "Estatuto Padrão" amarrava todos os trabalhos sob a jurisdição do Ministério de Madureira e assim evitava ou dificultava as divisões.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiAAlgzdEkyGHtqiq1d-Y19YAnXuQBscYZn-7XkQWSPQ8fizjzWycTT8vQQFvi7FcISvOSpsQ-qsk0M4AOXtY3ipuIz9b9yRpXLh4wz0fE9LEvEP1knor6Sn48j5mpw2m7KN7JjYLiJX9pCbdZ7vUxu4n7YkWCAqggyRmkUHbjUlLIPj29k95m6tDQYjw" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img data-original-height="687" data-original-width="436" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiAAlgzdEkyGHtqiq1d-Y19YAnXuQBscYZn-7XkQWSPQ8fizjzWycTT8vQQFvi7FcISvOSpsQ-qsk0M4AOXtY3ipuIz9b9yRpXLh4wz0fE9LEvEP1knor6Sn48j5mpw2m7KN7JjYLiJX9pCbdZ7vUxu4n7YkWCAqggyRmkUHbjUlLIPj29k95m6tDQYjw=w405-h640" width="405" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Antigo templo AD Brás: no detalhe o General Marcondes</b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><p style="text-align: justify;">Porém, há registros fartos desse clima de "ministerialização" tentando abalar a unidade do Ministério no estado de São Paulo. O Bispo Manoel Ferreira conta em suas memórias casos nos quais atuou como mediador de Madureira para resolver dissensões eclesiásticas. As igrejas de Capão Bonito, Garça, Bauru, Vila Alpina e Vila Industrial exigiram de Ferreira muita capacidade de persuasão para garantir a unidade ministerial. </p><p style="text-align: justify;">Dentro desse contexto, no início da década de 1970, numa manobra ousada e sorrateira, um grupo de obreiros registrou em cartório novos estatutos para fragmentar a AD Brás em 12 setores. Segundo o próprio Ferreira em sua biografia: "O plano era desligar essas igrejas do Ministério de Madureira, obtendo autonomia integral para os novos trabalhos". Seria uma implosão eclesiástica do Ministério de Madureira na Grande São Paulo.</p><p style="text-align: justify;">O plano só não deu certo porque alguns pastores fiéis a Madureira avisaram a tempo a sede no Rio de Janeiro. Macalão rapidamente entrou em contato com Manoel Ferreira perguntando-lhe se ele sabia de alguém que tivesse força e influência para barrar as autonomias. Ferreira prontamente buscou o apoio de Sebastião Marcondes da Silva, general e futuro deputado estadual em São Paulo. Apressadamente, Manoel e Marcondes rumaram para o Rio, onde Macalão e seu vice-presidente, Alípio da Silva, colocaram o militar a par dos acontecimentos e pediram uma ação imediata.</p><p style="text-align: justify;">De volta a São Paulo, a dupla já tinha em mãos o novo estatuto da AD Brás. Segundo Ferreira: "naquele tempo general tinha uma força medonha” e ao entrarem no cartório, Marcondes da Silva ordenou a anulação dos estatutos do grupo de pastores dissidentes e o reconhecimento do documento preparado no Rio. Diante das imposições do militar, o dono do cartório só respondia “Vai ser feito conforme o senhor está falando General, vai ser feito conforme o senhor está falando”.</p><p style="text-align: justify;">O Brasil vivia o auge da Ditadura Militar (1964-1985) e naqueles tempos de repressão, censura e autoritarismo quem ousaria contrariar as ordens de um general? A intervenção militar na AD Brás foi cirúrgica e virou o jogo a favor da cúpula de Madureira no Rio. Os obreiros que sonhavam com a autonomia tiveram que pedir perdão, mudar de ministério ou serem afastados da AD Brás.</p><p style="text-align: justify;">É interessante que o relato do Bispo Manoel Ferreira sobre a participação do General Marcondes na intervenção na AD Brás descrito no livro “Assembleia de Deus em São Paulo: Fundação e Expansão 1938-2011”, desaparecem em sua biografia lançada pela Editora Betel em 2020. </p><p style="text-align: justify;">Estrategicamente Ferreira omitiu a participação militar nos acontecimentos para não ofuscar sua própria atuação. Desse modo, a união ministerial em São Paulo seria resultante somente da habilidade do futuro Bispo e sucessor de Macalão e não de uma imposição político-militar externa </p><p style="text-align: justify;">Por fim, um dos maiores críticos dos militares no poder foi o jornalista carioca Sérgio Porto (1923 -1968), também conhecido pelo pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta. Ele nomeava ironicamente o Golpe Militar de "a Redentora". No caso da AD Brás, a intervenção foi de fato “redentora” para alívio de Paulo Macalão.</p><p style="text-align: justify;"><b>Fontes:</b></p><p style="text-align: justify;">ALENCAR, Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011 (2ª edição ampliada). São Paulo: Recriar; Vitória: Editora Unida, 2019.</p><div style="text-align: justify;">ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">CORREA, Marina. Assembleia de Deus: Ministérios, Carisma e Exercício de Poder. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">DANIEL, Silas. História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.</div><div style="text-align: justify;"><div><div><br /></div></div></div><div style="text-align: justify;">FAJARDO, Maxwell. Onde a luta se travar: uma história das Assembleias de Deus no Brasil. 2 ed. São Paulo: Recriar, 2019.</div><p style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">FERREIRA, Samuel (org.) Ministério de Madureira em São Paulo fundação e expansão 1938-2011. Centenários de Glórias. cem anos fazendo história 1911-2011 s.n.t.</span></p><div style="text-align: justify;">FERREIRA, Manoel. Bispo Manoel Ferreira: Vida, Ministério, Legado. Rio de Janeiro: Editora Betel, 2020.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div>FIDALGO, Douglas Alves. “De Pai pra Filhos”: poder, prestígio e dominação da figura do Pastor-presidente nas relações de sucessão dentro da “Assembleia de Deus Ministério de Madureira”. Dissertação do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da UMESP. Orientador: Prof. Dr. Dario Paulo Barrera Rivera, 2017.</div></div>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-87629753871823533242023-03-27T09:53:00.004-03:002023-03-28T09:44:27.848-03:00Paulo Kolenda Lemos - antigo pastor em Santa Catarina<p style="text-align: justify;">Na postagem anterior foi destacado o ministério do Pastor Paulo Kolenda Lemos na cidade de Itajaí, SC, e do seu esquecimento institucional. O antigo líder da AD pioneira no estado deveria constar na galeria dos pastores-presidentes da igreja. Mas ainda há tempo para essa reparação histórica.</p><p style="text-align: justify;">Todavia, o Pastor Paulo também liderou outras igrejas catarinenses. No início do ano de 1950, ele deixou Itajaí e mudou-se para Joinville, onde foi recebido como pastor-auxiliar do missionário norte-americano Virgil Smith, que na época pastoreava a AD joinvilense. Na "Cidade dos Príncipes" a família aumentou com o nascimento de mais duas filhas: Lurdes e Marta. </p><p style="text-align: justify;">Tempos depois da chegada de Lemos, o missionário Smith viajou em férias para os Estados Unidos. Coube a Paulo e ao seu tio J. P. Kolenda, a tarefa de cuidar da igreja em Joinville durante os meses em que Virgil e sua esposa Ramona ficaram na América do Norte. </p><p style="text-align: justify;">Com a volta do casal missionário ao Brasil, em outubro de 1951, Virgil, Paulo Lemos e Osmar Cabral, representaram a AD joinvilense na Convenção Geral das ADs em Porto Alegre, RS. A viagem para a capital gaúcha foi em parte subsidiada pela igreja em Joinville.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUftDV3_tRBvR0b7N8vyXZTlP4tOtvAUgi66T8FcpSM7xSIWKc6qUgku7fN1MbyjXfMQO1pf0R4B3zY2OtCsRZOhv0q7tlEfWq4YUayjgXEzt5rHmbgODoMvfXTBWOx6husy1DaLWVsThIgClW6ippVT14wFg7Ri69fhmkeqt--fXLDhG-aG8KPeYSyA/s720/334758929_666773971872897_558483642090240378_n.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="453" data-original-width="720" height="402" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUftDV3_tRBvR0b7N8vyXZTlP4tOtvAUgi66T8FcpSM7xSIWKc6qUgku7fN1MbyjXfMQO1pf0R4B3zY2OtCsRZOhv0q7tlEfWq4YUayjgXEzt5rHmbgODoMvfXTBWOx6husy1DaLWVsThIgClW6ippVT14wFg7Ri69fhmkeqt--fXLDhG-aG8KPeYSyA/w640-h402/334758929_666773971872897_558483642090240378_n.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Pastores Antonieto Grangeiro, João Ungur e Paulo Kolenda Lemos: líderes em SC</b></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">No início de 1952, Lemos é designado para cuidar da AD em Jaraguá do Sul, que na época pertencia ao campo de Joinville. Ao se despedir de Joinville, Paulo recebeu da igreja uma boa oferta em gratidão ao trabalho desenvolvido na cidade. Porém, o tempo em Jaraguá foi curto, pois naquele mesmo ano Paulo Lemos foi enviado para Blumenau.</p><p style="text-align: justify;">Em fevereiro de 1952, o pastor Paulo Lemos assumiu a AD em Blumenau. Waldemar Kinas, um dos obreiros mais antigos da AD blumenauense escreveu ao <i>Mensageiro da Paz</i> (edição da 1ª quinzena de novembro de 1953) que o sobrinho de J. P. Kolenda continuava "dedicado e esforçado no trabalho de evangelização" no Vale do Itajaí. Nesse afã de ganhar almas para Cristo, Paulo liderou a construção do templo da AD em Pomerode em 1955 e tal foi sua dedicação, que chegou à vice-presidência da convenção catarinense.</p><p style="text-align: justify;">Contudo, a vida de um obreiro assalariado pelas igrejas não era fácil. Com prebendas irrisórias, muitas vezes a família do pastor passava por privações em todos os sentidos. Havia (e em muitos casos ainda existe) a mentalidade de que o obreiro deveria passar por necessidades, ou seja, precisava ser provado juntamente com sua esposa e filhos para ser "aprovado" no ministério. </p><p style="text-align: justify;">Nesse contexto, a esposa de Paulo Lemos, a irmã Gecy, que diga-se de passagem cooperava tocando violino, bandolim e acordeon na igreja, montou um atelier de costura com o qual ajudava nas despesas da casa. Isso em si já era um tabu, pois a família do pastor deveria viver somente dos ganhos que a igreja lhe proporcionava. Com a suplementação da renda familiar bancada por Gecy, que agora era (para usar um termo moderno) uma "empreendedora", as murmurações não tardaram a surgir. </p><p style="text-align: justify;">Afinal de contas, os Lemos tinham na década de 1950 rádio com vitrola num tempo em que aos fiéis era vedado o uso dessa mídia. Os filhos do casal, agora acrescidos de mais um rebento (Paulo Afonso), usavam roupas e sapatos melhores que a média dos membros da igreja. A doação por parte de familiares dos EUA de uma geladeira à gás deu mais motivos para falatórios sobre o estilo de vida da família pastoral.</p><p style="text-align: justify;">Segundo as memórias dos filhos de Paulo e Gecy, o grande motivo da discórdia com o ministério foi quando o presidente da convenção em Santa Catarina propôs que, em caso de transferências de pastores, os móveis deveriam ficar nas casas pastorais. Os Lemos encararam isso com muito desagrado depois de todo o esforço para conquistar alguns bem materiais. </p><p style="text-align: justify;">Assim, no primeiro semestre de 1957, depois de pastorear a AD em Blumenau por cinco anos, Paulo Kolenda Lemos rompeu com o ministério catarinense e voltou para Joinville onde se tornou pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular. É claro que isso foi um escândalo para a época. Quase sempre esse tipo de atitude era acompanhada por visões e profecias premonitórias, além de fortes suspeitas sobre questões morais do obreiro dissidente. </p><p style="text-align: justify;">Posteriormente, Paulo mudou-se para o interior do estado de São Paulo e anos depois foi para Brasília. No Distrito Federal, os Lemos montaram uma empresa ligada à confecção de uniformes escolares e industriais. Como empresário, Paulo ajudava algumas igrejas, mas não atuou mais como pastor, falecendo no dia 20 de outubro de 1993, aos 78 anos, em Brasília. Gecy faleceu em 2011, aos 92 anos. </p><p style="text-align: justify;">Não discute-se aqui a inocência, erros ou controvérsias de Paulo Kolenda Lemos, mas sim a sua importância para a AD em Santa Catarina nas décadas de 1940 e 1950 do século passado. Este é o ofício do historiador!</p><p style="text-align: justify;"><b>Fontes:</b></p><p style="text-align: justify;">ADAMI, Saulo; SILVA, Osmar José da. André Bernardino da Silva: pioneiro da Assembleia de Deus em Santa Catarina. Blumenau: Nova Letra, 2011.</p><p style="text-align: justify;">ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</p><p style="text-align: justify;">DANIEL, Silas, História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Os principais líderes, debates e resoluções do órgão que moldou a face do movimento pentecostal brasileiro, Rio de janeiro: CPAD, 2004.</p><p style="text-align: justify;">LOUREIRO, Satyro (et al.). 1931-1981 50 anos: o jubileu de ouro das Assembleias de Deus em Santa Catarina e sudoeste do Paraná. Itajaí: Maracolor, 1981.</p><p style="text-align: justify;">Mensageiro da Paz edição da 1ª quinzena de novembro de 1953.</p><p style="text-align: justify;">Mensageiro da Paz edição da 2ª quinzena de abril de 1956.</p>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-469020490209837732023-03-12T11:11:00.005-03:002023-11-08T11:19:23.498-03:00Paulo Kolenda Lemos - o pastor esquecido de Itajaí<p style="text-align: justify;">Com a proximidade das celebrações do centenário da AD em Santa Catarina é necessário revisitar a história dos pioneiros e das primeiras igrejas implantadas em solo catarinense. É importante também destacar que, com o passar dos anos e a seletividade da memória institucional, alguns personagens, fatos e circunstâncias também foram "esquecidos" pela falta de cuidado em registrar os eventos, ou pelo zelo em preservar a pureza da história eclesiástica.</p><p style="text-align: justify;">Entre os líderes pioneiros da AD em Santa Catarina, o pastor Paulo Kolenda Lemos merece uma reparação histórica. Pois mesmo sendo um dos principais membros do ministério catarinense entre as décadas de 1940 e 50, pouco destaque recebeu pela historiografia oficial até aqui.</p><p style="text-align: justify;">Paulo Lemos era filho de Rodrigo Ribeiro Lemos e Martha Kolenda, irmã do missionário John Peter (JP) Kolenda e o terceiro entre os nove irmãos nascidos em solo gaúcho (Alberto, Silvestre, Isaque, Maria Etelvina, João, Albertina, Rodolfo e Édison). Seu nascimento se deu no dia 23 de dezembro de 1915, em Pelotas, no RS. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj8AfsIhpWhOBwUP28_87361_uJuSV_DqNFtFK8NMRcB4wIub03me2uUM3DfmUA4uQCIK_01aQqDTA9WkpB_47_tFtJdJGXqUQWUxU8ztK1p-i8mR-pBY1tZXvzzbHC9CZ5CEsSyHzB2ZQ2fbzN66eqaB3-Vek_jCFZO7rqmWvkndbnjUQ05Lw6J_Ivw/s699/oi.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="410" data-original-width="699" height="376" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj8AfsIhpWhOBwUP28_87361_uJuSV_DqNFtFK8NMRcB4wIub03me2uUM3DfmUA4uQCIK_01aQqDTA9WkpB_47_tFtJdJGXqUQWUxU8ztK1p-i8mR-pBY1tZXvzzbHC9CZ5CEsSyHzB2ZQ2fbzN66eqaB3-Vek_jCFZO7rqmWvkndbnjUQ05Lw6J_Ivw/w640-h376/oi.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Paulo, Luís Alberto, Rosa e Gecy - Itajaí, 1945</b></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Quando o irmão de Martha, JP Kolenda voltou ao Brasil em 1939 para trabalhar na implantação de igrejas pentecostais no sul do Brasil, sentiu a falta de obreiros para lhe ajudar num campo tão vasto e carente como o de Santa Catarina. Nesse contexto, JP chamou os sobrinhos para trabalhar com ele. Alberto, Isaque, João, Paulo e, futuramente, o caçula Édison aceitaram a missão. Sempre, é claro, orientados pelo tio. </p><p style="text-align: justify;">Assim, aos 29 anos de idade, casado com Gecy Nascimento Lemos e com o filho Luís Alberto ainda muito pequeno, Paulo saiu de Porto Alegre para se estabelecer na cidade portuária de Itajaí, onde André Bernardino da Silva iniciou os trabalhos da AD no estado catarinense em 1931. Porém, Bernardino foi destituído da liderança em meados da década de 1930, assumindo a supervisão da obra o missionário Albert Widmer e, posteriormente, JP Kolenda. </p><p style="text-align: justify;">Enquanto isso, a congregação de Itajaí deve ter ficado aos cuidados do auxiliar João Santana ou de algum obreiro local até a posse de Paulo Lemos em 1944. No período em que morou na cidade foram acrescentados à família mais duas filhas: Rosa e Claudeth. Uma marca importante do seu pastorado foi a construção do segundo templo da igreja.</p><p style="text-align: justify;">O relato está no Mensageiro da Paz (1ª quinzena de dezembro de 1945) exposto na postagem abaixo</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXW7AJQhtoTLWg9_aHA5WIGoojEQIyqaOngU7XCEBCohzp28zcQY47NS-AzoGODFkYqL9XXMZWNa7d74C8hgkEnhyVTVFMo_o8nra5NI_WUJAE0gKlmXIsDqerz4ZGj4f_v6NrBXReIaItRRb6o9wESgEGhFkGPAkvR_XafTiOO4j-BTcY_Vwk_JvV6g/s946/pkl.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="770" data-original-width="946" height="520" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXW7AJQhtoTLWg9_aHA5WIGoojEQIyqaOngU7XCEBCohzp28zcQY47NS-AzoGODFkYqL9XXMZWNa7d74C8hgkEnhyVTVFMo_o8nra5NI_WUJAE0gKlmXIsDqerz4ZGj4f_v6NrBXReIaItRRb6o9wESgEGhFkGPAkvR_XafTiOO4j-BTcY_Vwk_JvV6g/w640-h520/pkl.png" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Depois de 06 anos em Itajaí, os Lemos foram transferidos para Joinville. Depois de algum tempo, rumaram para Jaraguá do Sul e, finalmente, Blumenau, onde o sobrinho 03 (para usar o termo da moda) de JP Kolenda, romperia com o ministério. Mas disso trataremos em outra postagem. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na imagem abaixo, a galeria dos pastores de Itajaí, nota-se a ausência do pastor Paulo Kolenda Lemos. Deveria estar entre André Bernardino e Manoel Germano de Miranda. Há tempo para reparação!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIr_iLvolvtOEnPMMSR7vHbbGxAJxWYF8ii4SBfIMKycXL5HpNiirAdWvVi_a3WhIF2L_LSNewdJxdAQg7ysHhRGonnHqgduxELmdIlYr8wnD1EN6-226-eXCGJQhKPO8w-eQ4xtbPCc9Fg-bbIMQTwSEdDAo8ob2_rEmgSPZYE6QU_PNPq_gDzbLr3Q/s2015/pastores.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2015" data-original-width="1133" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIr_iLvolvtOEnPMMSR7vHbbGxAJxWYF8ii4SBfIMKycXL5HpNiirAdWvVi_a3WhIF2L_LSNewdJxdAQg7ysHhRGonnHqgduxELmdIlYr8wnD1EN6-226-eXCGJQhKPO8w-eQ4xtbPCc9Fg-bbIMQTwSEdDAo8ob2_rEmgSPZYE6QU_PNPq_gDzbLr3Q/w360-h640/pastores.jpg" width="360" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><p style="text-align: justify;"><b>Fontes:</b></p><p style="text-align: justify;">ADAMI, Saulo; SILVA, Osmar José da. André Bernardino da Silva: pioneiro da Assembleia de Deus em Santa Catarina. Blumenau: Nova Letra, 2011.</p><p style="text-align: justify;">ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</p><p style="text-align: justify;">DANIEL, Silas, História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Os principais líderes, debates e resoluções do órgão que moldou a face do movimento pentecostal brasileiro, Rio de janeiro: CPAD, 2004.</p><p style="text-align: justify;">LOUREIRO, Satyro (et al.). 1931-1981 50 anos: o jubileu de ouro das Assembleias de Deus em Santa Catarina e sudoeste do Paraná. Itajaí: Maracolor, 1981.</p>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-64882042760806259522023-02-23T20:48:00.004-03:002023-02-24T09:15:58.839-03:00A controvérsia do batismo pentecostal - ano 1947<p style="text-align: justify;">Como se divulgou na postagem anterior, o jornalista Emílio Conde nunca afirmou ser Celina Albuquerque a primeira crente batizada com o Espírito Santo no Brasil. Oriundo da Congregação Cristã no Brasil, Conde conhecia os primórdios da sua antiga igreja e, segundo o relato do próprio escritor, o próprio fundador da Congregação Cristã, Louis Francescon, lhe contou sobre o trabalho por ele aberto em Santo Antônio da Platina, PR, em 1910.</p><p style="text-align: justify;">Porém, o artigo do pastor José Menezes ao Mensageiro da Paz (edição de 15 de maio de 1947), no qual ele sustenta a tese de que a senhora Albuquerque teve a primazia do batismo pentecostal no Brasil, não passou sem contestações. Em carta dirigida ao jornalista Emílio Conde, o Ancião da Assembleia Cristã na Villa Linch, Argentina, Ricardo Rebuffo procurou relembrar o trabalho pioneiro de Francescon e do núcleo pentecostal no interior paranaense formado entre maio e abril de 1910.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3FZYmQRF7J-WCegtC10psbXAGepXr_FdyEkmptgntwgWDZgkXOnZ7DXyV4Kw5Q8cCpKwCBSk65hXsVqmQc1krMtCQIBQ5PgVuTclNqk-eDPxKvoIZema9wORlYzGfKOUueBbFs_aucBjTQnheTproXV4sVZV_24Lodg67yfH3nPX_ZfmJLBRP_sIF2A/s1236/anci%C3%A3o%201.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1236" data-original-width="911" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3FZYmQRF7J-WCegtC10psbXAGepXr_FdyEkmptgntwgWDZgkXOnZ7DXyV4Kw5Q8cCpKwCBSk65hXsVqmQc1krMtCQIBQ5PgVuTclNqk-eDPxKvoIZema9wORlYzGfKOUueBbFs_aucBjTQnheTproXV4sVZV_24Lodg67yfH3nPX_ZfmJLBRP_sIF2A/w295-h400/anci%C3%A3o%201.png" width="295" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><b>Ricardo Rebuffo </b></span></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A carta publicada no periódico EL CRISTIANO, em setembro de 1947, também divulgou a resposta do escritor Emílio Conde, na qual ele confirmou os fatos descritos por Rebuffo e recordou que o próprio Francescon anos atrás, havia lhe contato a história do início da Congregação Cristã.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Outro detalhe da resposta de Conde: ele cita o pastor Paulo Malaquias, que experimentou o batismo no Espírito Santo, no Rio Grande do Sul, quando nem havia trabalho pentecostal na região. Aliás, a história de Malaquias foi descrita no Mensageiro da Paz (edição 2ª quinzena de fevereiro de 1947) daquele mesmo ano por ocasião da sua morte, em 27 de outubro de 1946. No texto sobre o antigo membro da igreja batista, Herbert Nordlund destacou: "Tendo sido [Malaquias] batizado no Espírito Santo, logo após sua conversão, sendo provavelmente o primeiro crente no Brasil a receber esta experiência...".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Interessante, que no ano de 1947, a primazia do batismo pentecostal foi atribuída a Paulo Malaquias, por Herbert Nordlund; a Celina Albuquerque, por José Menezes; e ao núcleo da Congregação Cristã em Santo Antônio da Platina, por Ricardo Rebuffo. Entretanto, o desconhecimento histórico dos acontecimentos perdura até hoje!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Abaixo as cópias do jornal EL CRISTIANO cedidas gentilmente pelo <b>Historiador Itamar Coutinho</b>. Coutinho estuda e escreve especificamente sobre a história de Louis Francescon e sua obra de pregação e implantação de igrejas pelo mundo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMgxE5PfTeWlQnUJMXDvqF5GdS58xFYHGAHgnVXqC_Avmh0ROzpnSu6WAFxlcq2_0LYjRSD4yIHmPAWRNPW7qlyWhytGFLmGcmlAjpUZ_4xn1POamWzVZYNlA-7dSRYmaYlbaGkj6UlyKATUfny7lowY0ZNxicNisjnzV05z1r8F0LQUllrmKk0f5Nbw/s891/1%20parte%201.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="891" data-original-width="648" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMgxE5PfTeWlQnUJMXDvqF5GdS58xFYHGAHgnVXqC_Avmh0ROzpnSu6WAFxlcq2_0LYjRSD4yIHmPAWRNPW7qlyWhytGFLmGcmlAjpUZ_4xn1POamWzVZYNlA-7dSRYmaYlbaGkj6UlyKATUfny7lowY0ZNxicNisjnzV05z1r8F0LQUllrmKk0f5Nbw/w466-h640/1%20parte%201.png" width="466" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLhCZr_1unSykdVnB0bb3L_jSwesNY38UbIzMgA5ZVtLisk0JoSyeNHK2WuoX5RIw_J3Sv5K8trV355Ni-qnV1JCj6YhDzyjdk7dNSunN68RgyHhhi2edBr1oIQ6tykq3ls-4XXRSVQTzbLeegrK4kXSAGyN2J94FGcvrt-dBoEMuD2tHDhq5_-z3JIg/s692/2%20parte.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="692" data-original-width="356" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLhCZr_1unSykdVnB0bb3L_jSwesNY38UbIzMgA5ZVtLisk0JoSyeNHK2WuoX5RIw_J3Sv5K8trV355Ni-qnV1JCj6YhDzyjdk7dNSunN68RgyHhhi2edBr1oIQ6tykq3ls-4XXRSVQTzbLeegrK4kXSAGyN2J94FGcvrt-dBoEMuD2tHDhq5_-z3JIg/w330-h640/2%20parte.png" width="330" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Fontes:</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A História da Igreja-mãe das Assembleias de Deus no Brasil. Belém, PA: Gráfica Santa Marta, 2007/SOUZA, Benjamim Ângelo de. (org.)</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">CONDE, Emílio. História das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 1960.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">COUTINHO, Itamar Bueno. Biografia de Louis Francescon: Mais que uma memória uma história. Ponta Grossa, PR: Ed. do autor (2ª edição ampliada e revisada) - agosto de 2022.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">MENSAGEIRO DA PAZ. Rio de Janeiro Ano XVII, nº10. 2ª Quinzena de maio. 1947, p. 04.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">MENSAGEIRO DA PAZ. Rio de Janeiro. Ano 39, nº11. 2ª Quinzena de junho. 1969. p. 01.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">SANTOS, Ismael. Raízes da nossa fé: A história das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus em Santa Catarina e no Sudoeste do Paraná. Blumenau: Letra Viva, 1996.</div>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-28880847085560183722023-02-21T14:23:00.003-03:002023-02-22T21:16:35.205-03:00Controvérsia - a primazia do batismo Espírito Santo no Brasil<p style="text-align: justify;">Na lição n° 09, da Escola Bíblica Dominical (EBD) do 1º trimestre de 2023, publicada pela CPAD, o comentarista Elinaldo Renovato aborda o tema "O Avivamento Pentecostal no Brasil". O objetivo da lição é claro conforme o plano de aula da revista dos professores: "Veremos como que o que ocorreu ao longo do livro de Atos dos Apóstolos, repetiu-se em terras brasileiras...".</p><p style="text-align: justify;">Com este intuito, o pastor Renovato repete de maneira sucinta os primórdios das ADs com a chegada de Daniel Berg e Gunnar Vingren a Belém do Pará em 1910, as resistências por parte das igrejas tradicionais a doutrina pentecostal e ao fato que causa controvérsias sendo motivo de disputa histórica: a primazia do batismo no Espírito Santo em terras brasileiras. Segundo o escritor, a irmã Celina Albuquerque creu na mensagem pentecostal e no ano de 1911 "recebeu o dom de Deus e, por isso, é considerada a primeira brasileira batizada no Espírito Santo em nosso país.".</p><p style="text-align: justify;">Para os estudiosos da história do pentecostalismo no Brasil, a afirmação do comentarista causa estranheza, pois já foi reconhecido que antes dela, Paulo Malaquias, no RS (1907) e Pedro Graudin, em SC (1909) também receberam o batismo pentecostal. Tanto Malaquias como Graudin são mencionados no livro "Dicionário do Movimento Pentecostal" publicado pela própria CPAD. </p><p style="text-align: justify;">Celina, segundo os registros oficiais, foi a primeira crente do grupo que viria a ser a AD (a nova congregação no início era denominada de Missão da Fé Apostólica) a receber o batismo com o Espírito Santo, mas não se pode ignorar que um ano antes em 1910, no outro extremo do país em Santo Antônio da Platina, PR, o italiano Louis Francescon fundou a Congregação Cristã no Brasil, igreja de doutrina pentecostal.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5TZfSt02qQLNu0jWVJ69DrPrqua3Bm9-XjwBTapE7WYes9XiV4Ous23yOHRCSqVl1BgxTcYxoMHBX82sNIzAb42dFWvGN0CRhMU4ZTPaariSRk8blUNOjEzU7W057JOdwuPSpQXO_JZ91IQ-gNe2gnrGLbbpVfJTmwkLjFBVIF1h3MjjCOzcS4Rz7YA/s745/celina.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="745" data-original-width="487" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5TZfSt02qQLNu0jWVJ69DrPrqua3Bm9-XjwBTapE7WYes9XiV4Ous23yOHRCSqVl1BgxTcYxoMHBX82sNIzAb42dFWvGN0CRhMU4ZTPaariSRk8blUNOjEzU7W057JOdwuPSpQXO_JZ91IQ-gNe2gnrGLbbpVfJTmwkLjFBVIF1h3MjjCOzcS4Rz7YA/w418-h640/celina.png" width="418" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b>A SEARA confirmando a primazia de Celina</b></i></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">É importante destacar, que o primeiro historiador das ADs, o escritor Emílio Conde, autor do livro "História das Assembleias de Deus no Brasil" publicado pela CPAD em 1960, nunca afirmou a primazia de Celina Albuquerque sobre o batizado com o Espírito Santo no Brasil. Aliás, Conde converteu-se na Congregação Cristã na cidade de São Paulo e, somente após sua transferência para o Rio de Janeiro, passou a frequentar a AD em São Cristóvão. </p><p style="text-align: justify;">Na obra da década de 1960, Conde chega a citar a Congregação Cristã como obra evangélica antecedente a AD no Brasil, porém, sem dar ênfase ao caráter pentecostal da igreja. A omissão desse detalhe, mais o constante desconhecimento da própria história geral do movimento pentecostal no Brasil e no mundo, fez que a versão na qual a senhora Albuquerque aparece como a "primeira brasileira" a ser batizada no Espírito Santo uma constante.</p><p style="text-align: justify;">Antes e depois do livro de Emílio Conde, a pioneira foi exaltada com essa primazia. Exemplo disso é o artigo do pastor José Menezes ao Mensageiro da Paz, na edição de 15 de maio de 1947, onde o veterano obreiro afirma esse fato com todas as letras: "... Gunnar [Vingren] e Daniel [Berg] iniciaram o trabalho do Senhor, na casa da irmã Celina Albuquerque, rua Dr. Assis, sendo essa irmã o primeiro crente batizado com o Espírito Santo no Brasil...". </p><p style="text-align: justify;">A revista A SEARA (edição julho/agosto de 1961) também fez a mesma coisa ao publicar a foto da anciã com a legenda "Irmã Celina Albuquerque a primeira crente batizada no Espírito Santo no Brasil". O Mensageiro da Paz, edição de junho de 1969, também atribuiu a Celina foi a honraria: "A veneranda irmã pioneira do movimento pentecostal brasileiro CELINA ALBUQUERQUE, a primeira pessoa no Brasil que recebeu o precioso batismo no Espírito Santo....". O livro "A História da Igreja-mãe das Assembleias de Deus no Brasil" publicado em 2007 também oferece essa versão: "Sendo assim, ao alvorecer do dia 08 de junho de 1911, a irmã Celina Albuquerque, orando em sua casa, juntamente com outros irmãos, teve o privilégio de ser a primeira evangélica a receber o cumprimento da promessa...". </p><p style="text-align: justify;">Como se percebe, a posição ambígua do historiador Emílio Conde ou da própria CPAD (na qual Conde trabalhou de 1940 até 1968) resultou neste equívoco presente até o dia de hoje. Mas o primeiro historiador das ADs teria sido alertado para a imprecisão histórica? </p><p style="text-align: justify;">Assunto para a próxima postagem. Aguarde!</p><p style="text-align: justify;"><b>Fontes: </b></p><p style="text-align: justify;">A História da Igreja-mãe das Assembleias de Deus no Brasil. Belém, PA: Gráfica Santa Marta, 2007/SOUZA, Benjamim Ângelo de. (org.)</p><p style="text-align: justify;">ARAÚJO, Isael de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</p><p style="text-align: justify;">CONDE, Emílio. História das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 1960.</p><p style="text-align: justify;">MENSAGEIRO DA PAZ. Rio de Janeiro Ano XVII, nº10. 2ª Quinzena de maio. 1947, p. 04.</p><p style="text-align: justify;">MENSAGEIRO DA PAZ. Rio de Janeiro. Ano 39, nº11. 2ª Quinzena de junho. 1969. p. 01.</p><p style="text-align: justify;">SANTOS, Ismael. Raízes da nossa fé: A história das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus em Santa Catarina e no Sudoeste do Paraná. Blumenau: Letra Viva, 1996.</p>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7505139751974988711.post-6399637410721090332023-01-01T18:21:00.005-03:002023-01-02T10:56:40.994-03:00Alfredo Reikdal - o candidato<div style="text-align: justify;">O Pastor Alfredo Emílio Reikdal (1915-2010) liderou por 67 anos a Assembleia de Deus - Ministério do Ipiranga em São Paulo. Um recorde nacional e mundial, segundo sua biografia oficial. Não por acaso, é impossível falar ou escrever sobre a ramificação assembleiana da zona sul paulistana, sem interligar Reikdal/Ipiranga.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nos últimos anos do seu ministério, o líder do Ipiranga fazia questão de declarar-se "assembleiano ortodoxo e sectário". Alfredo reprovava com veemência os movimentos ecumênicos e as inovações nas ADs, chegando a fundar a Convenção dos Ministros Ortodoxos da Assembleia de Deus no Estado de São Paulo e Outros (COMOESPO) por discordar dos rumos da Convenção dos Ministros das Assembleias de Deus no Estado de São Paulo e Outros (COMADESP); entidade que ajudou a organizar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Se por um lado Reikdal era tão conservador, por outro, sua ousadia na seara política foi muito controversa. Segundo seu biógrafo oficial Eliézer Cohen: "Com relação à política nosso pastor presidente foi pioneiro e se lançou pela primeira vez no Brasil, abrindo caminho para que, hoje em dia, os obreiros e, especialmente, os pastores de todo país pudessem usufruir da liberdade que têm de serem eleitos para os mais diferentes cargos eletivos".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjojLlQFHHiUVgK-fUrGwRc_pb8rPryPUcd2IYfuo8cbRynWASYZ2-yq8fnGo6i1Grwsw7mjbEUUGEOERI-KLGkE7RnlGark2ke3M3gFMx_WR21ECkKCa4se8niKH4gx1Sweg2CAlUqH_USYJXgqxkImsapfUdgCO-PZGc48VYV90BCHzrbY8uqOa_v3w/s2048/afredo.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1514" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjojLlQFHHiUVgK-fUrGwRc_pb8rPryPUcd2IYfuo8cbRynWASYZ2-yq8fnGo6i1Grwsw7mjbEUUGEOERI-KLGkE7RnlGark2ke3M3gFMx_WR21ECkKCa4se8niKH4gx1Sweg2CAlUqH_USYJXgqxkImsapfUdgCO-PZGc48VYV90BCHzrbY8uqOa_v3w/w474-h640/afredo.jpg" width="474" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Propaganda do líder da AD Ministério do Ipiranga</b></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ao aventurar-se nessa seara, ainda na década de 1970, o pastor Alfredo lutou "com todas as suas forças contra o pensamento dos chamados líderes" das ADs. Muitos o "excomungaram" e o tiveram como um "herege" num tempo em que a política era vista por muitos crentes como coisa do "Diabo" ou mundana demais para um cristão se envolver.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ignorando a contrariedade de muitos dos seus pares e membros da igreja, Reikdal debutou na política em 1970, concorrendo a deputado estadual no estado de São Paulo. Em 1971, fez sua filiação no antigo partido de sustentação do Regime Militar, a Aliança Renovadora Nacional (ARENA). No ano seguinte, em 1972, foi indicado pela COMADESP para concorrer (desta vez pela oposição) mais uma vez ao legislativo paulista. Em 1976, foi a vez de tentar uma cadeira na Câmara de Vereadores na capital paulista. Em 1978, 1982, 1986 e 1989 tentou sem sucesso o cargo para deputado estadual.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para decepção do veterano pastor, o crescimento numérico de membros do seu ministério não se traduziu em votações expressivas para colocá-lo entre os eleitos em cada pleito que participou. Reikdal não conseguiu superar as barreiras ou desconfianças em torno dos seus objetivos políticos. O <b><i>Jornal do Brasil </i></b>(edição de domingo, 14 de setembro de 1986) chegou a ironizar as tentativas do líder do Ipiranga: "Como pastor, ele [Reikdal] agrada tanto os seus fiéis, que eles preferem mantê-lo na igreja a elegê-lo para a Assembleia Legislativa".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As ambições políticas de Alfredo Reikdal e de outros líderes levaram a Convenção Geral de 1981, em Belo Horizonte, MG, a debater sobre o assunto. Segundo Silas Daniel, a "questão do pastor e a política" foi impulsionada pelo "aumento de interesse pela política que começava a surgir no país durante o processo paulatino de abertura". Ao fim das discussões, a CGADB deliberou que um pastor, titular ou não de uma igreja, deveria licenciar-se cargo para disputar eleições.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pelo histórico eleitoral do pastor Alfredo, ele não fez isso nem antes nem depois. Mesmo se autointitulando um obreiro "assembleiano ortodoxo e sectário" e crítico das inovações e movimentos ecumênicos, o conservadorismo do genro do pioneiro Bruno Skolimowski não passava pelo senso comum assembleiano sobre política. Reikdal era conservador, mas nessa área nem tanto!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Voltaremos ainda ao assunto...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Fontes:</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">COHEN, Eliezer. E Deus confirmou os seus passos: biografia do pastor Alfredo Reikdal. São Paulo: s/e, 2006.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">DANIEL, Silas. História da Convenção Geral dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Brasil - 1930 a 2021 (Edição Revista e Ampliada). Rio de Janeiro: CPAD, 2022.</div><div><div class="post-body entry-content float-container" id="post-body-2002307424152527146" style="color: #4e4e4e; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 15px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: 1.6em; margin: 1.5em 0px 2em;"><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; font-family: georgia, "times new roman", serif;"><a href="https://mariosergiohistoria.blogspot.com/2016/02/alfredo-reikdal-assembleiano-ortodoxo-e.html">https://mariosergiohistoria.blogspot.com/2016/02/alfredo-reikdal-assembleiano-ortodoxo-e.html</a></span></div></div></div>Memórias das Assembleias de Deushttp://www.blogger.com/profile/07617718102913939899noreply@blogger.com2