Sucessões pastorais - Ministérios Hereditários (parte 1)
Como foi visto anteriormente, as sucessões pastorais nas ADs seguem um padrão: o líder ministerial de um campo eclesiástico é na prática o patrão da igreja/empresa. Com muitos obreiros (pastores, evangelistas, presbíteros e diáconos) assalariados sob seu comando, o pastor-presidente consegue impor o seu sucessor e indicar o candidato "oficial" para as eleições.
Somado a isso, conta a importância de determinados pastores na convenção regional ou nacional da denominação, o que facilita as sucessões e a manutenção do status quo através da política do corporativismo. É um "toma lá dá cá" do qual todos se beneficiam. Exemplo disso são as vitaliciedades reconhecidas para alguns pastores e a garantia do continuísmo familiar com o consentimento da cúpula.
Vamos aos exemplos de sucessões familiares no Brasil:
Família Corrêa - AD em Santos, a pioneira
A AD em Santos, SP, foi implantada no ano de 1924, pelo missionário sueco Daniel Berg. Em fevereiro de 1962, o pastor João Alves Corrêa assumiu a igreja. Em janeiro de 1993, portanto, três décadas depois da posse de João Corrêa, seu filho, o pastor Paulo Alves Corrêa sucedeu o pai na liderança e permanece até hoje no posto. Em quase um século de existência, a AD santista conheceu uma só família sob seu comando por mais de 60 anos. Na política, o filho do líder em Santos é deputado estadual e está em seu terceiro mandato.
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Posse do pastor João Corrêa na AD santista (1962) |
Família Ferreira - AD em São Cristóvão ou ADMFA
AD em São Cristóvão, no RJ foi fundada em 1924, sendo referência para muitas outras congregações e ministérios das ADs por muitos anos. Presidiram a igreja no Rio: Gunnar Vingren, Samuel Nyström, Nils Kastberg, Otto Nelson, Nels Nelson, Alcebíades Pereira Vasconcelos e Francisco Pereira do Nascimento Em 1965, o pastor Túlio Barros Ferreira assumiu a igreja carioca. Ao falecer em 2007, o pastor Túlio Barros Ferreira, o seu filho Jessé Maurício assumiu o trabalho. Portanto, são seis décadas de administração da família do pastor Túlio em quase 100 anos de existência.
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Pastor Túlio Barros Ferreira e família |
Família Costa - Ministério de Belenzinho
No Ministério de Belenzinho, em SP, o pastor José Wellington Bezerra da Costa lidera desde o ano de 1980. A igreja foi aberta por Daniel Berg em 1927 e orientada pelos pastores Samuel Nyström, Samuel Hudlund, Simon Lundgren, Sílvio Brito, Francisco Gonzaga da Silva, Bruno Skolimovski e Cícero Canuto de Lima.
Cícero, o antecessor do pastor José Wellington, presidiu o ministério por 34 anos, mas foi superado pelo atual gestor espiritual. Ao que tudo indica, os Costas ficarão ainda muito tempo à frente do Belenzinho. O filho do pastor José Wellington, o pastor José Wellington Bezerra da Costa Júnior é o vice-presidente e há netos sendo preparados para a sucessão. A família Costa conta com pastores, deputado federal, deputada estadual e vereadora entre seus membros.
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Família Costa do Ministério do Belém, SP |
Ja tem até jwbc neto e bisneto
ResponderExcluirÉ uma vergonha um grupo como esse dar visibilidade social a ministérios hereditários quando um dos principais legados da Reforma Protestante foi o sacerdócio universal, ou seja, à presidência de organizações religiosas protestantes e de convenções terem alternância de poder, dando a todas, todos, todxs membros o direito de ocuparem os espaços de poder.
ResponderExcluirCurioso para ver a parte 2.
ResponderExcluirSó tem espertos por que tem tolos... Se o povo aceita e alimente este sistema ( seja por medo de ser rebelde, por total ignorancia ou por simples conivência fazer o que? Pena que o evangelho seja confundido com estas empresas,
ResponderExcluirfaltou citar as familias ferreira que comanda o ministério de madureira e malafaia que comanda o ministério vitória em cristo
ResponderExcluirNa igreja presbiteriana não temos isso. Nossos pastores e conselho da igreja são eleitos.
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