A evolução dos templos nas Assembleias de Deus

O sociólogo Gedeon Alencar em seu livro Matriz Pentecostal Brasileira trabalha a evolução funcional dos templos assembleianos. Ele divide as construções eclesiásticas em três modelos: o templo-casa que é a marca dos primórdios do pentecostalismo, o templo-pensão fruto da institucionalização da igreja, e por fim o templo-shopping, o qual representa a ascensão social dos crentes.

Mas é bom destacar: todos os três modelos ainda convivem no tempo e espaço em diversas regiões do país. Assim como ainda estão presentes os rituais, louvores e o ethos dos crentes que frequentam essas igrejas.

Para maior reflexão, deixo aos leitores fotos e fragmentos do texto da obra de Alencar sobre os templos que marcaram não só a história das ADs, mas também, as memórias de muitos crentes.

Templo-casa
Templo-casa: A igreja - não custa lembrar: nos primeiros anos não há templos - é uma extensão da casa e vice-versa. E os primeiros templos, quando construídos , não se diferiam muito das casas do membros. Os templos assembleianos não têm energia elétrica, som eletrônico, estacionamento, sanitários públicos, secretarias, tesouraria, salas de aula, luxo e não estão nas avenidas importantes da cidade; são apenas espaços carismáticos das reuniões. Ademais, construídos e mantidos pelos próprios membros. (p.144)

Templo-pensão
Templo-pensão: Então, a igreja-sede é uma grande pensão, onde se tem hospedagem e alimentação. Simples, porém gratuitas. São nos templos-sede que se realizam as EBs, as convenções, tanto nacionais quanto regionais, daí por que eles foram construídos com hospedagem. (p.200)

Templo-shopping
Os templos-shopping se distinguem dos demais em três aspectos: a nova membresia assembleiana em ascensão social exige o mínimo de (1) conforto, com seu aumento de renda tem mais possibilidades de (2) compras e, em processo de racionalização, a (3) celebração litúrgica se profissionalizou. (p.255)

Fonte:

ALENCAR, Gedeon Freire de. Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011. Novos Diálogos: Rio de Janeiro, 2013.

Comentários

  1. Interessante que na Idade Média e na Medieval, as grandes superfícies eram os templos; hoje, as comerciais.

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