Postagens

Mostrando postagens de 2011

Foto Memória: A AD de Joinville nos anos 50

Imagem
A foto abaixo, foi enviada gentilmente pela irmã Rosani Biscaia. A fotografia mostra em outro ângulo e de maneira mais próxima, uma outra imagem publicada nesse blog em abril de 2011. A imagem enviada pela minha querida colaboradora, permite o reconhecimento de uma maior quantidade de pastores e membros da Assembleia de Deus em Joinville e Santa Catarina. Outra vantagem, é que a foto enviada permite saber o dia, mês e ano exato do registro fotográfico. Foto postada em abril: fachada do antigo templo sede de Joinville com líderes e membros à frente. Foto enviada pela irmã Rosani: além da data é possível reconhecer líderes e irmãos da igreja Os pastores que se podem  reconhecer são: Satyro Loureiro então líder da igreja, missionário J. P. Kolenda, pastores Osmar Cabral, Antônio Lemos, Reinoldo Hass, João Hungur, Antonieto Grangeiro Sobrinho Manoel Germano de Miranda, Liosés Domiciano e Ariel G. de Anunciação. Caso algum leitor identifique mais pessoas, escreva no e

A Assembleia de Deus e sua fragmentação

Imagem
A Assembleia de Deus no Brasil, sempre teve ao logo da sua história, problemas para manter sua unidade. Isso fica evidente na sua própria história oficial, ao revelar, que a primeira Convenção Geral, foi convocada por pastores brasileiros para reivindicar maior autonomia na condução dos trabalhos abertos no país. Os suecos, tiveram que abrir mão das principais igrejas abertas até então. Depois, com o crescimento de algumas igrejas, e as consequentes disputas por poder, alguns líderes começaram a fundar os chamados "ministérios". Isso significava que tal igreja ou "ministério" era na verdade em muitos casos uma cisão dentro da denominação. Assim a Assembleia de Deus, se tornou uma denominação com vários ministérios concorrentes entre si e assim a unidade se tornou impossível. Vale à pena recordar as palavras do pastor José Pimentel de Carvalho em entrevista ao jornal O Assembleiano em 1987. Perguntado sobre os seus esforços como um dos principais lídere

A Assembleia de Deus segundo Erico Verissimo

Imagem
O livro Incidente em Antares (1971) é uma das últimas obras do escritor gaúcho Erico Veríssimo (1905-1975). Escrito durante a vigência do Regime Militar, a história é uma irônica crítica que o autor faz não só ao regime com suas repressões e censuras, mas a toda sociedade brasileira. Ao criar uma cidade fictícia e uma história tão inusitada, o escritor na verdade prepara seus leitores para o desnudamento das hipocrisias e perversidades, a qual estão encobertas sob nomes dignos como moral, tradição e religião. No romance, como é próprio das histórias de Veríssimo, muitos personagens são estereótipos da realidade, ou uma síntese de situações históricas, as quais o romancista deseja denunciar. Além disso, a obra retrata com muita peculiaridade o clima político existente no Brasil antes do golpe de 1964. Antares é uma síntese da sociedade brasileira, onde o autor apresenta com ironia e bom humor em alguns momentos, e com dramaticidade em outros, o que se passava na nação antes do go

Os 80 anos da Assembleia de Deus em Santa Catarina: o pioneiro André Bernardino

Imagem
André Bernardino da Silva fundou a Assembleia de Deus em Santa Catarina no dia 15 de março de 1931 na cidade portuária de Itajaí. Segundo as fontes disponíveis, organizou a AD ainda no mesmo ano em Blumenau, e em São Francisco do Sul. Em 1933 foi atuante na fundação das igreja de Guaramirim e Joinville. No dia 3 de janeiro de 1932, em visita a Itajaí, o missionário Gunnar Vingren separa Bernardino a pastor, mas faz a seguinte observação: "Não deveria consagrá-lo ao ministério. Você ainda tem muito pouco tempo de conversão e é solteiro, mas devido a falta de obreiros vou separá-lo para o pastorado". Por 12 anos, André Bernardino trabalha na fundação e na organização de igrejas da AD no estado catarinense. Ao ser entrevistado para a Revista do Jubileu de Ouro das Assembleias de Deus de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná, André afirma que seu substituto no trabalho foi o missionário Albert Widmer. Numa primeira e superficial leitura dos registros históricos, fica a impress

Os 80 anos da Assembleia de Deus em Santa Catarina: contradições historiográficas

O ano de 2011, marca não somente as celebrações do centenário das Assembleias de Deus no Brasil, mas também, os 80 anos de fundação da igreja no Estado de Santa Catarina. Foi na cidade portuária de Itajaí, que o jovem André Bernardino da Silva, realizou no dia 15 de março de 1931 o primeiro culto da denominação em terras catarinenses. Bernardino, havia se convertido no ano anterior na cidade do Rio de Janeiro, após ser curado de tuberculose através da oração dos pioneiros Gunnar Vingren e Paulo Leivas Macalão. Restabelecido da enfermidade, o jovem André passou a colaborar na AD de São Cristóvão com seus talentos musicais e recebendo instruções dos missionários. Depois de alguns meses, retornou a Itajaí, e nessa cidade iniciou o trabalho pentecostal da Assembleia de Deus. Simples é contar o início da denominação, mas difícil é conciliar a historiografia disponível sobre os primeiros anos da igreja e o papel dos seus primeiros líderes. André Bernardino foi sem dúvida o pioneiro qu

Os 80 anos da Assembleia de Deus no O Assembleiano

Imagem
"Há 80 anos, no dia 18 de junho de 1911, nascia o maior e mais tradicional movimento pentecostal do Brasil: a Assembléia de Deus." Com essas palavras, o jornal O Assembleiano iniciava sua reportagem especial sobre os 80 das Assembleias de Deus no Brasil. Escrita por Judson Canto e Ildo Campêlo (in memoriam), a matéria aprofundava questões históricas e sociológicas da denominação, e trazia um panorama geral das festividades ocorridas em junho de 1991, na cidade de Belém do Pará. Além disso, o texto descrevia à evolução administrativa e, principalmente, a contextualização da igreja; contextualização essa descrita como "gradativa e irreversível". Há também na reportagem, várias observações de líderes e pioneiros sobre o delicado momento que às ADs atravessavam depois de oito décadas de fundação.  Alguns com maior pessimismo, como o pastor Satyro Loureiro de Joinville, que observou: "ao lado do crescimento do trabalho no campo espiritual, houve també

Centenário das Assembleias de Deus no Jornal Nacional

Imagem

A escrita da história assembleiana: algumas reflexões

Imagem
Nos últimos anos a Assembleia de Deus, ou os responsáveis por escrever sua história tem procurado, através da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), servir o grande número de fieis dessa denominação, com livros históricos, nos quais a saga dos pioneiros pentecostais é revalorizada. Nada mais natural, pois na medida em que se aproxima o centenário das Assembleias de Deus, o interesse pela história da denominação aumenta. A institucionalização da igreja e o "aburguesamento" dos membros e ministério da AD também contribui para isso. Como afirmou o sociólogo Paul Freston quando há um processo de ascensão social por parte da denominação, e ela passa a ser uma "igreja erudita", a preocupação com o controle de sua história aumenta. Alguns livros lançados pela CPAD nos últimos anos, tem sido de grande contribuição para estudiosos e pesquisadores do movimento pentecostal. É óbvio que por se tratar de uma "história oficial", as obras editadas pela

Foto Memória: Assembleia de Deus em Joinville

Imagem
A foto abaixo mostra o templo e um bom número de membros da Assembleia de Deus em Joinville. A frente pode-se distinguir entre tantos pastor Satyro Loureiro então líder da igreja, missionário J. P. Kolenda, pastores Antônio Lemos, Manoel Germano de Miranda. Não se tem a data exata dessa fotografia, mas provavelmente esse registro foi feito entre 1954 e 1957, quando Satyro Loureiro presidiu a igreja, substituindo o missionário norte-americano Vilgil Smith. Em 1957 Loureiro é transferido voltando a presidir a AD de Joinville 22 anos depois, quando em 1979, após o falecimento do pastor Liosés Domiciano, ele reassume a igreja ficando em seu comando até o ano de 1990. Salta aos olhos, para quem conhece esse local, é a transformação urbana de Joinville nesses anos que passaram. A avenida Getúlio Vargas, local onde esses irmãos se colocaram para esse registro fotográfico, está (como não poderia deixar de ser) totalmente modificada hoje em dia. O antigo templo sede da AD joinvi

Frida Vingren: um ministério contestado e polêmico

Imagem
Frida Maria Strandberg Vingren (1891-1940) é uma das biografias mais polêmicas (e porque não perturbadora) da história das Assembleias de Deus no Brasil. Missionária sueca, enfermeira, poetisa, compositora, musicista, redatora, pesquisadora, pregadora e ensinadora pentecostal, era também esposa do pioneiro assembleiano Gunnar Vingren. Frida: nas palavras do filho Ivar ela foi incompreendida A todos esses predicados, poderia também estar incluído o de pastora. Frida, poderia ter sido reconhecida há muitos anos, como a primeira pastora das Assembleias de Deus no Brasil. Na biografia do esposo encontram-se a aceitação por parte do pioneiro do ministério feminino, inclusive com a separação de uma diaconisa na igreja de São Cristóvão no Rio de Janeiro. A própria história assembleiana é clara quanto ao desempenho da senhora Vingren. Na ausência (ou na presença) de Gunnar Vingren, Frida dirigia, pregava e ensinava na igreja. Porém os líderes assembleianos dos primeiros anos não aceitaram

Minha Assembleia de Deus

Imagem
O pastor Joanyr de Oliveira, falecido em em dezembro de 2009, foi um dos grandes nomes da literatura assembleiana. Jornalista, poeta, advogado, compositor e escritor, foi ex-diretor da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) e ex-membro da liderança da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB). Sua biografia é marcada por relevantes serviços prestados a AD, e por sustentar durante anos, ideias avançadas demais para a geração de obreiros com quem conviveu. Joanyr, antes de tudo era um intelectual, uma mente inconformada, um crítico do sistema eclesiástico, alguém que almejava algo a mais para si e para sua igreja. Joanyr: para a cúpula assembleiana ele  era um "rapaz perigoso" Em 1994 o Mensageiro da Paz, publicou um artigo de autoria de Oliveira intitulado "Minha Assembleia de Deus" . O texto é um verdadeiro exercício utópico, sentimento esse comum em seres humanos que como Joanyr; homem de olhar crítico e espírito inquieto, buscava

Cem anos da Assembleia de Deus: uma roda viva

Imagem
Na falta de um assunto ou texto para postar, resolvi colocar esse vídeo. Roda Viva de Chico Buarque é uma música que poderia expressar bem o momento atual das Assembleias de Deus no Brasil. Para algumas pessoas, meia palavra basta, quanto mais uma letra como essa...

Nos Bastidores do Reino: uma reflexão sobre o movimento pentecostal

Imagem
Reli recentemente o livro Nos Bastidores do Reino: a vida secreta na Igreja Universal do Reino de Deus (Geração Editorial), de autoria do ex-pastor da IURD Mario Justino. A obra, como o nome já esclarece, é o relato de um ex-líder da denominação, que resolveu tornar público suas experiências ministeriais na Igreja Universal.  Muito mais do que isso, o livro é um retrato do que já estava se tornando a Universal e, consequentemente, as demais igrejas pentecostais brasileiras. Nos relatos de Justino, em diversos momentos, o leitor encontra semelhanças com outras denominações. É possível identificar métodos hoje usados em larga escala nas Assembleias de Deus, Quadrangular, Internacional da Graça, etc. É interessante, como narra suas decepções com o chamado "sistema eclesiástico". Na medida, em que Mário Justino conta suas ascensão e queda ministerial, muitos leitores da obra podem se identificar com ele. Pois, muitas de suas desventuras, foram ou são vividas p

Tibério Vacariano e Pastor Pimentel: dinossauros em extinção

Imagem
O escritor, Érico Verissimo (1905-1975), gostava de retratar em seus romances os vícios, as transformações e a decadência da sociedade conservadora gaúcha e brasileira. Seu último romance, Incidente em Antares , é um exemplo disso. Tendo como base um acontecimento fantástico (a volta dos mortos vivos) na pequena cidade fictícia de Antares, o escritor denuncia os mais variados abusos feitos em nome da moral e dos bons costumes, bem como a hipocrisia reinante entre os "donos do poder". Um dos personagens mais emblemáticos é do grande latifundiário e coronel Tibério Vacariano. Rico, prepotente, e influente na política e na economia da região, Tibério é apresentado no romance como o mais legítimo representante do coronelismo político do Rio Grande do Sul. Era ele quem dava as cartas na política e controlava os destinos do município. Porém, ao envelhecer, seu poder vai gradualmente se tornando obsoleto e sua enorme influência vai aos poucos se diluindo.  Ao morrer,

Os pentecostais de Trindade: um caso esquecido

Imagem
Uma das últimas polêmicas envolvendo a Assembleia de Deus no Brasil, foi o caso da igreja de São José dos Campos (SP). Os que acompanharam cada capítulo dessa novela, perceberam como alguns líderes tratam a igreja: um mero negócio. A igreja dessa cidade paulista pertencia ao Ministério do Belenzinho, o pastor titular da igreja desligou-se e ficou por anos presidindo de forma autônoma a congregação. Recentemente ele entregou os trabalhos a outro ministério situado no norte do Brasil, causando ainda mais polêmica na fratricida luta pela liderança da Convenção Geral. Passado alguns meses, o tal pastor resolve retomar na justiça a igreja. Pesadas acusações de ambos os lados foram levantadas, brigas dentro e fora da igreja foram testemunhadas por todos (inclusive pela imprensa), e tudo se resolveu através dos tribunais. Casos como esse não são novidades no meio assembleiano. No passado já ocorreram fatos semelhantes, porém não foram divulgados e ficaram restritos ao bairro ou cidad

Tancredo Neves - o impeachment divino

Imagem
Tancredo de Almeida Neves (1910-1985) foi um homem de intensa vida política. Mineiro de São João del-Rei, construiu sólida carreira política em seus 75 anos de existência. Eleito vereador, deputado estadual e federal, senador e governador de Minas Gerais, destacou-se ainda como ministro de Estado no governo Vargas, e primeiro-ministro na fracassada experiência parlamentarista do governo de João Goulart.  Com o enfraquecimento do Regime Militar em meados do anos 80, Tancredo renunciou ao cargo de governador de Minas, e com apoio do PMDB e da Frente Liberal (dissidência do PDS partido do governo), elegeu-se via indireta presidente do Brasil. Porém, as vésperas da posse, vitimado por uma diverticulite, não assumiu o cargo máximo da política brasileira, morrendo no dia 21 de abril do mesmo ano. Por estar liderando a transição do autoritarismo militar para o regime democrático, Tancredo encarnava as esperanças de democracia e desenvolvimento socioeconômico para o Brasil. Sua morte, em