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Está Errado - Escolha de Obreiros

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O Pastor José Menezes (1896-1972) foi um dos grandes pioneiros das ADs Brasil e profícuo escritor pentecostal. Entre 1960 a 1973, foi comentarista das Lições Bíblicas da Escola Dominical da CPAD e colaborador do extinto Boa Semente e do Mensageiro da Paz. Paraibano de São Miguel de Taipu, Menezes tinha origens presbiterianas quando entrou em contato com as ADs em 1919. Por décadas serviu como obreiro em diversos estados do país e faleceu em 1972, na liderança da AD em Manaus. Além disso, o pioneiro foi um arguto observador das transformações sociais, litúrgicas e ministeriais das ADs. Algumas dessas observações sobre os rumos da denominação, ele deixou registrado em 1969, na coluna "Está Errado" do Mensageiro da Paz , na época, o principal mídia das ADs no Brasil. O ano de 1969, também marcava os 50 anos do ingresso de José Menezes na igreja pentecostal nascida em Belém do Pará.  Pastor José Menezes (1896-1972) Numa das edições do Mensageiro da Paz , Menezes tratou do tema:

AD em Cacoal - 50 anos de vitórias

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Cada história de uma Assembleias de Deus tem suas peculiaridades. No estado de Rondônia, a denominação possuí uma característica muito própria: ela surge quase sempre antes das instituições seculares. Quando a Assembleia de Deus nasceu em 1922, em Porto Velho, toda a região ainda pertencia ao Amazonas e Mato Grosso. Somente em 1943, através do Governo Vargas, que o antigo Território do Guaporé foi criado. Primeiro veio a igreja, depois a organização política e institucional. Durante longos anos, Rondônia (nome dado em homenagem ao Marechal Cândido Rondon, em 1953) foi uma parte do Brasil sem conexão direta com o próprio país no qual estava integrado. Seu acesso se dava primordialmente através dos rios da região amazônica. Pequenos povoados no interior da floresta, habitados por seringueiros, mineradores e tribos indígenas ocupavam a vasta imensidão da selva. A partir da década de 1960, com a abertura da BR-364, as pequenas vilas começaram a receber migrantes de todas as partes do Brasi

A Convenção Geral de 1999 - Mudança de Rumo

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A Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), realizada no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo/SP, entre os dias 11 e 15 de janeiro de 1999, foi marcada pela polêmica. Cyro Mello, antigo colunista do Mensageiro da Paz, chamou-a de "Convenção da liminar", onde os "discursos e assuntos discutidos ficaram 95% só para quem entendessem de leis". As liminares (ordem judicial provisória que analisa um pedido urgente) foram somente, a parte visível e pública das intensas disputas de bastidores pelo controle da Convenção Geral.  No Palácio do Anhembi em 1999, o Pastor José Wellington da Costa disputou à presidência da CGADB com o Pastor Túlio Barros Ferreira, da AD em São Cristóvão/RJ. O Pastor José Wellington confessou em sua biografia, que o Pastor Túlio foi seu "concorrente mais temido".  Meses antes da convenção se realizar, o Pastor Túlio distribuiu entre os ministros presentes em São Paulo um panfleto crítico à Mesa Diretora da Conve

Ministério de Perus – tensões e sucessão

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Em postagem anterior, destacou-se a origem e expansão do Ministério de Perus (no noroeste da cidade de São Paulo), cuja fundação aconteceu em 1947. Em princípio, a congregação era filiada a AD de São Caetano do Sul, entretanto, foi com o Pastor Benjamim Felipe Rodrigues que o núcleo pentecostal na região cresceu e ganhou sua identidade e autonomia. O Campo de Perus (como assim era chamado), porém, ao longo dos anos, manteve relações fraternais com Madureira, de onde era originário e participava da CONAMAD. A presença dos antigos líderes de Madureira era também constante nos eventos em Perus. Fotos da inauguração do histórico "Templo do Relógio", em 1976, são provas disso. Mas, assim como Madureira mantinha atritos com os Ministérios da Missão e lutava por espaço dentro da CGADB, o Campo de Perus, por sua vez, se sentia tratado como algo menor dentro da CONAMAD e sem chances de visibilidade. A luta para editar o periódico mensal O Arado , em 1990, foi um exemplo: a Mesa Direto

Sumário Histórico dos 20 primeiros anos da ADEPLAN

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Por Edson Lago Cruz* Impulsionado pelo Espírito Santo, o Pastor Geraldo Batista de Araújo, em companhia de um grupo de oito pessoas – nele incluída sua família (esposa e filhos), fundou no dia 07 de setembro de 1971, (a dois meses de atingir 50 anos) a Igreja Evangélica Assembleia de Deus do Planalto Central. A sede provisória ficava na Asa Norte, Plano Piloto em Brasília. A iniciativa “obedecia a visão celestial" na qual o Senhor ordenava ao Pastor Geraldo Batista de Araújo que “atravessasse o Jordão”. A primeira diretoria da ADEPLAN assim foi composta:  Presidente: Pr. Geraldo Batista de Araújo;  Vice-Presidente: Pr. Antônio Cardoso dos Santos;  Primeiro Secretário: Elionai Batista de Araújo (filho do Pr. Geraldo);  Segundo Secretário: José Arimatéia Fernandes da Silva;  Primeiro Tesoureiro: Alano Soares de Souza e como  Segundo Tesoureiro: Jemima Garcia de Araújo (filha do Pr. Geraldo e que posteriormente se tornou esposa do saudoso Bispo Daniel Malafaia). O Pastor Geraldo Bati

Jesuíno da Silva Lima – o pastor Brizolista

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Natural de São Luiz Gonzaga, município da região dos Sete Povos das Missões, no Rio Grande do Sul, o Pastor Jesuíno da Silva Lima foi um dos maiores líderes da Assembleia de Deus (AD) no Rio Grande do Sul, tendo presidido a Convenção das Igrejas Evangélicas e Pastores da Assembleia de Deus no Estado do Rio Grande do Sul – CIEPADERGS, por diversas vezes. Nascido durante a República Velha em 1913, e no domicilio eleitoral de um grande prócer das oligarquias da política nacional: o Senador Pinheiro Machado, Lima tinha uma origem social muito diferente da maioria dos membros das ADs da sua época. Vindo de uma família de estancieiros, proprietários de terras e gado e com boa instrução, na juventude viu o conterrâneo Getúlio Vargas chegar ao poder e por fim à República Velha em 1930.  Cercado de referências políticas, o jovem Lima conheceu o evangelho aos 20 anos de idade, em 1933. Após o casamento em 1944, começou a dirigir igrejas: Itacurubi e Cacheira do Sul foram as primeiras congregaçõe

110 anos das Assembleias de Deus - A CPAD no Rio de Janeiro

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A Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) nasceu no dia 13 de março de 1940, ao ser organizada juridicamente no Rio de Janeiro. O Mensageiro da Paz (MP), as revistas “Lições Bíblicas” e alguns livros e folhetos, já circulavam pelas igrejas e eram confeccionados em gráficas particulares.  Antes disso, consta nos registros da CGADB realizada na AD de Belém do Pará, em 1936, a proposta do Missionário Nils Kastberg de fundar uma editora. O jornalista Emílio Conde, no Mensageiro da Paz , em 1938, também manifestou o desejo da criação de uma editora própria para as ADs.  Porém, foi por força de um decreto do presidente Getúlio Vargas, em 1940, exigindo o registro de todos os jornais no Departamento de Imprensa e Propaganda (D.I.P.), órgão que regulava a imprensa, que o sonho da editora virou realidade. Estabelecia o decreto, que somente entidades com personalidade jurídica poderiam possuir jornais.  Líderes das ADs homenageados em 1990, na CPAD Para não interromper a veiculação do j

O Serviço Nacional de Inteligência - SNI e o Mensageiro da Paz

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O Serviço Nacional de Informações (SNI) foi criado em junho de 1964 com o objetivo de supervisionar e coordenar as atividades de informações e contrainformações no Brasil e  no exterior funcionando como um órgão de espionagem do Regime Militar (1964 - 1985).  Segundo o site Memorial da Democracia , O SNI monitorou atividades dos brasileiros dentro e fora do país. Em pouco tempo, o SNI tornou-se uma vasta teia de espionagem, intrigas políticas e negócios ilegais, a ponto de se atribuir ao general Golbery a frase "Criamos um monstro", quando o regime militar estava nos seus estertores. Para os leitores e pesquisadores segue um exemplo de como o SNI monitorava até os evangélicos, que no geral apoiavam os militares. O documento sigiloso revela as analises feitas pelos arapongas do "insuspeito" Mensageiro da Paz no ano de 1985.    Fonte: Arquivo Nacional

Os 90 anos da AD em Santa Catarina - a primeira cooperadora

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Élida Andrioli Vieira A jovem Élida Andrioli Vieira foi uma das pioneiras da Assembleia de Deus em Santa Catarina. Aos 22 anos aceitou Jesus como salvador através da mensagem pregada pelo Pastor André Bernardino da Silva. Nos primórdios, a jovem muito cooperou na obra pentecostal, pregando e ensinando nos primeiros núcleos de crentes que se formavam na região.  Bernardino relatou no Mensageiro da Paz, que ao adoecer após um batismo em águas, não pôde atender a Escola Dominical em Itajaí, mas enviou a cooperadora para a tarefa de ensinar. Numa congregação de maioria analfabeta, a moça letrada tinha grande vantagem no desenvolvimento das ministrações. Posteriormente, com a visita de Gunnar Vingren, a Santa Catarina, Élida Vieira foi separada ao cargo de diaconisa da igreja.  É possível, que a jovem tenha sido a primeira cooperadora da AD catarina. João Santana, o doador do terreno para construção do primeiro templo é considerado o primeiro auxiliar, mas nas informações dadas ao Mensagei

Os 90 anos da AD em Santa Catarina - Os primeiros líderes/Albert Widmer, o breve

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Em boa parte dos estados do Brasil, o começo das Assembleias de Deus foi assim: um missionário sueco evangelizava uma determinada região e implantava uma igreja. Muitas vezes as congregações eram organizadas a partir de núcleos pentecostais pré-existentes.  Em Santa Catarina deu-se o inverso. Um nativo iniciou o trabalho e, cinco anos depois, cedeu a direção para um estrangeiro. André Bernardino foi o primeiro pastor em terras catarinas, mas a obra só se desenvolveu de fato com os missionários norte-americanos. Entre os períodos de liderança de Bernardino (1931-1936) e Jonh Peter Kolenda (1940 -1952) representante da missão dos EUA), esteve o Missionário Albert Widmer.  Sabe-se que Widmer era suíço e missionário metodista pentecostal. Recebia o seu sustendo da Inglaterra e chegou ao Brasil na década de 1930. Há informações, que antes de chegar em Santa Catarina, ele teria passado pelos estados do Amazonas, Pernambuco, Bahia e São Paulo.  Albert Widmer Como ele chegou à liderança da inc

Os 90 anos da AD em Santa Catarina - Os primeiros líderes/André Bernardino

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Em sua primeira década de existência, a Assembleia de Deus em Santa Catarina teve três líderes principais: André Bernardino, Albert Widmer e Jonh Peter Kolenda. Mas na literatura oficial da CPAD, é somente Kolenda que vai ser apresentado como o "primeiro líder oficial" da igreja. É provável, que esse reconhecimento seja dado pelo fato de Kolenda e seus companheiros norte-americanos terem pensando estrategicamente a expansão da obra pentecostal. Vamos ao breve perfil de André Bernardino: André Bernardino da Silva foi o pioneiro ao trazer a mensagem pentecostal ao povo catarina em março de 1931. A implantação das igrejas em Itajaí, Blumenau, Joinville, São Francisco do Sul, Guaramirim e Imbituba se devem ao ímpeto evangelístico e atendimento do jovem Bernardino. Na entrevista dada à revista do Jubileu (1981), André contou que trabalhou no estado por 12 anos e que seu substituto foi o Missionário Albert Widmer. Mas não foram 12 anos de liderança, pois nos Mensageiros da Paz publ

Os 90 anos da AD em Santa Catarina - O início no Quilombo

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Para a grande maioria dos brasileiros, a imagem do estado de Santa Catarina está ligada à colonização açoriana, alemã e italiana. Esta é a imagem vendida pelas secretarias e empresas de turismo e veiculada amplamente pela mídia em épocas festivas. São os cabelos loiros, olhos azuis e as celebrações regadas com muita bebida e comidas tipicamente europeias que invadem o imaginário popular. Chega a ser uma ironia, que essa imagem tão explorada sobre os catarinenses para fins comerciais e turísticos, não se refletiu na gênese da Assembleia de Deus no estado. A maior denominação pentecostal catarina, não nasceu entre os descendentes de italianos, alemães, portugueses, poloneses ou suíços que, evidentemente, em muito contribuíram para a formação do estado. A Assembleia de Deus fundada por André Bernardino da Silva em 15 de março de 1931, teve sua primeira casa de oração e núcleo de evangelização num beco chamado de "Quilombo", onde a maioria dos moradores era, como o nome indica, d

Os 90 anos da AD em Santa Catarina - André Bernardino, o jovem rebelde

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Neste mês de março de 2021, a AD em Santa Catarina completa 90 anos de fundação. Atualmente a AD catarinense mais as igrejas do Sudoeste do Paraná contam com 304 campos eclesiásticos, 2.800 templos e 300 mil pessoas entre membros e congregados. Para comemorar a data tão marcante, iremos destacar aqui no blog algumas fotos e histórias da AD em Santa Catarina e Sudoeste do Paraná.  André Bernardino e sua esposa Dzidra Graudin André Bernardino da Silva, na época com 27 anos de idade e solteiro, foi quem iniciou os trabalhos da AD em Santa Catarina, mais precisamente na cidade portuária de Itajaí, em 15 de março de 1931. Antes da sua conversão, Bernardino tinha dado muito trabalho à família. Era um jovem rebelde, fruto de um relacionamento pouco convencional para a época entre o seu pai, Bernardino José da Silva (quando estava viúvo) e a empregada. Após seu nascimento, a criança e a mãe foram enviados para Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Aos 10 anos de idade, André veio morar com o p

Uma Assembleia de Deus na "sucursal do inferno"

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No Rio de Janeiro entre as décadas de 1950/60 uma pequena "Veneza" foi revelada pela imprensa: a comunidade da Praia das Morenas ou Moreninha. Espremida numa faixa de cinco quilômetros, que margeava a Avenida Rio Branco, as palafitas ficavam entre o Quartel do Marinheiros e a Fábrica Kelson’s, no bairro da Penha, na Zona Norte da cidade. A favela surgiu em 1948, com a chegada de oito famílias de pescadores e poucos anos depois, o local já contava com 500 famílias e mais 300 crianças vivendo em completo abandono. A miséria contrastava com a beleza da Baía da Guanabara, e o luxo dos carros em trânsito para os locais de veraneio. Retrato perfeito de uma cidade, onde riqueza e pobreza sempre andaram próximas.  Assim, sem esgoto, água tratada, sem atenção das autoridades competentes e muito menos assistência médica a "Veneza Carioca" resistia sem "condições de vida compatíveis com a dignidade humana" — afirmou o extinto jornal Diário da Noite . A escritora Rac