AD em Santos - mais controvérsias

Não foi somente no Mensageiro da Paz, que o pastor da Assembleia de Deus em Santos recebeu críticas. A edição da revista A Seara de julho de 1997, também repercutiu de forma negativa a entrevista de Paulo Alves Corrêa em dois momentos.

O primeiro foi através da seção cartas do leitor. Nela, um dos leitores considerou equivocada as comparações e a lógica do pastor Paulo em suas declarações. Outro, porém, foi mais incisivo em suas contestações.

Laudinei Vicente, questionou se a "nova unção" não seria outro evangelho e, portanto, considerado biblicamente anátema. Argumentou, que as citações bíblicas usadas pelo líder santista estavam fora de contexto e considerou levianas as comparações do movimento da "nova unção" com o início das ADs no Brasil. Enfático, Vicente pontuou: "Gostaria de saber se 'nova unção', 'tombo no Espírito', e outras coisas novas fazem parte do credo das Assembleias de Deus".

Mas, foi no artigo intitulado Cair no poder: Há respaldo bíblico para a "nova unção"?, que o veterano obreiro Carlos Padilha, então líder da AD em Presidente Prudente, contrapôs de forma veemente as considerações de Corrêa.






Padilha, contesta "as interpretações defendidas pelo nobre pastor Paulo Alves Corrêa", as quais segundo ele, "não condizem com as quedas praticadas em sua igreja". Utilizando vários versículos bíblicos, o líder assembleiano refutou as práticas da "nova unção".

Ao citar as "hipnoses ensinadas por alguns pastores americanos", Padilha apontou para o perigo das supostas novidades importadas da América do Norte, que implantadas nas ADs causaria "dúvidas, sectarismo e constrangimentos". Isso porque, os obreiros "que sopram, ou ministram a queda, são apreciadas pela platéia como obreiros 'super-heróis'". Seguindo essa lógica, os crentes que não caíam nos cultos, poderiam ser considerados menos espirituais e insensíveis espiritualmente.

Não deixa de ser interessante notar, o uso político da controvérsia envolvendo o pastor santista nas edições da CPAD. Jovem, e à frente de um grande ministério, Paulo Corrêa despontava como uma alternativa em futuras eleições da CGADB. A entrevista com suas polêmicas poderia ter sido editada de forma a amenizar o desgaste do líder em Santos. Mas, ao contrário disso, foi exposta e polemizada ao máximo.

Uma curiosidade: o texto assinado pelo pastor Carlos Padilha era na verdade de autoria do seu filho Jesiel Padilha. Jesiel, nesse caso foi o ghost-writer do pai. Atualmente ele é pastor da AD em Santos vinculada ao Ministério do Belém em São Paulo, que recebeu milhares de membros egressos da AD pioneira na cidade.

O mundo dá muitas voltas mesmo...

Fontes:

Revista A Seara, julho de 1997.

Colaboração: Laudinei Vicente

Comentários

  1. Congreguei com Laudinei Vicente, um jovem expoente na defesa da fé.

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  2. izaldil Tavares de Castro30 de novembro de 2016 às 21:00

    Interesses inconfessáveis há tempos destroem a frágil unidade das Assembleias de Deus no Brasil. As lideranças engalfinham-se na disputa por hegemonia. Nada há de evangelho nisso. Prossigamos, enquanto eles brigam.

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