AD em Santos - a entrevista do pastor Paulo Corrêa

Há quase duas décadas, o líder da AD em Santos (SP), pastor Paulo Alves Corrêa tem se envolvido em polêmicas. Tudo começou com declarações dadas por ele à revista A Seara - edição de abril de 1997.

Intitulada "Creio na nova unção" - Líder da AD na Baixada Santista desenvolve estilo ministerial que inclui o "cair no Espírito" e defende tese da prosperidade para o crente, à entrevista, como se verá adiante em outra postagem, causou acirrados debates entres os pastores assembleianos.

Paulo A. Corrêa: entrevista polêmica em 1997

Porém, é bom registrar, que na mesma edição, Corrêa também abordou temáticas relevantes sobre às ADs. Juventude, missões, evangelismo e crescimento da igreja foram assuntos tratados de forma muito coerente.

Declarou que "a principal causa de não crescermos é a divisão entre nós". Comparou a denominação a uma "concha de retalhos" e expôs a fragilidade da CGADB ao afirmar "a nossa Convenção Geral determina e ninguém cumpre".

Mas a declaração: "Creio na nova unção. Um dia orei por algumas pessoas e elas começaram a cair. Hoje imponho minhas mãos e as pessoas caem", ganhou uma indesejada repercussão no meio das ADs. A tal ponto das outras questões serem esquecidas por seus futuros acusadores. 

Outra assertiva, posteriormente muito atacada por parte de um veterano obreiro das ADs, foi o desejo manisfestado de que a igreja crescesse e "que os pastores não estivessem atrelados ao ranço da tradição". Mais à frente volta a repetir: "A igreja não cresce porque tem o ranço da tradição". 

Afirmou não se considerar neopentecostal, "mas alguém que dá vazão ao mover do Espírito". Ao ser perguntado se convidaria Benny Hinn para pregar em sua igreja, o pastor santista disse considerar Hinn "um servo de Deus com experiências práticas da ação milagrosa do Espírito Santo". 

Mencionou o milagre, presenciado por ele pessoalmente, em que o famoso evangelista orou por uma criança deficiente e o osso da perna dela cresceu instantaneamente. "Por isso, entre a teoria e a prática, escolho a prática" - considerou. Mais à frente, ao ser perguntado sobre a personalidade evangélica de destaque no exterior, Paulo citou justamente Benny Hinn. 

Hinn, nessa época, já era questionado por seus ensinamentos e profecias duvidosas. Mas ignorando todas as polêmicas, Corrêa declarou que o convidaria "simplesmente porque ele é um homem de Deus". 

Todas essas declarações caíram como uma bomba no meio das ADs. Tanto que meses depois, o pastor santista teve que se defender em um tenso encontro de líderes. Ainda não se tinha certeza, mas as respostas de Corrêa na entrevista, apontavam para as tendências litúrgicas e doutrinárias que levariam a AD em Santos em poucos anos à decadência. 

Fontes:

A Seara , ano 40, n. 5, abr. de 1997. págs.7-9.

Meus agradecimentos à equipe do Centro de Estudos do Movimento Pentecostais (Cemp), pela preciosa ajuda na pesquisa para esse texto.

Comentários

  1. Parabéns pelo post, meu amigo.
    Reverberei o link no Point Rhema.
    Saúde & Paz!

    ResponderExcluir
  2. Decadência so se for na VIDA dos invejosos

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

O caso Jimmy Swaggart - 30 anos depois

Iconografia: quadro os dois caminhos

Assembleia de Deus e a divisão em Pernambuco (continuação)