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Mostrando postagens de setembro, 2016

A Assembleia de Deus na Babilônia

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E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas. (Apocalipse 18:4) Na Bíblia, Babilônia, mais do que uma cidade antiga, capital de um espetacular império da antiguidade, também é associada de forma simbólica à idolatria, feitiçaria, prostituição e tantos outros desvios morais e espirituais. Por isso, na mensagem profética do Apocalipse, o povo de Deus é exortado a sair da civilização símbolo de todo um sistema carregado de impiedade dominado pelo Anticristo. Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa, 1946. A equipe da revista A Semana subiu os morros da Zona Sul da então capital da República, para in loco , constatar a rotina de cidadãos cariocas, que contraditoriamente viviam em condições nada “maravilhosas”, ao lado do rico e famoso bairro de Copacabana. Como observou a equipe do semanário: “Era (Copacabana) um espetáculo de beleza a dois passos da miséria.” Um dos locais escolhid

Mulheres pregadoras - Andréa Nogueira dos Santos

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Andréa Nogueira nasceu em Anápolis, porém foi criada na cidade de Goianápolis. Filha de lavradores, cresceu cooperando nas congregações rurais da Assembleia de Deus ligada ao ministério de Anápolis. Na infância, nos cultos infantis, gostava de ser a pregadora da garotada. Tempos depois, começou a cantar na igreja fazendo dueto com a irmã Adriana. Conheceu o futuro esposo Osmair ainda adolescente. Casaram-se quando ela tinha 16 anos e logo veio o filho John Cristian para alegrar a casa. A vida da jovem mãe poderia ter transcorrido normalmente como tantas outras mulheres da região. Na igreja, cantava com o marido e cooperava nos cultos e festividades. Em casa estudava a Bíblia e procurava bons livros para saciar a sede de conhecimento. Andréa pregando: carisma e presença no púlpito Talvez, percebendo o esforço e a chamada da jovem, o pastor da igreja José Pires Borges começou a dar-lhe as primeiras oportunidades para pregar. Chance que não desperdiçava e aproveitava ao

Minhas memórias - 1988, eleições e ressentimentos

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O ano de 1988, foi um ano marcante politicamente para o Brasil. Promulgada no dia 5 de outubro, a nova constituição consolidou a transição política no país após 20 anos de ditadura militar. Chamada de "Constituição Cidadã", a nova carta magna ampliava direitos dos cidadãos brasileiros. Naquele ano, ainda havia certa euforia pelo sucesso das eleições de 1986, quando as ADs conseguiram eleger vários representantes para a Assembleia Nacional Constituinte (ANC). Eleger em 1988, um representante para o legislativo municipal, seria apenas um passo natural e consequente do processo de despertar político da igreja. Kennedy: candidato polêmico Satyro Loureiro, na época pastor da igreja, lançou como candidato um dos seus principais auxiliares: o presbítero Adelor Francisco Vieira. Na verdade, o evangelista Francisco de Assis Meirinho também foi lembrado para a empreitada. Meirinho era um excelente pregador e ensinador, porém por questões familiares abriu mão da indicação

A rebelião feminina em Piedade (RJ)

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Muitas histórias são contadas nas Assembleias de Deus (AD). Algumas heroicas e outras dramáticas. Há memórias tristes de divisões, disputas de poder e jogo de interesses. Mas, também existem narrativas de pioneirismo, sacrifícios e amor à obra de Deus. Entre tantas histórias, algumas são celebradas e outras esquecidas. Isso faz parte da construção da escrita memorialística: a seleção, edição, interpretação e o uso político dos fatos. É assim na história política e na eclesiástica também. Nesta postagem, relembraremos um caso inusitado dentro da histórias das ADs. Um episódio que, obviamente, jamais ficaria registrado na história "oficial" da denominação, a qual, diga-se de passagem, deve sempre estar voltada para a edificação dos santos. No mês de outubro de 1958, a congregação da AD em Piedade no Rio de Janeiro virou notícia no jornal Correio da Manhã (RJ). Sim, por meio de um periódico secular, os habitantes da cidade do Rio ficaram sabendo de uma inusitada "rebe

A ameaça dos comics nas Assembleias de Deus

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Quando se fala das antigas proibições impostas pelas Assembleias de Deus (ADs) aos seus membros, logo vem à mente de muitos, às questões de estética feminina, trajes, uso do rádio e televisão.  Mas na década  de 1950, uma das preocupações crescentes da liderança assembleiana, era com à leitura por parte dos adolescentes e jovens dos comics* , as famosas Histórias em Quadrinhos (HQ) ou gibis. Criada em fins do século XIX nos EUA, as HQs popularizaram-se na década de 1930, considerada a Era de Ouro do gênero na América do Norte. Segundo o historiador inglês Eric Hobsbawm, os comics com sua linguagem colorida, apelativa, direta, e de fácil compreensão popular, influenciou muito à escrita da época.  Seus heróis fizeram sucesso durante a 2ª Guerra Mundial. Nos anos 50, surgiram os gibis de terror e crime, gerando polêmicas sobre os valores propagados nessas publicações. Comics: perigo mundano para os crentes Em 1954, o psiquiatra Frederic Wertham lançou o livro Seduction of t